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Farinha d´água quilombola fará parte da merenda escolar de Alenquer

Emater acompanha o plantio e o contrato com a Prefeitura, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), e prevê faturamento de cerca de R$ 400 mil, para 20 quilombolas em 12 meses

Por Aline Miranda (EMATER)
16/07/2020 12h55

Agricultores da comunidade Pacoval, em Alenquer, vão vender sua produção de farinha d’água para a merenda escolar municipal Com o apoio do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e  Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), sob a vigência de um termo de cooperação técnica com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), 20 quilombolas de um assentamento federal em Alenquer, no Baixo Amazonas, começarão a fornecer farinha d’água para a merenda escolar da rede municipal a partir do segundo semestre letivo. 

Os agricultores pertencem à comunidade Pacoval. Cada família trabalha, em média, sobre um hectare. A expectativa é que o contrato com a Prefeitura, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), represente para eles um faturamento em torno de R$ 400 mil, de compra-e-venda ao longo de 12 meses. A quantidade de produto ainda não foi definida. 

Em comparação à dinâmica comum de comercialização, pela qual os agricultores dependem de atravessadores, o lucro com a merenda escolar chegará a atingir 60%, de acordo com estimativas da Emater. 

Chefe do escritório local da Emater em Alenquer, o técnico em agropecuária Waldomiro Ferreira comenta sobre a determinação dos agricultores. “Foi uma demanda espontânea da própria Comunidade. Ano passado, quatro produtores já tinham participado do Pnae. Hoje (o programa) se apresenta como uma excelente oportunidade e um canal de valorização e de incentivo ao cultivo da mandioca”.

Além do acompanhamento direto e regular dos plantios, a Emater promove capacitações, algumas já realizadas, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

A Empresa de Assistência Técnica também emite os espelhos da declaração de aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - Pronaf (Daps) para aprovisionar o Incra. 

O órgão estadual vem prospectando a possibilidade de crédito rural da linha A do Pronaf não só para mandioca, como para pecuária leiteira, no valor individual de até R$ 30 mil. 

Waldomiro Ferreira comenta sobre os trabalhos futuros. “Incentivamos a mandioca, que é o carro-chefe. São famílias cuja história de produção se entrelaça com a da Emater. Nossa ideia é que a pecuária leiteira também se torne uma atividade relevante e em breve possa ser inserida na merenda escolar”.