Policial militar vence a covid-19 e celebra: “Nasci de novo”
Era por volta das 18 horas do dia 28 de abril, quando o médico trouxe a notícia: o policial militar reformado, sargento Dilson Silva de Oliveira, 55 anos, estava recuperado da Covid-19 e receberia alta do Hospital de Campanha do Hangar do Estado no mesmo dia. “Agora eu faço dois aniversários no ano, um no dia 6 de outubro e outro no dia 28 de abril”, comemora o sargento.
O sargento Dilson Silva de OliveiraNo dia 11, um sábado, ele sentiu os primeiros sintomas do que pensou ser uma gripe comum. Quatro dias depois, precisou ser encaminhado ao Hospital Divina Providência, em Marituba, na região metropolitana de Belém, com cansaço, febre, diarreia e muita tosse. A esposa, Valda de Oliveira, 55 anos, que também chegou a apresentar alguns sintomas, reagiu bem aos remédios prescritos inicialmente, mas os sintomas do marido ainda persistiram e a segunda tomografia feita no hospital apontou alterações no pulmão.
“Então eu pedi apoio ao comandante-geral da PM e ele logo acionou os médicos da Polícia, que conseguiram a transferência para o Hospital de Campanha, na madrugada de segunda-feira”, contou a esposa do policial. Foram oito dias internados no Hospital de Campanha do Hangar.
“Remédio toda hora, atendimento toda hora, comida de qualidade, água, suco, aferição de pressão e glicose. Gostei muito do atendimento”, diz o sargento Dilson, que sentiu muito a falta da família, já que não se pode ter contato físico durante a internação, por questões de segurança. Também foi lá que ele fez o teste da covid-19 e recebeu o diagnóstico que já esperava: infecção pelo novo coronavírus.
Com o tratamento, o sargento Dilson começou a apresentar melhoras e foi liberado oito dias depois, sem qualquer sintoma da doença. Como recomendação, ele ainda permaneceu alguns dias sem receber visitas e sem sair de casa.
O sargento ao lado da mulher e de uma das filhasHoje, já ao lado da esposa e de uma das filhas, o policial reformado deixa um recado para a tropa: “Companheiros, tenham o máximo de cuidado, usem todos os equipamentos de proteção, luva, máscara. Não façam como eu, que batia no peito e dizia que não iria pegar. Hoje eu sou testemunha viva”, recomendou o policial, que tem se preocupado muito mais com a higiene após a doença.
A família agradeceu, também, aos médicos e psicólogos da PM, que em nenhum momento deixaram de manter contato.
Assim como o sargento reformado Dilson de Oliveira, a subtenente convocada Lúcia Corrêa, o sargento Nazareno da Silva, da 6ª Companhia Independente de Polícia Militar (Tailândia) e o tenente-coronel Ed-Lin comandante do 20º Batalhão, também se recuperaram da covid-19, alguns pela intervenção do Corpo Militar de Saúde (CMS), outros por meio de atendimento nos sistemas de saúde estadual, municipal ou pelos planos de saúde particulares.
Empenho
Com toda a demanda por conta da pandemia, o CMS não consegue abranger todos os casos suspeitos de covid-19 na tropa, mas sendo uma das duas linhas de amparo da PM ao militar, busca oferecer consultas, testes rápidos e orientações aos que apresentam os sintomas. Até o início desta semana, o órgão distribuiu, de forma gratuita, aproximadamente 450 medicamentos, entregues mediante receita médica, na sede do Ambulatório Médico Central da PM, em Belém.
A segunda linha de acolhimento é integrada pelo Centro Integrado de Atenção Psicossocial (Ciap), que, na medida do possível, disponibiliza assistência social e psicológica; pela Capelania da PM, setor que cuida da espiritualidade do policial e pelo Fundo de Assistência Social (FAS PM); nesse caso, disponível aos policiais associados. O Centro de Inteligência da Polícia Militar também tem atuado em conjunto com esses órgãos, auxiliando na organização e distribuição dos dados coletados.