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Município de Soure é interligado ao Sistema Nacional de Energia

Por Redação - Agência PA (SECOM)
02/06/2017 00h00

A partir desta sexta-feira (02), o município de Soure, na ilha do Marajó, deixa para trás uma realidade que por décadas impôs aos seus moradores uma série de problemas decorrentes da ausência de um sistema que garantisse a geração de energia elétrica limpa e firme. Na manhã de hoje, o governo do Estado entregou dois alimentadores que vão melhorar a distribuição da carga e assegurar maior estabilidade à rede elétrica. Com isso, Soure também passa a integrar o Sistema Interligado Nacional (SIN) e mais de oito mil famílias serão beneficiadas com energia de qualidade.

O primeiro município a contar com energia firme foi Ponta de Pedras, onde foi implantada uma subestação elevadora que converte a tensão para 138kV. A partir dessa linha de transmissão serão atendidos também, além de Soure, os municípios de Cachoeira do Arari, Santa Cruz do Arari, Anajás, Chaves, Afuá, São Sebastião da Boa Vista e Muaná.

Para o governador Simão Jatene, que fez a entrega dos alimentadores, a obra representa a interligação do Marajó ao resto do Pará, do Brasil e do mundo. “Quando eu falo que o Marajó está ligado ao mundo é porque, além de energia firme, estamos trazendo internet através de fibra ótica, um passo importante e uma conquista impensável até pouco tempo atrás para esta região, que sempre sofreu com o isolamento e agora passa a estar conectado com o mundo”, explica.

Jatene destacou que em toda esta obra no Marajó já foram investidos mais de R$ 400 milhões, interligando nove municípios. “Esse projeto prevê a substituição das fontes de energia que atendiam os municípios marajoaras, até então supridos por usinas térmicas alimentadas com óleo diesel, o que além de agredir o meio ambiente não permite um fornecimento contínuo de energia. A partir de agora passamos a preservar o meio ambiente e garantir o fornecimento de energia de melhor qualidade, trazendo mais investimentos, mais desenvolvimento e menos desigualdade”,  destacou o governador.

Com a entrada em operação dos cabos subaquáticos e demais obras necessárias às novas subestações e linhas de transmissão, as usinas a diesel que atendiam a população do arquipélago serão gradativamente desativadas. Desde que as cidades começaram a ser interligadas já houve uma redução de consumo do diesel em mais de 33 milhões de litros.

O Sistema Interligado Nacional (SIN) é um sistema de geração e transmissão de energia elétrica, com tamanho e características que permitem considerá-lo único em âmbito mundial, englobando as cinco regiões do Brasil e com forte predomínio de usinas hidrelétricas.

Para a chegada da energia à Soure, foram construídos mais de 14 quilômetros de rede de distribuição para atravessar o Rio Paracauari e interligar Soure à Salvaterra, que, em abril recebeu uma subestação de energia e passou a integrar o Sistema Interligado Nacional.

Com mais essa etapa concluída no Marajó, Soure passa a compor o grupo de cidades do arquipélago que já estão interligadas ao sistema, como Portel, Melgaço, Curralinho, Breves, Bagre, Ponta de Pedras, Cachoeira do Arari e Salvaterra.

Desenvolvimento – A chegada de uma energia elétrica mais estável ao município de Soure traz novas oportunidades para os empreendedores marajoaras. É o caso do proprietário da Fábrica de Laticínios Peua, Haroldo Palheta. Ele é um dos maiores produtores de queijo do Marajó, feito a partir do leite de búfala. A Fábrica de Laticínios Peua produz também manteiga e doce de leite.

Ele comentou que a chegada da energia mais firme vai proporcionar o aumento da produção e a aquisição de novos equipamentos. “A produção não consegue decolar porque a gente depende da energia elétrica. Nós já chegamos a perder mais de 10 mil litros de leite por causa da queda de energia”, comemorou.

Um dos primeiros efeitos da chegada de energia é que o leite vindo da fazenda chegará mais cedo à fábrica, aumentando a produtividade e fazendo com que a marca Peuá alcance novos mercados. 

Qualidade de vida - A auxiliar de cabeleireiro Laurilene Bandeira, 27 anos, moradora do Bairro Novo, conta que já teve muitos aborrecimentos com as constantes quedas de energia.  “Da forma que estava não dava para ficar. Estragava comida na geladeira o tempo todo, era um aborrecimento só”, ressalta.

Como boa brasileira, Laurilene é fã de novelas e confessa que uma das coisas que mais lhe aborrecia nas quedas de energia era não poder assistir as suas tramas favoritas. “Muitas vezes eu perdia capítulos inteiros porque começava, mas não conseguia terminar de assistir devido à falta de luz.”

Investimento – A chegada da energia elétrica faz parte de um mega projeto de infraestrutura do Governo do Pará. A primeira etapa do projeto, conhecida como Marajó I e concluída em 2013, recebeu investimentos na ordem de R$ 179,5 milhões, aplicados na ampliação de duas e construção de seis novas subestações, além da construção de 685 quilômetros de rede. Essa primeira fase atendeu os municípios de Portel, Melgaço, Curralinho, Breves, Baião e Bagre.

Já nesta segunda etapa, conhecida como Marajó II e que está em andamento, o investimento total gira em torno de R$ 242 milhões e prevê ainda a construção de mais seis novas subestações e 794 quilômetros de rede. A fase compreendeu a construção e ampliação de subestações (em Ponta de Pedras e Vila do Conde, em Barcarena) e a construção de 36 quilômetros de redes, sendo aproximadamente 17 quilômetros subaquáticos, uma tecnologia inédita que serviu para conectar a subestação de Vila do Conde, em Barcarena, à subestação de Ponta de Pedras.

Nesta segunda etapa as obras irão avançar até 2019 para cidades como Santa Cruz do Arari, Anajás, Chaves, Afuá, São Sebastião da Boa Vista e Muaná. A conclusão de todo o trabalho no Marajó beneficiará, diretamente, cerca de 450 mil pessoas.

Para o presidente da Celpa, Nonato Castro, o avanço da obra para integrar o nono município no Marajó representa desenvolvimento para uma das regiões mais ricas do estado. “Esta é uma obra histórica, que há mais de 50 anos era reivindicada pela população do Marajó. Todos estão de Parabéns e a Celpa está feliz por fazer parte deste momento ímpar”, declarou.