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Uepa disponibiliza acolhimento psicológico via telefone para comunidade acadêmica

Nove profissionais de saúde mental da instituição ficarão disponíveis a partir desta quinta-feira (26) em regime de escala

Por Nailana Thiely (UEPA)
26/03/2020 11h58

O período de isolamento físico e a restrição de movimentação de pessoas em um cenário de doença, pressões e incertezas, pode gerar consequências psicológicas negativas duradouras, podendo manifestar-se durante e após o período de restrições sociais. Para auxiliar servidores, sejam eles docentes ou técnicos, e estudantes da Universidade do Estado do Pará (Uepa) neste momento, nove profissionais de saúde mental da instituição ficarão disponíveis a partir desta quinta-feira (26), via telefone, para o serviço de acolhimento psicológico, com atendimento de 8h às 20h, de segunda-feira a sábado, em regime de escala.

O serviço de acolhimento via telefone, a estudantes e profissionais da Uepa, será focalizado nas repercussões deste momento de pandemia, a fim de prestar apoio à comunidade acadêmica no período de distanciamento social.  

"O serviço de atendimento psicológico é uma escuta qualificada voltada sobretudo para fortalecer a saúde mental das pessoas de uma maneira bastante diferente, porque eles conhecem a realidade da educação e sabem que o nosso processo é bastante intensivo em relações interpessoais. Isso pode favorecer uma melhor compreensão dos desafios que precisamos vencer nesse contexto, de problemas causados pela pandemia, com o medo de contaminação e pelo isolamento social" - Rubens Cardoso, reitor da Uepa. 

Um estudo publicado pela revista britânica Lancet fez uma revisão do impacto psicológico da quarentena através de 3.166 artigos em três bancos de dados. Pesquisadores concluíram que os efeitos psicológicos negativos incluem estresse pós-traumático, confusão e raiva, além de ansiedade. Os fatores que mais estressam as pessoas isoladas são não saber quanto tempo durará a quarentena, o medo de serem infectados, frustração, tédio, suprimentos e informações inadequadas, possíveis perdas familiares e financeiras, e o medo de que, ao sair, fiquem com o estigma da doença. 

Ao trazer este quadro para uma realidade regional e nacional, é possível que os impactos tenham repercussões distintas, dependendo da realidade socioeconômica dos afetados, e estas questões serão avaliadas individualmente através do serviço de acolhimento psicológico.

“Ao estabelecer um contato genuíno de escuta respeitosa e acolhedora, procuraremos indicar que este momento de isolamento é transitório, que passará, que a pessoa deve buscar por laços sociais possíveis neste momento, deve buscar realizar atividades físicas em casa, ocupar-se de ações que lhes sejam agradáveis. É preciso ocupar-se para que os pensamentos e sentimentos de insegurança não se instalem de forma mais intensa. Estaremos atentas também às pessoas que já realizam acompanhamento psicológico e/ou psiquiátrico para encaminhá-las aos profissionais que já as acompanham para nova avaliação, se for o caso. Casos mais graves, poderemos solicitar avaliação psiquiátrica”, afirmou uma das profissionais da equipe de acolhimento psicológico da Uepa.