Regiões metropolitana e nordeste terão polos de frutas e hortaliças
Boa parte das frutas e hortaliças consumidas na região metropolitana de Belém são hoje importadas de outros estados brasileiros, deixando de gerar ocupação e renda para os produtores locais. Para reverter este quadro, a Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) do Pará estão implantando o programa Pará Produtivo, que prevê a instalação de polos de produção em 11 municípios das regiões metropolitana e nordeste, com a finalidade de abastecer o mercado consumidor da capital, o maior do Estado.
O programa está em fase final de planejamento e deverá ser lançado em breve. Nesta quarta-feira (14), o Pará Produtivo foi apresentado para os servidores da Sedap pelos engenheiros agrônomos Geraldo Tavares e Dulcimar Silva.
Ao envolver os produtores da região no programa, a expectativa da Sedap é criar uma nova dinâmica para o abastecimento dos municípios da região metropolitana, chegando o mais próximo possível da autossuficiência, oferecendo produtos com preços menores pela redução dos custos de frete, ambientalmente sustentáveis e saudáveis pelo reforço da produção orgânica e, ainda, com forte impacto positivo no aspecto social, gerando riqueza para os municípios e aumentando a renda das famílias de produtores do Pará.
A meta inicial do programa é atender 270 produtores, selecionados pela Emater nos 11 municípios. Para a produção de hortaliças estão sendo selecionadas 120 famílias que vão receber treinamento e acompanhamento técnico da Emater. “No caso dos municípios da Região Metropolitana de Belém, a pedido dos próprios produtores, vamos trabalhar com produção orgânica”, conta Dulcimar.
Na área de olericultura (produção de hortaliças), Dulcimar explica que a meta é criar um grande cinturão verde de hortas para expandir a produção não só das culturas que já são tradicionais, como também para introduzir novos cultivos, como os de repolho, pimentão, alface americana, cenoura e beterraba. “No caso desses tipos de cultivos, vamos iniciar com a implantação de unidades demonstrativas em dois municípios, onde faremos a transferência de tecnologia para os produtores da região”, diz a engenheira agrônoma.
Para o polo de fruticultura estão sendo selecionadas outras 150 famílias, que vão trabalhar com o cultivo da banana. “Escolhemos esse fruto porque, além de ser um produto de grande aceitação no mercado, já tem uma cadeia produtiva estabelecida, mas que precisa ser organizada”, explica Geraldo Tavares. O polo vai ficar concentrado em seis municípios, escolhidos por serem os maiores produtores de banana da região.
A cultivar selecionada para o programa é a banana BRS Pacoua, desenvolvida pela Embrapa e com grande resistência a pragas, o que permite o cultivo sem necessidade de pulverização com defensivos agrícolas. A meta, até 2018, é distribuir 50 mil mudas da cultivar para ampliar a área plantada. “Também vamos trabalhar com transferência de tecnologia para os produtores, de forma a no mínimo dobrar a produtividade atual na região, que é de em torno de 11 toneladas por hectare”, afirma Geraldo.
