Polícia Civil capacita policiais e servidores para coleta de 'depoimentos especiais'

Para atender cada vez melhor o cidadão, a Polícia Civil do Pará por meio da Diretoria de Atendimento a Grupos Vulneráveis – DAV, realiza, durante esta semana, um curso de capacitação para servidores e policiais que os habilita para a coleta adequada de depoimentos de crianças crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica, estupro e outros tipos de agressão. O curso, que acontece na sede da Delegacia Geral de Polícia Civil em Belém, iniciou nesta quarta-feira (11) e seguirá até a próxima sexta-feira (13), seguindo o protocolo da Polícia Judiciária e conforme a resolução 02/2019 do Conselho Nacional de Chefes de Polícia Civil – CONCPC. 

O protocolo apresentado durante o evento foi elaborado em trabalho conjunto da Polícia Civil do Distrito Federal, e a Universidade de Brasília, e é o primeiro protocolo de Polícia com cunho científico do país, visto como ferramenta fundamental para a atuação de Polícia Judiciária. A programação conta com diversas palestras e ministração de aulas práticas e teóricas.

Segundo a Diretora do DAV, Delegada Priscila Morgado, o compromisso com a proteção de crianças e adolescentes fica evidente com o maciço comparecimento de delegados, investigadores, escrivães, psicólogos e assistentes sociais vinculados a Polícia Civil do Pará. "Mais de 100 inscritos, sem convocação, por compromisso mesmo, por compaixão, por amor. Tenho o privilégio de dizer a cada um, os que trabalham nas Datas e Deacas, os que trabalham em outras diretorias e aqueles que vieram de longe, até com sacrifício pessoal: meus parabéns, vocês fazem a diferença”.

A abertura do evento ocorreu na manhã desta quarta-feira (11) e contou com a presença de autoridades que trabalham na defesa e proteção da criança e do adolescente, como a Deputada Estadual Michele Begot, e a Diretora do ParáPaz, Ray Tavares, além de parte da equipe idealizadora do protocolo, entre eles, a delegada-chefe da delegacia especial de proteção à criança e ao adolescente da Polícia Civil do Distrito Federal, Ana Cristina Melo, que afirma que o evento é “de fundamental importância o empenho e preocupação da polícia, pois é preciso preparo para absorver essa atribuição tão importante, e com o advento do protocolo, muda completamente a maneira de tomar depoimento de crianças e adolescentes”, completa.

“Sempre temos conhecimento de casos de crianças e adolescentes vítimas de algum tipo de violência, e o nosso papel é o de cuidar, acolher e amenizar de alguma forma a dor e sofrimento desses grupos”, destacou a Deputada Estadual Michele Begot durante a cerimônia de abertura.

Já a presidente da Fundação ParáPaz, reiterou que a Fundação se sente maximamente responsável na luta e combate à violência contra crianças e adolescentes. “Devemos sempre fazer o nosso papel ajudando a polícia, sempre com o olhar especial para a pessoa vítima”, completou Ray Tavares.

O protocolo foi criado para uso policial, para atender prévia determinação legal, e segue alguns requisitos essenciais, como gravação em áudio e vídeo e uma estrutura adequada, o que pode representar uma mudança de paradigmas na atuação da Polícia Civil. O protocolo foi aprovado pelo CONCPC em sua última reunião, e será ferramenta de padronização das atividades de Polícia Judiciária.