Inquérito que apura mortes em Pau D'Arco avança para reconstituição
O Centro de Perícias Científicas (CPC) “Renato Chaves” entregou nesta quarta-feira (14) à Polícia Civil os primeiros laudos feitos na fazenda Santa Lúcia, em Pau D’Arco, município do sul do Pará, onde uma ação policial para cumprir 14 mandados de prisão acabou resultando na morte de 10 posseiros, no último dia 24 de maio. Durante entrevista coletiva na sede da Delegacia-Geral, em Belém, a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) apresentou o conteúdo das perícias. O próximo passo é fazer a reconstituição do episódio ocorrido na fazenda.
Orlando Salgado, diretor do CPC, apresentou detalhes dos laudos concluídos até agora, e que foram entregues ao Departamento de Investigações Especiais da Polícia Civil, que preside o inquérito. Foram feitos o levantamento de local sem cadáver, a perícia em veículos e nos coletes usados pelos policiais durante a operação e os laudos necroscópico e de danos no patrimônio. “Um dos exames fundamentais para a investigação, e que ainda não ficou pronto, é o de balística. É um trabalho demorado, pois precisamos periciar as 53 armas coletadas no local. Essa perícia deve ficar pronta até o fim do mês de julho”, informou Orlando Salgado.
Rigor e celeridade - O titular da Segup, Jeannot Jansen, disse que a entrega dos laudos é mais uma das etapas da investigação, que apura com rigor e transparência a operação policial. “Não se pode afirmar se as linhas de investigação vão mudar, mas podemos dizer que estamos trabalhando com celeridade para apresentar respostas à sociedade”, afirmou o secretário.
“A investigação é composta por um conjunto probatório. Estamos na fase de apuração e coleta de dados. Ainda é prematuro, portanto, tirar qualquer conclusão a partir dos laudos periciais apresentados pelo ‘Renato Chaves’. Uma coisa podemos afirmar: se houve excesso, quem cometeu será penalizado”, completou o delegado-geral de Polícia Civil, Rilmar Firmino.
Os inquéritos que apuram as mortes de pessoas que ocupavam a fazenda Santa Lúcia foram instaurados no dia 24 de maio, logo após a ocorrência. A Polícia Civil tem o prazo de 30 dias – que podem ser prorrogados por mais 30 – para apresentar os resultados da investigação.
O inquérito policial militar, que também apura a conduta dos policiais envolvidos, tem prazo de finalização de 40 dias, que pode ser prorrogado por mais 20. Todos os agentes de segurança envolvidos na operação continuam afastados das funções.