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Capacitação sobre o novo Coronavírus reúne 160 profissionais de saúde

Para enfrentar a doença, o Governo do Pará organiza ações de vigilância, prevenção e controle da Covid-19

Por Roberta Vilanova (SESPA)
10/03/2020 18h14

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) realizou, na manhã desta terça-feira (10), no auditório do Centur, em Belém, Capacitação Técnica sobre Atenção e Vigilância em Saúde frente à Covid-19 para 160 profissionais de saúde que atuam em estabelecimentos públicos e privados no Pará. O objetivo foi orientar os profissionais na identificação, notificação e manejo oportuno de casos suspeitos de infecção humana pelo vírus SARS-CoV2 (novo Coronavírus), visando à redução dos riscos de transmissão em território paraense.

A abertura foi feita pelo diretor de Vigilância em Saúde da Sespa, Amiraldo Pinheiro, que expôs em linhas gerais as principais ações desenvolvidas pelo Governo do Pará para enfrentar a doença, começando pela implantação do Comitê Técnico Assessor de Informações Estratégicas e Respostas Rápidas à Emergência em Vigilância em Saúde, referentes ao novo Coronavírus, criado para organizar as ações de vigilância, prevenção e controle da Covid-19, e a elaboração do Plano de Contingência Estadual para a Infecção Humana pelo novo Coronavírus.

Em seguida, a diretora de Epidemiologia da Sespa, Ana Lúcia Ferreira, abordou o tema “Vigilância Epidemiológica no Pará”, ressaltando a importância da notificação imediata de caso suspeito, que deve ser feita à Vigilância Municipal, e também sobre a coleta de amostra para análise pelo Laboratório Central do Estado (Lacen-PA) e Instituto Evandro Chagas. “É muito importante que os hospitais busquem identificar imediatamente os contatos de todos os casos suspeitos”, frisou a diretora.

Análises laboratoriais – A farmacêutica Ilvanete Almeida, da Seção de Virologia 1, da Divisão de Biologia Médica do Lacen, falou sobre “Vigilância Laboratorial”. Ela apresentou todas as etapas do processo que deve seguido para a coleta, armazenamento e transporte da amostra de casos suspeitos de Covid-19. “É importante que os critérios epidemiológicos estabelecidos pelo Ministério da Saúde sejam atendidos, e que a amostra seja enviada em tempo hábil para o Lacen-PA”, reiterou.

A terceira palestrante foi a médica infectologista e virologista Rita Medeiros, do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), que abordou o tema “Patogenia e distribuição da Covid-19”. Ela fez uma ampla exposição histórica e científica sobre coronavírus (SARS-CoV e MERS-CoV), as características de cada um deles, as formas de contágio, os sinais e sintomas e as epidemias que causaram no mundo até chegar ao SARS-CoV2, causador da Covid-19. “Portanto, os profissionais têm que estar preparados para o que for necessário”, afirmou a virologista.

Rita Medeiros fez um alerta especial aos profissionais de saúde para que usem corretamente os equipamentos de proteção individual (EPIs). “Até fevereiro, 1.716 profissionais de saúde foram infectados na China (onde surgiu a doença) e houve seis óbitos”, informou.

Manejo clínico - A capacitação foi encerrada com apresentação da médica infectologista Irna Carneiro, que abordou “Manifestação clínica, conduta e prevenção”. Segundo Irna Carneiro, 80% dos casos suspeitos apresentam febre e tosse, e 30%, falta de ar. Mas há outros sinais e sintomas que podem aparecer, como dores musculares, na cabeça e garganta, diarreia, náusea e até dor abdominal, sendo esse último sintoma considerado atípico.

Baseada em estudos científicos realizados na China, Irna Carneiro disse que ainda não há muitas informações sobre o impacto da doença em grávidas e recém-nascidos. No entanto, na China, não foi observado nada semelhante ao impacto que o H1N1 causou no Brasil em 2009. “Porém, o bebê nascido de mãe com Covid-19 deve se colocado em quarentena”, orientou.

Segundo Irna Carneiro, um estudo com 150 pacientes apontou que 82 ficaram curados e 68 morreram. Os que foram a óbito tinham entre 66 e 90 anos de idade, e parte deles apresentava infecção bacteriana secundária. “Isso significa que a taxa de mortalidade é maior entre os idosos”, destacou.

Ela também chamou a atenção um cuidado maior com pacientes que têm doenças cardiovasculares e outras doenças crônicas, como diabetes, pois a Covid-19 pode causar miocardite. “Por isso, é importante que os profissionais leiam o Protocolo de Manejo Clínico do Ministério da Saúde, para conhecer mais a fundo a Covid-19 em pacientes com comorbidade (quando o paciente apresenta duas ou mais doenças relacionadas, e ao mesmo tempo)”, ressaltou.

Por fim, Irna Carneiro apresentou o uso correto de EPIs pelos profissionais de saúde e pacientes, e as medidas de prevenção que servem para todos.

O evento teve ainda perguntas dos participantes e esclarecimentos de dúvidas.