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Secult apresenta projeto do Museu do Marajó

Por Josie Soeiro (SECULT)
13/02/2020 18h39

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), acaba de dar mais um passo importante na efetivação do compromisso com a preservação da memória e cultura popular paraense. Na última quarta-feira, 12, membros do Departamento de Projetos da Secult e do Sistema Integrado de Museus do Estado (SIM) estiveram em Cachoeira do Arari, no arquipélogo marajoara, para exibir o projeto de requalificação física e estrutural do Museu do Marajó, fundado há mais de 30 anos pelo Padre Giovanni Gallo. A reunião ocorreu na sede da câmara municipal de vereadores e contou com a participação da Diretoria do museu, Prefeitura municipal de Cachoeira do Arari e comunidade.

O projeto traz como conceito o diálogo entre a tradição e a contemporaneidade. Além do salão de exposições, a proposta da Secult contempla áreas como jardins, com espécies de plantas nativas da região, recepção climatizada, salão de exposição, administração, amplo espaço de circulação, loja, banheiros com acessibilidade e reserva técnica. Tudo conforme os padrões de legalização de Museus do SIM.

“Sugerimos blocos para interligar os espaços e criar uma identidade que interaja com a cidade e convide as pessoas a entrar. Pensamos, por exemplo, em rebaixar os muros atuais e colocar uma praça com a escultura de tamanho real do padre para que as pessoas possam visitá-lo. Já a loja foi pensada por uma questão de sustentabilidade e de captação de recursos para o museu”, destaca o arquiteto Nelson Carvalho, do departamento de projetos da Secretaria de Estado de Cultura.

Na ocasião, além de apresentar o conceito arquitetônico, os técnicos da Secult promoveram uma escuta para colher as considerações a respeito dos detalhes da proposta, como explica o arquiteto. “A comunidade tem muita estima pela instituição e memória do padre, e estamos aqui também para ouvi-la, reforçando a importância da participação democrática no processo. A ideia apresentada busca preservar ao máximo a arquitetura do prédio principal, trazendo detalhes da contemporaneidade previstos dentro das normas técnicas do Sistema Integrado de Museus”.

Em alguns momentos, durante a apresentação do projeto, especialmente da área da Praça com escultura do Padre, a comunidade se emocionou ao lembrar das preferências e atuação do Padre Giovani Gallo na luta pela preservação da instituição. Ricardo Barbosa, diretor de patrimônio do Museu do Marajó, ressalta a importância desse diálogo. “Esse momento é muito importante para nós. O Padre Giovanni certamente iria gostar das novidades. Acredito que, com esse projeto, todos nós, a comunidade e o município só têm a ganhar, se desenvolver e preservar a nossa cultura”.

Na ocasião, o museólogo Emanoel Fernandes Júnior, coordenador de Documentação e Pesquisa do Sistema Integrado de Museus (SIM), anunciou dois eventos importantes previstos para Cachoeira do Arari nos próximos meses: o município sediará, em abril, a 18º Semana Nacional de Museus e, em maio, o 1º Encontro de Museus do Estado. “A ideia é fortalecer o sistema de museus dentro do Pará e estimular a participação ativa da comunidade neste processo”

Museólogo Emanoel Fernandes Júnior, coordenador de Documentação e Pesquisa do Sistema Integrado de Museus (SIM).
Inventário - Para viabilizar o projeto de recuperação da instituição, a Secretaria de Estado de Cultura trabalha, desde o ano passado, na produção de um inventário completo do acervo, previsto para encerrar em março deste ano. Para isso, conta com o apoio de voluntários da comunidade, que se dividem entre suas tarefas e o trabalho de catalogação das peças. É o caso do professor de filosofia Lino Ramos, 64, que tem uma relação de afeto com a instituição, desde sua infância.

“O museu faz parte da nossa história. Fazemos esse trabalho por carinho ao espaço e memória do Padre. Já fiz parte da gestão do Museu logo que o Padre morreu, então sei que não é fácil. Para mim, participar desse processo de inventário e receber o apoio do governo traz esperança. Acredito que essa proposta é fundamental para a preservação dessa cultura popular. Já perdemos alguns documentos importantes do acervo para os cupins, porque não tínhamos estrutura adequada ao acondicionamento, não queremos perder mais nada”, destaca Lino.

O projeto arquitetônico é um dos primeiros passos para a efetivação da readequação física, que, após escuta da comunidade e análise técnica, será ajustado e enviado à licitação de obras. Os técnicos da Secult permanecem no local nos próximos dias para finalizar o levantamento técnico do terreno do museu e de espaços específicos como a casa do padre Giovanni Gallo.