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Programação do Selo Arte é levada a produtores de queijo do Marajó

Por Monique Hadad (UEPA)
07/02/2020 12h00

O Governo do Pará desenvolveu, durante esta semana, uma ação voltada a dois estabelecimentos produtores de queijo do Marajó que estão aptos a receber o Selo Arte. O certificado permite o comércio nacional de produtos alimentícios artesanais. A programação, que incluiu visitas técnicas e palestras, foi realizada em conjunto entre Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater).

Na segunda-feira (03), ocorreu uma reunião na Associação Comercial de Soure, com o objetivo de padronizar as ações para a concessão do Selo Arte. Participaram representantes das três instituições governamentais. Técnicos da Adepará, Sedap e Emater também visitaram, ao longo da semana, estabelecimentos artesanais de queijo para aplicação do check list de boas práticas agropecuárias, em atendimento à legislação vigente relativa à concessão do selo.

A programação foi encerrada na manhã desta sexta-feira (7), na Câmara Municipal de Soure. A responsável pela Gerência de Produtos Artesanais de Origem Animal da Adepará, Glaucy Carreira, foi uma das palestrantes. Ela levou aos produtores informações sobre o registro do estabelecimento artesanal, que deve ser feito junto à Agência.

Outras duas palestras fizeram parte da programação: sobre Indicação Geográfica (IG) do queijo marajoara, ministrada pela representante da Associação de Produtores de Leite e Queijo do Marajó, Gabriela Moura, e a respeito das Indicações Geográficas e Marcas Coletivas, proferida pela engenheira agrônoma da Sedap, Marcia Tagore.

Vantagens

O Selo Arte foi instituído pela Lei 13.680/2018 e regulamentado pelo Decreto 9.918/2019. Conforme a legislação, o alimento que recebe o certificado passa a ser identificado no país com um selo que leva a inscrição “Arte”. Ele permite que produtos locais sejam comercializados em qualquer parte do Brasil e confere qualidade e segurança de que a fabricação é artesanal. Dessa forma, características e métodos tradicionais únicos de produção são mantidos, com a garantia de que se adequam às práticas agropecuárias e sanitárias exigidas.

O diretor de Defesa e Inspeção Animal da Adepará, Jamir Macedo, comentou sobre os pré-requisitos necessários para a obtenção do selo. “Os produtos devem estar devidamente registrados junto ao Serviço de Inspeção Estadual (SIE) e precisam ter uma ótima qualidade higiênico-sanitária”, ressaltou. Ao obter o selo, o produtor artesanal terá mais chances de ampliar as vendas e alavancar a renda da família, pois, segundo o diretor, “passa a haver a abertura de novos mercados, aumento da renda e geração de empregos, tanto diretos quanto indiretos”.

Os primeiros estabelecimentos que vão conquistar o Selo Arte, no Pará, serão duas queijarias do Marajó: Fazenda São Victor, dos produtores Marcus e Cecília Pinheiro, e Laticínio Leal, de Maria Helena e Alfredo Leal. Cecília afirmou que as instituições de agropecuária do Estado têm auxiliado os produtores nas adequações necessárias para a obtenção do certificado. “A Adepará e a Sedap estão dando total apoio, inclusive nessa época do ano, que é difícil o acesso à fazenda. Eles (os servidores) vieram com muita boa vontade em ajudar e auxiliar”, relatou.

A proprietária destacou o potencial econômico propiciado pelo selo. “Nós vamos poder comercializar um produto seguro para todos os brasileiros, afetando também a sua lucratividade, pois trata-se de um produto único, que é o queijo do Marajó, e nem todos os brasileiros conhecem. Ele é o único queijo tradicional de búfala do Brasil”, destacou Cecília.

Para Alfredo Leal, a obtenção do selo representa a realização de um sonho. “A gente vem trabalhando para receber esse resultado, que é conquistar o mercado nacional. Agora, vamos concretizar esse sonho, pois o Selo Arte abre um leque para o reconhecimento do nosso queijo, aumentando o comércio e gerando mais empregos”, concluiu.