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Plantio de limão taiti substitui extração ilegal de madeira em Melgaço

Opção é sugerida aos ribeirinhos após estudo in loco promovido pelo escritório local da Emater

Por Aline Miranda (EMATER)
24/01/2020 11h19

Conhecido como “regional”, fruto é de fácil comercializaçãoRibeirinhos de Melgaço, no Arquipélago do Marajó, podem abandonar a extração ilegal de madeira, que ainda persiste como fonte de renda, pelo plantio lucrativo de limão taiti em várzea. O fruto, também conhecido como “regional”, tem fácil comercialização e uso múltiplo, da culinária doméstica à indústria, mas as plantas raramente se mantêm em terra alagada, porque acabam derrubadas pela força da maré.

De acordo com estudo in loco promovido pelo escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), a alternativa seria aterrar a várzea com compostagem orgânica, inclusive resíduos desperdiçados das serrarias – um amontoado até então tratado como lixo.

Alternativa seria aterrar a várzea com compostagem orgânica, inclusive com resíduos desperdiçados das serrariasO estudo indica, ainda, que pelo menos duas mil famílias moradoras da chamada “região das ilhas”, a qual abarca metade do município, enquadram-se de imediato no perfil da atividade. Pequenas áreas, cerca de ¼ de hectare cada, chegariam a prover mais de R$ 15 mil por ano, sem entressafras e com pouco aporte tecnológico.

A maioria dessas famílias vive do extrativismo de açaí, com flutuação da renda na entressafra (de janeiro a junho), e da extração irregular de madeiras como virola e andiroba, transformadas em cabos de vassoura e tábuas dentro de serrarias particulares “quebra-peito”. A própria atividade da serraria em nível artesanal é perigosa, provocando acidentes graves, como mutilação de membros.

“O plantio de limão em várzea é uma atividade saudável, de segurança alimentar, com colheita e, por conseguinte, que gera receita o ano inteiro. O plano da Emater é a implantação em um modelo de ‘quintal produtivo’ e sistemas agroflorestais [safs]: ou seja, demandando apenas as áreas de margem das propriedades e consorciando com espécies nativas, como açaí, sem prejuízo ao ecossistema”, explica o chefe do escritório local da Emater em Melgaço, o engenheiro florestal Milton Costa.

A ideia da Emater vem se inspirando na experiência do agricultor Jonas Guedes, na comunidade Rio Jordão, no rio Quaquajó. Com 30 pés em um espaço de 30m x 50m, a família vende limão taiti no mercado local e já desfruta contratos fixos com supermercados de municípios do nordeste paraense.

'Região das ilhas', no município de Melgaço, no Marajó“Eu comecei meio que por acidente, jogando a moinha da serraria na beira do rio e insistindo no limoal. Era uma área que só me dava açaí numa época específica, a safra, e agora todo tempo, todo mês, já é uma força na minha renda, por causa do limão. Além de tudo, o aterramento expandiu a zona da minha criação de ‘serimbabos’ [pequenos animais – porcos, galinhas e patos], que podem circular com mais liberdade e distância”, diz Guedes.

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