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AGRICULTURA FAMILIAR

Periferias da região metropolitana de Belém despontam na produção agrícola

Emater também auxilia esses pequenos produtores e ajuda-os a deixar subempregos

Por Aline Miranda (EMATER)
20/01/2020 11h17

A agricultura periurbana de municípios, principalmente de Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides e Santa Izabel, tem crescido e produzido cada vez mais. Esses pequenos produtores também contam com o apoio e atendimento direto da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) e têm ofertado produtos para abastecer as mesas, a merenda escolar, as indústrias, as feiras e os supermercados dessas cidades, com preços mais justos e tendência agroecológica.

Canteiro de hortaliças da família Santos - SilvaNo bairro do Curuçambá, em Ananindeua, por exemplo, o quase um hectare da propriedade da família Santos-Silva enfileira 116 canteiros de hortaliças, como chicória, couve e abóbora. O pai Joefson, de 36 anos, e a mãe Maria José, de 35, trabalham com plantio de limão taiti, extrativismo e beneficiamento de açaí; além de artesanato e colheita de outras frutíferas, como acerola e cupuaçu.  Os caroços de açaí e as hortaliças descartadas para comércio são usados como compostagem orgânica. Com a renda, já foi possível contratar um funcionário para ajudar.

“Sou um herdeiro da agricultura. Meu avô e meu pai eram agricultores em Bonito [região do rio Caeté]. Penei demais antes de ter esta terra. Fui açougueiro, empregado de supermercado, mas a conquista da terra e o trabalho na terra me satisfazem e nos sustentam de um jeito que antes eu não conseguia”, conta Joefson, que estima um lucro mensal de muito superior a um salário-mínimo, descontados os custos de produção. As vendas da família se dão diretamente na propriedade, para consumidores finais e atravessadores do mercado Ver-o-Peso.

“Existe todo um movimento de cinturão verde, ajuste ambiental, segurança alimentar e qualidade de produtos que é ofuscado por notícias ruins, quando se fala das periferias das cidades. Porém, com o trabalho da Emater, para cada dado contra, temos um dado a favor: são quintais produtivos, pessoas resgatadas de subempregos e que agora têm renda digna e condizente com suas origens rurais e a valorização das tradições amazônicas”, resume o supervisor-adjunto do escritório regional das ilhas da Emater, o engenheiro agrônomo Valdeides Lima – também licenciado em Química, especialista em Formas Alternativas de Energia, mestre em Agronomia e doutorando em Agronomia.  

O acompanhamento da Emater, há mais de 10 anos, permite capacitações constantes, visita técnica semanal e crédito rural. O atual contrato de crédito é de R$ 4 mil, pela linha B do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – Pronaf, sob parceria com o Banco da Amazônia. Joeffon e Maria José planejam expandir e diversificar as atividades – em vez de, como muitos das áreas nobres acreditam, abandonar o Curuçambá para “morar em um lugar melhor”.

“Aqui é o nosso lugar melhor. Temos alimentos, natureza, trabalho, renda. Em breve queremos começar com produção de mel e aumentar a quantidade de açaí batido”, comemoram.