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Sespa desenvolve projeto inédito de combate à dengue em condomínios

Projeto Estações Disseminadoras de Larvicida é desenvolvido nos municípios de Belém e Ananindeua

Por Igor Oliveira (SEJU)
16/01/2020 12h42

Objetivo é diminuir os focos de mosquitos transmissores da dengue, zika e chikungunyaO mosquito Aedes aegypti é transmissor da dengue, zika e febre chikungunya, doenças que exigem atenção constante da saúde pública e da população brasileira. No início do ano, é preciso um cuidado ainda maior, pois o período – marcado por chuvas frequentes – é mais propício à proliferação do mosquito.

De acordo com o Ministério da Saúde, 11 estados brasileiros precisam ter atenção especial para evitar um possível surto de dengue a partir de março deste ano. O Pará está fora da lista, mas realiza um trabalho constante de combate ao Aedes aegypti. Entre as diversas ações da Secretaria da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), está o Projeto de Instalação de Estações Disseminadoras de Larvicida, desenvolvido nos municípios de Belém e Ananindeua, e que recebeu, nesta quinta (16), a fiscalização das equipes de endemias.

90 Estações Disseminadores foram instaladas pela secretaria em condomíniosO projeto começou em setembro de 2019 e tem duração de um ano. É desenvolvido pela Coordenação do Programa Estadual de Controle da Dengue e pela Divisão de Entomologia do Laboratório Central do Estado (Lacen-PA), com apoio das Secretarias Municipais de Saúde de Belém (Sesma) e Ananindeua (Sesau). Para a instalação e observação das Estações Disseminadoras de Larvicida (EDs), foram selecionados o condomínio na capital paraense – onde foram instaladas 55 estações -, e outro em Ananindeua – com 35 estações. Nas duas localidades, os moradores assinaram um termo de adesão ao projeto.

As EDs têm o objetivo de diminuir os focos de mosquitos transmissores da dengue, zika e chikungunya. São confeccionadas com um recipiente de plástico, um pedaço de pano, água e 5g do larvicida Pyriproxyfen. O larvicida em pó é diluído na água até formar uma pasta, que é aplicada sobre o pano fixado ao recipiente com água. O objetivo é que o mosquito, ao pousar no pano, fique com o larvicida nas patas, levando-o para os criadouros. O produto age sobre as larvas, que mesmo que cheguem à fase de pupa, não se transformam em mosquitos capazes de se reproduzir. Além disso, o Pyriproxyfen afeta o mosquito já desenvolvido, diminuindo a sua capacidade de pôr ovos e fazendo com que, dos que são depositados, 80% não cheguem a se transformar em larva.

Paoola Vieira ressalta que a Sespa é primeira Secretaria de Saúde do Brasil a coordenar essa iniciativa“É um projeto inovador, já realizado em outros estados e com bons resultados. A Sespa é a primeira Secretaria Estadual de Saúde no Brasil que coordena essa iniciativa, pois em outros lugares a gerência era de institutos de pesquisa, como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)”, explica a coordenadora da Divisão de Entomologia do Lacen/PA, Paoola Vieira. Segundo ela, para a realização da ação, é importante manter o diálogo e o apoio dos moradores durante todo o ano.

O aposentado Iran Santos, morador do condomínio em Ananindeua, aprova a iniciativa. “É uma questão de política de saúde, que deve ser desenvolvida para o bem estar do povo. Por isso, concordamos com essa ação. Também precisamos tomar cuidados pessoais com essas doenças”, observa. A dona de casa Cláudia Assunção, esposa de Iran, concorda com a prevenção. “Um projeto desses é importante. Não tive dengue e tenho medo de contrair, então a gente faz o possível para evitar o mosquito”, reitera Cláudia.

A coordenadora do Programa Estadual contra Dengue, Febre Chikungunya e Zika vírus, Aline Carneiro, explica que, antes da instalação das EDs, foi feita uma coleta de ovos do Aedes Aegypti para estabelecer uma medida inicial. Essa quantidade será comparada aos resultados das próximas coletas, que será realizada em fevereiro. “Nossas equipes vêm a cada 15 dias verificar o nível de água e reaplicar o pesticida. É importante que seja feito o acompanhamento durante todo o ano, observando fatores como mudança de clima e a própria localização da residência”, diz. 

Aline Carneiro destaca a expectativa de ampliação do projeto para outros municípios paraensesA expectativa é que o resultado positivo ao fim do primeiro ano possibilite a instalação das estações em outros municípios. “Esperamos reduzir a quantidade de ovos do mosquito em pelo menos 60%. Então teremos mais dados para ir a outras localidades com economia de tempo e recursos”, ressalta Aline Carneiro.

Cuidado constante – Mesmo com o trabalho das ED’s, a coordenadora enfatiza que a população precisa continuar com os cuidados em casa. “As estações são uma parte do trabalho conjunto que precisa ser feito permanentemente no combate ao Aedes aegypti, ainda mais em períodos chuvoso”, enfatiza. 

Isabela Soares trabalha como secretária no condomínio em Ananindeua e, ao saber da iniciativa da Sespa, lembrou de quando teve dengue há dois anos. “Foi muito ruim. Não se pode esperar adoecer para tomar cuidados. Desde que a estação de larvicida foi instalada em casa, o número de mosquitos diminuiu, mas isso não vai adiantar muita coisa se eu ou o meu vizinho deixar água parada no vaso de planta, por exemplo”, observa a secretária.

Para evitar a proliferação do Aedes aegypti, a Sespa orienta a população a adotar diariamente algumas medidas:

- guardar as garrafas sempre viradas para baixo; 
- encher pratinhos de vasos de plantas com areia até a borda; 
- manter bem tampados baldes, tonéis e caixas d’água, 
- guardar pneus ao abrigo da chuva e da água, 
- limpar calhas no telhado; 
- não deixar água parada sobre a laje; 
- colocar o lixo em sacos plásticos bem fechados dentro de uma lixeira tampada; 
- fazer sempre manutenção de piscinas utilizando produtos químicos apropriados.