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O papel educacional do árbitro nos Jogos Estudantis

Por Redação - Agência PA (SECOM)
25/06/2017 00h00

Em quadra o jogo inicia e termina com um sinal sonoro de um apito, mas quem está por trás da pessoa que imite o som é a figura central de ponderação e ajuizamento das disputas: o árbitro. A 59ª edição dos Jogos Estudantis Paraenses (JEPs), que envolve sete etapas regionais, mobiliza cerca de 100 árbitros, que cumprem um papel muito além do paradoxal das competições regulares, eles têm uma missão educacional com cada um dos 26 mil alunos-atletas participantes da competição.

A maioria são professores de educação física lotados no Núcleo de Esporte e Lazer (NEL) da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), responsável pela organização do evento, que é uma realização do Governo do Estado do Pará.

A árbitra Lúcia Martins, atual presidente da Federação Paraense de Handebol, esteve na competição da modalidade em Marabá com o também árbitro Florival Sodré, conhecido carinhosamente como “Ferrugem”. Durante os quatro dias de disputa, eles estiveram em quadra uma média de sete jogos por dia. “É um trabalho diferenciado, não somos apenas árbitros, mas educadores, pois os JEPs não têm como objetivo a formação de atletas, mas de cidadãos. Aqueles que se destacam e caminham para o profissionalismo é uma consequência natural”, destacou Lúcia.

Como responsável pelo bom andamento da disputa esportiva, o árbitro nos JEPs, ao contrário da maioria das outras competições, onde o profissional é estigmatizado, além de ponderar, repreende, assinala, aconselha, coíbe, mas também conquista o carinho e a admiração da torcida e inclusive dos atletas.

O aluno da escola Municipal Dom Pedro I, de Rondon do Pará, Renato Damasceno, que ficou com o vice-campeonato na disputa do voleibol, ao receber a prata das mãos do árbitro Augusto Souza, também recebeu com atenção as orientações, sobre nível técnico do jogo praticado pela equipe, como aprimorar o relacionamento com os adversários em quadra e se tornar cidadão protagonista das próprias conquistas.

“Se dediquem em quadra, pois vocês precisam se aprimorar mais, façam sempre um jogo sem faltas, depois que saírem de quadra sempre tenham em mente que o adversário é um estudante como vocês, que ganhar e perder faz parte do jogo, mas principalmente se dediquem aos estudos, que esse é o principal objetivo da vida de vocês”, disse.

Para o mais experiente dos árbitros dos JEPs deste ano, Gilmar Cunha, o trabalho de um educador, responsável pelas instruções pedagógicas, acaba por moldar a disciplina dos alunos para além da competição esportiva. “Em termos gerais, a arbitragem é para disciplinar e preservar a qualidade do jogo, mas quando estamos em quadra com estudantes evitamos ao máximo, por exemplo, dar cartão vermelho para atletas da faixa de 12 a 14 anos, mas em casos inevitáveis a gente para a partida e explica de forma didática e rápida porque ele ficará fora do jogo, para que ele possa entender e compreender os valores da vida”, disse.

Para dar conta do trabalho na época dos JEPs, os árbitros passam mais tempo em quadra com os estudantes que em casa com a família e se empenham ao máximo na equação entre a arbitragem e didática. Uma arte, uma técnica de arbitrar e ensinar os alunos e/ou, ainda, os colegas que estão iniciando a carreira de árbitro. 

Isaías Bonfim, árbitro de voleibol é um deles, com mais de 20 anos de profissão, destacou que em quadra o árbitro desempenha também o papel complementar do técnico do atleta. “O adulto tem por obrigação saber regras e regulamentos da competição, mas algumas vezes o técnico não repassa essas informações completas para seu aluno, então, durante as competições, o árbitro também desempenha essa função complementar”, disse.

Os JEPs regionais e estadual são seletivas para os Jogos Escolares da Juventude - 3º maior evento escolar do mundo -, que reunirá alunos-atletas de todo o pais em Curitiba (PR) para a etapa de 12 a 14 anos, entre os dias 12 a 21 de setembro; enquanto Brasília (DF) será a sede da etapa de 15 a 17 anos, entre 16 a 25 de novembro. No Pará a última etapa foi realizada neste final de semana, em Marabá, e a fase estadual será realizada em agosto e setembro deste ano.