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REPRESSÃO AO CRIME ORGANIZADO

Estado reduz em 44% o número de roubos a veículos

Perícia do CPC Renato Chaves em veículos adulterados tem contribuído nas ações policiais.

Por Jackie Carrera (SECOM)
08/01/2020 15h56

Mais de 8 mil ocorrências foram registradas no ano passado na Divisão de Repressão ao furto e roubo de veículos (DRFVA), da Delegacia de repressão ao crime organizado (DRCO). Desse total, o saldo de inquéritos policiais instaurados rendeu 3.313 roubos e 2.902 furtos, recuperando e devolvendo cerca de 5.476 veículos. Isoladamente, os dados são numerosos, mas de acordo o Sistema de Segurança Pública do Estado, eles representam uma redução na quantidade de roubos e furtos a veículos no Pará.

Delegado Társio Martins destaca o trabalho feito na redução dos roubos a veículos no Pará.

“No Estado, houve uma redução em torno de 44% no número de roubos a veículos e 6% no de furto. Como a gente pode ver, o destaque maior vai para o roubo porque caiu bem mais que a redução nacional de 27%, segundo dados da Secretaria Nacional de Segurança Pública”, disse o delegado Társio Martins, da DRFVA.

Para o delegado, o controle maior do Estado dentro dos presídios reforçou a segurança de forma geral, refletindo nesses dados. Mas também foram outras estratégias tomadas pela polícia que causaram a redução. Ele explica que, à medida que os líderes criminosos perderam influência fora dos presídios, outras lideranças tentaram ascender no crime organizado e a polícia respondeu rapidamente por meio de investigações e operações que culminaram na prisão dessas pessoas.

“Nós precisávamos lidar com esses lideres que foram ascendendo. Teve prisões muito importantes, como algumas de adulteradores de veículos e outra de um criminoso que tinha relação com uma facção criminosa e já estava comandando ações”, reiterou.

Empresas que comercializam peças de veículos também foram alvos de fiscalizações.

“Também fizemos várias operações menores, mas de igual valor, que foram feitas em estabelecimentos comerciais, conhecidos como sucatas que vem tomando conta em vários trechos da região metropolitana e no interior do Estado. Nós mapeamos esses corredores e começamos a fiscalizar. Daí surgiram vários autos em flagrantes e conseguimos coibir a atuação de quem agia irregularmente”, explicou o delegado.

E o trabalho integrado entre Polícia Civil, Perícia Científica e agentes fiscalizadores de trânsito como DETRAN e PRF contribuiu também no combate ao furto e roubos de veículos no Pará. 

“Um trabalho muito importante que deve ser destacado é a reaproximação da polícia judiciária com a polícia criminal. Então, a gerencia de perícia veicular fez um trabalho muito articulado com a polícia especializada, garantindo a qualificação na identificação veicular, nas fraudes mais corriqueiras. E esse trabalho mais apurado, mais aprofundado, que através dos laudos prova se o veículo foi ou não modificado, é fundamental para tornar todo caso esclarecido e incontestável”, reforçou Társio Martins, diretor da DRFVA.

Gerência de Perícia Veicular – No Instituto de Criminalística do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, funciona a gerência de Perícia Veicular, um setor que atende, diariamente, usuários e diversos órgãos públicos, inclusive a polícia, na elaboração e emissão de laudos periciais de veículos.

Haroldo Costa, empresário e estudante de direito, veio à gerência nesta terça feira (8) para buscar o laudo feito no veículo dele, depois que foi batido em uma briga de trânsito. O caso foi parar na polícia. Ele quer provar que a batida foi de propósito, pois alega que o veículo dele estava parado. Esta é a segunda vez que ele precisa do serviço e elogia.

“Aqui na perícia dos carros é muito rápido. Muito rápido mesmo. A gente não fica esperando muito. E isso é bom porque eu tenho que voltar na delegacia com esse laudo e ir atrás dos meus direitos. E esse trabalho pouca gente conhece, por isso pouca gente procura e acaba deixando pra lá, não acredita que vai ter seu direito garantido.”, disse Haroldo.

Casos de acidentes de trânsito (com danos no veículo) que vão parar na polícia são as principais demandas do setor. O gerente da Perícia Veicular do CPC, Rildo Moraes, revela que a média mensal é de 457 atendimentos. Ou seja, cerca de 27 perícias são feitas por dia, internas e externas. Os outros casos policiais são os de adulterações em chassi, placas, e até mesmo no motor do veículo; e quando o proprietário do veículo procura a delegacia do consumidor reclamando alguma falha de fabricação.

“Damos apoio ao trabalho da polícia militar e polícia civil que solicita nosso trabalho, principalmente a de roubos e furtos de veículos. Mas também fazemos perícia de mecânica. No caso, quando o proprietário do veículo procura a delegacia do consumidor reclamando problema de fabricação. A polícia encaminha esse veículo pra cá. E ainda tem os exames complementares que a polícia pede, como por exemplo, a perícia no disco do tacógrafo, dispositivo usado para marcar a velocidade atingida pelo veículo, em um determinado momento ou hora do dia, no momento do acidente. Fazemos também em motor e câmbio. Conseguimos resolver 92 % desses casos”, disse Rildo.

Nos casos de veículos que foram objetos de roubo ou furto, a perícia tem qualificação técnica para manipular ferramentas e substâncias químicas que conseguem desvendar fraudes.

“Nós temos esse respaldo de cortar o veículo com maçarico, ou desmontar ele todo se for necessário”, disse o perito.

No mês de outubro, foram emitidos 306 laudos de constatação técnica de danos em veículos e trafegabilidade para delegacias e seccionais. E mais 88 laudos foram expedidos para a DRFVA. A equipe também realiza perícias no interior apoiando Detran e Arcon. Assim como atende motoristas que querem recorrer na justiça.

“O agente de trânsito ou fiscalizador não tem capacidade para chegar numa conclusão de quem foi o culpado. Então o usuário pode recorrer a nós e pedir um parecer técnico em cima daquele relatório de um agente municipal, estadual ou federal. Neste caso é cobrado uma taxa.”, conclui Rildo.