Projeto Reciclea vai da escola às comunidades tradicionais
Este ano, quando o Projeto Reciclea, desenvolvido pela Escola Estadual Frei Miguel de Bulhões, no município de São Miguel do Guamá, no nordeste paraense, completa 10 anos, terá em agosto alunos em três comunidades tradicionais - indígena, quilombola e ribeirinha – realizando atividades de educação ambiental, a fim de formar gerações mais responsáveis com a preservação da natureza.
O objetivo do “Reciclea” é desenvolver a consciência crítica socioambiental nos alunos, para torná-los agentes de ações capazes de despertar a sensibilização na sociedade, e assim cada cidadão veja que pode fazer a diferença na busca por um ambiente em equilíbrio.
O projeto executado pela comunidade escolar tem o suporte de duas ferramentas: a elaboração anual da cartilha “Reciclea adote essa ideia”, que este ano chega a sua décima edição, tendo como tema as comunidades tradicionais, e a encenação da peça teatral "Lixão tem solução", que ajuda a divulgar as atividades de educação ambiental nas comunidades de uma forma bem acessível.
Visita ao lixão - A atividade já ultrapassou os limites de São Miguel do Guamá, e está sendo levada a escolas dos municípios de Bragança, Mãe do Rio e Paragominas. “No último dia 23 recebemos a comenda ambiental da Câmara do nosso município pela iniciativa”, informou a coordenadora do projeto, Lindalva Fernandes, professora de Geografia.
Segundo ela, o projeto surgiu há 10 anos, após a vista de alunos ao lixão do município. “Eles ficaram muito sensibilizados com a situação das crianças, e juntos fomos em busca de uma forma de auxiliar aquelas famílias. Inicialmente, houve a proposta de doar cestas básicas de alimentos para as famílias. Em contrapartida, elas manteriam as crianças longe dos lixões. Mas percebemos que não seria a solução para o problema, que é muito mais abrangente e complexo”, destacou.
Função social - A comunidade escolar decidiu, então, adotar outra estratégia: Trabalhar elementos-chave para a melhoria da qualidade de vida, enfatizando a função social da escola, que é formar cidadãos críticos, reflexivos e conscientes de seus direitos e deveres na sociedade.
“A cartilha abriu uma oportunidade para ser trabalhada esta interdisciplinaridade dentro da escola, além de proporcionar uma excelente oportunidade para os alunos aprenderem de uma forma diferente e divertida. Ela instiga também a pesquisa sobre os impactos humanos na natureza, sobre a destruição que temos causado, desenvolvendo o senso crítico e fazendo com que busquem atitudes que possam minimizar, ou mesmo resolver, os problemas em questão”, explicou a professora Lindalva Fernandes.
A cartilha tem a parceria do jornal O Liberal, responsável pela impressão gráfica. Além do material impresso, anualmente é elaborado o teatro Recicleia, com o tema “lixão tem solução”, uma prática educacional que exige oficinas de teatro para os alunos e a confecção do figurino com materiais reutilizáveis.