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Ophir Loyola beneficia pacientes com laserterapia

Por Lívia Soares (HOL)
28/11/2019 15h11

A mucosite oral é uma das complicações mais comuns e dolorosas em pacientes oncológicos. Trata-se de um processo inflamatório que ocorre na mucosa oral (boca, faringe, laringe, esôfago) causado pela utilização da quimioterapia e da radioterapia de cabeça e pescoço, isoladas ou em conjunto como protocolo para o tratamento oncológico.

O laser aplicado em baixa intensidade é eficaz no controle da dor e no aumento da reparação dos tecidos

Essa complicação é um dos principais efeitos colaterais da terapia e surge, em média, de sete a dez dias após a quimioterapia e a partir da segunda semana de radioterapia. Muitas vezes impede que os pacientes exerçam funções normais do dia a dia, como a mastigação e a alimentação. O Hospital Ophir Loyola, Centro de Alta complexidade em Oncologia, realiza cerca de 120 sessões de laserterapia por mês para dar mais qualidade vida aos enfermos.

Utilizado em grandes centros oncológicos mundiais para combater e tratar a mucosite, o laser em baixa intensidade é o meio eficaz no controle da dor e no aumento da reparação tecidual. Age estimulando a regeneração da mucosa e promovendo a analgesia e previne feridas, uma vez que a ação anti-inflamatória do laser impede que as células da mucosa sejam destruídas, evita, portanto, o rompimento da mucosa e a formação das lesões.

O HOL mantém uma Divisão de Odontologia, com equipe completa para assistir as complicações bucais ocasionadas pelo tratamento do câncer.  O tratamento com laserterapia iniciou em 2004, no setor de oncopediatria, e logo se estendeu para a oncoclínica. O hospital foi o primeiro na Região Norte a ofertar essa terapia.

A cirurgiã-dentista Elsa Barros, chefe da Divisão de Odontologia, explica que a mucosite impede o paciente se alimentarA cirurgiã-dentista, Elsa Barros, é chefe da divisão de odontologia e explica que ao desenvolver mucosite, o paciente deixa de se alimentar por causa da dor provocada pelo contato dos alimentos com a inflamação. “Isso pode ocasionar uma perda de peso e uma baixa na resistência do indivíduo.  Além disso, as lesões bucais podem ser porta de entrada de infecções, sendo necessário, algumas vezes, interromper o tratamento”, esclarece.

O tratamento com o laser é feito antes, durante e depois das sessões de quimioterapia e radioterapia, com a finalidade de diminuir o risco de infecções e complicações que possam agravar o estado de saúde do paciente. “É necessário identificar e tratar todo processo infeccioso para que o quadro não piore durante a baixa imunológica ocasionada pelo tratamento do câncer e que pode levar o paciente a desenvolver infecções mais graves que podem até levar ao óbito”, informou Elsa Barros.

Moradora do município de Inhangapi, a agricultora Maria de Fátima,46, está internada para o tratamento da leucemia. Há 22 dias passou por sete ciclos de quimioterapia.  Mas antes foi submetida ao laser profilático a fim de reduzir os possíveis efeitos colaterais das drogas, por isso apresentou apenas uma hiperemia na região da mucosa jugal, ou seja, uma vermelhidão ocasionada pela congestão sanguínea. “Eu fico feliz quando ela vem fazer o meu tratamento, pois não sofro com dores na boca, consigo me alimentar. É um cuidado com  gente”, disse Maria.

O número de sessões e a frequência é determinado pelo dentista capacitado em laser que levará em consideração o tipo de tratamento e a condição sistêmica do paciente. "A laserterapia começa uma semana antes do tratamento como prevenção e quando o paciente desenvolve alguma complicação decorrente da terapia, como mucosite, herpes, disfunção de ATM (articulação temporomandibular) e a xerostomia (condição associada à baixa produção de saliva), as sessões são feitas até  que ocorra a remissão”, enfatiza a cirurgiã - dentista.