Empresa paraense, do PCT Guamá, lançará primeira coleção de joias produzidas em série
Residente do Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá, instalado em área da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém, a empresa Karajaz lançará na próxima sexta-feira (29), para um grupo de convidados, a primeira coleção de joias com as linhas “Folheados da Amazônia”, “Prata da Amazônia” e “Pedras da Amazônia”. As peças foram concebidas pelos processos de modelagem, prototipagem 3D e fundição.
Com a nova coleção, a empresa se consolida como a primeira a produzir joias em larga escala no Pará, o que sempre foi um desafio para o setor joalheiro até o final dos anos 1980, período em que as indústrias joalheiras eram totalmente artesanais e pouco competitivas, o que se refletia no alto valor de uma peça.
Entre outros fatores, o desenvolvimento de novas tecnologias de produção tornou possível a produção em grande escala. Hoje, a produção em série é um dos principais fatores de competitividade na joalheria moderna. As tecnologias aumentaram também a precisão dos detalhes e a qualidade no acabamento das joias, reduzindo o tempo de produção devido à modelagem 3D e maior velocidade na produção do desenho.
Segundo Maurício Favacho, diretor da Karajaz, a indústria de folheados é versátil. “O termo folheado não é pejorativo, porque você não exporta semijoia, mas sim joia folheada, porque contém em certa quantidade o metal precioso, o ouro e a prata”, explicou. A quantidade de metal precioso exigido nas joias folheadas é definida por normas técnicas específicas.
“Se você pegar os códigos normativos de nomenclatura de exportação, usam-se os termos Joia Folheada a Prata e Joia Folheada a Ouro. Houve uma época em que se usava muito o termo semiprecioso se referindo às gemas. Isso caiu por terra, graças ao Hans Stern (empresário alemão- brasileiro fundador de conhecida joalheria homônima). Há uma frase célebre dele, conhecida no meio joalheiro, que mudou o conceito até em nível mundial, que diz que não existe pedra semipreciosa, assim como não existe mulher semigrávida. Ele quer dizer com isso que todas as pedras são preciosas”, completou Maurício Favacho, que também é especialista em gemas e joias.
Além da coleção de joias folheadas, serão lançadas outras duas coleções, uma que busca valorizar a prata, e a outra, as gemas obtidas na região. Todas as joias produzidas pela Karajaz são acompanhadas de Certificado de Autenticidade, assinado por gemólogo acreditado, em conformidade com o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea).
Tecnologia – A Karajaz é considerada um case do Instituto Gemológico da Amazônia (IGA), associação de geólogos, gemólogos e engenheiros de minas, criada com a missão de conciliar o potencial mineral do Pará com a produção joalheira da região, desenvolvendo o setor com tecnologia e capacitação de recursos humanos, a exemplo do que é feito no Sudeste do Brasil.
A empresa busca agregar valor a materiais já explorados no Pará, antes que estes sejam exportados apenas como matéria prima. Metais como ouro e cobre (abundantes no sul do Estado), e gemas minerais (ametista, citrino, quartzo fumê, cristal de quartzo, ágatas, entre tantas outras) se agregam a materiais orgânicos, como sementes, couro, chifre, conchas e madeira, na criação de joias e outros produtos diferenciados.
A Karajaz se destaca ainda por oferecer serviços inéditos ao setor joalheiro na região. Empresas de pesquisa mineral e o público em geral podem contar com serviço de identificação e avaliação de gemas e joias, design e prototipagem e consultoria em pesquisa mineral. A empresa também oferece workshops, cursos de capacitação e palestras voltadas ao meio joalheiro e minerário.
Cursos - Em dezembro, nos dias 13, 14 e 15, o IGA também promoverá no PCT Guamá o primeiro Curso de Modelagem 3D de joias com foco em elementos da cultura amazônica. Inédito no Pará, o curso é destinado a estudantes e profissionais da área. As vagas são limitadas.
Também se encontra em fase de planejamento, com previsão para o primeiro semestre de 2020, o Curso de Gemologia, que terá coordenação de Rejane Amaral, geóloga e gemóloga formada pelo Instituto Canadense de Gemologia, também integrante do IGA e da empresa Karajaz.
*Texto: Luciane Fiuza/Karajaz
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