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Governo dá início ao processo de ampliação das operações em Vila do Conde

Por Redação - Agência PA (SECOM)
04/07/2017 00h00

O Governo do Pará deu início ao processo para que o porto de Vila do Conde, em Barcarena, receba navios do tipo "Capesize", com capacidade para ate 220 mil toneladas de carga. A DTA, empresa especializada em engenharia de portos, entrou nesta terça-feira (4), junto ao Ministério dos Transportes, com um pedido de Processo de Manifestação Pública de Interesse para estudos de dragagem dos canais do Quiriri e do Espadarte que dão acesso ao porto.

O pedido foi entregue por representantes da DTA ao ministro dos Transportes, Maurício Quintella, em reunião que teve ainda as presenças dos secretários de Desenvolvimento Economico, Mineração e Energia, Adnan Demachki, e de Transportes, Kléber Menezes, além do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA).

Agora, o ministério deve analisar o pedido e, em caso de aprovação, autorizar os estudos para que outras empresas, além da DTA, apresentem projetos com o mesmo objetivo. Após a apresentacao dos estudos, se seguir em frente, após licitação a empresa vencedora fará o trabalho de dragagem, ganhando o direito de explorar a navegação no canal. 

A profundidade dos canais, hoje, é de 14 metros, limitando o acesso a navios com até 70 mil toneladas. Com a dragagem, a profundidade do canal chegaria a até 20 metros, permitindo o acesso de navios de maior calado e capacidade de carga já exigida por importadores de produtos da maioria dos países da Europa, China, além dos Estados Unidos, principais parceiros comerciais do Brasil.

“O governo federal tem como um dos seus objetivos estratégicos desenvolver o Arco Norte do país”, disse o ministro Maurício Quintella. “Por isso recebe com entusiasmo esse PMI e desde já garantimos que daremos todo apoio e suporte para que o canal seja dragado”, afirmou. Segundo Quintella, “o porto de Vila do Conde precisa ser competitivo e atender a demandas internacionais, para que o Brasil apresente ao mundo outras opções portuárias viáveis que não sejam somente nos portos do sul e sudeste do país”.

Para o secretário Adnan Demachki, “este é o início de um resgate histórico”. “No passado a sociedade paraense culpou os políticos paraenses por permitir que o minério da Vale fosse escoado pelo Maranhão, como se tivéssemos perdido para o Estado vizinho o nosso minério e parte do desenvolvimento, mas foi uma decisão geográfica, pois o Porto de Itaqui no Maranhão tem até 24 metros de calado e recebe navios de minério em torno de 300 mil toneladas, enquanto que Vila do Conde tem somente 12,5 e recebe navios em torno de 70 mil toneladas”, esclareceu.

“Hoje, estamos trabalhando pra viabilizar uma PPP da ferrovia paraense que levará até o Porto de Barcarena e futuramente ao de Abaetetuba dezenas de milhões de toneladas de carga ao ano, e por isso precisamos também encontrar a solução portuária, ou seja, a dragagem do canal”, afirmou o secretário Adnan Demachki, responsável pela interlocução com o setor privado prospectando empresas interessadas no projeto.

Ferrovia – À tarde, Adnan Demachki se reuniu com técnicos da área de transportes ferroviários do ministério. O encontro serviu para que o secretário apresentasse detalhes sobre o projeto da Ferrovia Paraense, via férrea com início em Barcarena (Porto de vila do conde) e finalizando em Santana do Araguaia, no extremo sul do Estado.

Potencial de carga, de geração de postos de trabalho, providências já tomadas pelo governo do Estado para a viabilização do projeto e parcerias já protocoladas com a iniciativa privada, foram alguns dos pontos ressaltados por Adnan aos técnicos. Sete pedidos de apoio técnico ao governo federal – fundamentais para o andamento do projeto – também foram apresentados. Entre eles, o de inclusão da ferrovia nas linhas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Em seguida Adnan Demachki, em outra audiência, apresentou o projeto da ferrovia paraense ao presidente da Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (Anut), Luis Henrique Valdez. A ideia é que a Anut possa divulgar aos associados essa nova alternativa logistica do país, visando atrair carga para viabilizar o empreendimento.