Filme “Nunca me sonharam” será exibido em escolas do Pará
A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) vai estimular a difusão, na rede de ensino público, do documentário “Nunca me sonharam”, que aborda a importância da educação para a sociedade. O longa foi exibido nesta quarta-feira, 5, para convidados da Seduc e do Instituto Unibanco, parceiro do Governo do Estado no Pacto pela Educação. “Nunca me sonharam” também pode ser acessado gratuitamente por grupos com mínimo de cinco pessoas, na plataforma online http://www.videocamp.com/pt.
O compromisso pela difusão do trabalho foi assumido após a exibição do filme, pela secretária de Estado de Educação, Ana Cláudia Serruya Hage, e pela secretária Extraordinária de Municípios Sustentáveis, Izabela Jatene. Produzido por Maria Farinha Filmes e dirigido por Cacau Rhoden, o longa foi exibido para mais de 150 convidados da Seduc e do Instituto Unibanco, incluindo os alunos, diretores e professores de escolas de Belém e Santarém que participaram das gravações.
“Vamos compartilhar esse trabalho sobre a educação pública no País com os demais profissionais das escolas estaduais, com 648 mil estudantes”, disse Ana Claudia Hage. A intenção é fortalecer o debate sobre experiências e práticas pedagógicas no momento em que se discute a proposta do Ensino Médio e a Base Nacional Comum Curricular.
Já Izabela Jatene, que representou o governador Simão Jatene no evento, anunciou que “Nunca me sonharam” será exibido nos “aulões” do Enem, promovido pela Fundação Pro Paz, que neste ano foca na preparação de 27 mil estudantes para o exame.
O superintendente do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, disse que a proposta é a de intensificar o debate sobre educação na mesa dos brasileiros, com a mesma intensidade com que se fala sobre política, futebol e violência. “A educação tem que entrar na mesa de jantar das famílias brasileiras. O filme traz emoção, mas ao mesmo tempo reflexão sobre os desafios. Quando a educação estiver no mesmo nível de relevância (que política, futebol e violência), no dia a dia, a gente vai ter mais condições de transformar esse país”, disse o economista.
O Instituto Unibanco investe, em parceria com a Seduc, na gestão escolar por meio do Projeto Jovem de Futuro, que hoje está presente em 156 escolas estaduais do Pará.
Histórias
Com maior número de participações no filme, 13 ao todo, alguns estudantes paraenses estavam presentes na noite de exibição especial. Guilherme Gonçalves, 20 anos; Daniele Castro, 22 anos; Beatriz da Silva Pereira, 17 anos; Alison Ribeiro Souza, 19 anos e Carlos Victor Ferreira, 22 anos, alunos da escola Antônio Batista Belo de Carvalho, saíram de Santarém acompanhados pela ex-diretora da unidade de ensino, Luciana Sousa, que atualmente responde pela Escola Tecnológica de Santarém, e que também participa do filme. Há ainda depoimentos de alunos das escolas estaduais Antônia Paz da Silva e Avertano Rocha, de Belém.
No filme, os jovens expõem seus sonhos e a rotina de relacionamento com professores e a própria escola, revelando as expectativas de vida e o que desejam do aprendizado para o futuro pessoal. Este é o caso de Beatriz Pereira, que cursa o 2º ano na Escola Antônio Batista Belo de Carvalho, que expressa seu sonho de estudar em Londres. Beatriz, de família humilde no oeste do Pará, quer se formar em Matemática.
Já professores e gestores relatam experiências pedagógicas positivas e o desafio cotidiano de formar cidadãos. Odimar Melo, 43 anos, professor da Escola Estadual Avertano Rocha, de Icoaraci, é um deles. “Temos a perspectiva de gerar condições para que os nossos jovens possam sonhar. Realmente, os nossos jovens nunca foram sonhados pelos adultos, no sentido do apoio, do acreditar. E nós, como professores, acreditamos muito nesses jovens. Nós plantamos as tâmaras, um vegetal que só vai dar frutos em 80, 100 anos, mas é importante plantar, como a gente fala no filme, porque alguém vai colher, principalmente, os nossos alunos”.