Fórum incentiva realização de negócios entre Pará e Guiana Francesa
O Fórum reuniu empresários da Guiana e do Pará em torno de novas parcerias comerciaisEmpresários paraenses e estrangeiros se reuniram nesta segunda-feira (11), em Belém, no I Fórum de Negócios Pará - Guiana Francesa. O evento foi uma oportunidade de disseminação de informações sobre mercado e, principalmente, de realização de negócios. A promoção foi da Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec), em parceria com o Centro Internacional de Negócios (CIN/), da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), com a Câmara de Comércio e Indústria da Região da Guiana Francesa (CCI Guyane) e a Business France - principal agência de promoção de investimentos da França.
Realizado na sede da Fiepa, a programação foi dividida em palestras sobre mercado entre Pará e Guiana, e incluiu uma rodada de negócios. Os participantes receberam informações atualizadas sobre mercado. Também tiveram oportunidade de negociar produtos e alinhar parcerias diretamente com oito empresas da região da Guiana, que atuam em setores como tecnologia, transportes, energia, meio ambiente e saúde.
De acordo com a Business France, responsável pela internacionalização da economia francesa, a Guiana ainda realiza poucas trocas com o Brasil, apesar de possuir uma fronteira direta com o País. Por esta razão, a agência enxerga o Pará como mercado estratégico por conta de sua proximidade geográfica, condições econômicas e pela biodiversidade dos produtos naturais, o que abre espaço para a comercialização de produtos nos setores de cosméticos, agropecuário e de construções.
Adriana Braga, diretora da Business France, explicou que a aproximação com o Pará se deu inicialmente com o projeto de cabotagem inter-regional - uma linha marítima de curta distância para conectar os estados do Pará e Amapá ao planalto das Guianas e às Antilhas Francesas. “Começamos intermediando as relações com delegações do Grande Porto Marítimo da Guiana e, agora, com o projeto na fase de manifestação de interesse internacional, após um longo processo de prospecção comercial, temos o prazer de trazer uma delegação francesa de empresas e empresários com interesse de fazer negócios com o Pará”, afirmou.
Números - Segundo Cassandra Lobato, do Centro Internacional de Negócios, embora o Pará tenha exportado, entre janeiro e setembro deste ano, o equivalente a US$ 78,6 mil em produtos, principalmente madeira e feijão, não foram registradas importações no período, o que revela uma grande necessidade de aumentar as trocas comerciais entre as regiões. “Atualmente, a Guiana Francesa figura na posição 112 no ranking dos países compradores do Pará. Esse dado, acima de tudo, nos revela uma grande oportunidade de atuação e aponta o caminho ideal que devemos seguir para chegar onde queremos”, frisou.
O vice-presidente da Fiepa, Nilson Azevedo, disse que a logística é um dos pontos estratégicos mais interessantes para o mercado com a Guiana Francesa. “O principal diferencial do Estado do Pará é a proximidade com a Guiana, cujo mercado demanda cada vez mais produtos do Estado, rico na produção de diversos produtos e em vários setores importantes para a economia local”, completou.
Participantes do I Fórum de Negócios Pará - Guiana Francesa, realizado na FiepaNegócios - O empresário Philippe Byron, que atua na fabricação de placas de energia solar na Guiana Francesa e no Brasil, nos estados do Amapá e São Paulo, informou que seu objetivo é estabelecer parcerias para abrir uma filial no Pará. “A existência de uma ponte que liga a Guiana ao Norte do Brasil e a possibilidade de deslocamento aéreo são atrativos que nos permitem planejar negócios com o Pará. Acredito que aqui no Estado podemos desenvolver vários projetos junto com prefeituras e empresas privadas, vislumbrando a redução do consumo de energia com painéis solares, porque hoje conseguimos produzir uma energia mais barata, inclusive para grandes cidades, cuja população já começa a ter consciência de que a energia solar pode ser uma opção não somente ecológica, mas econômica, também”, explicou.
Segundo Selma Gouveia, da empresa BemBom Doces, que fabrica biscoitos e bombons regionais, “nosso objetivo é retomar um projeto antigo de internacionalização de nossos produtos com essa oportunidade de contato com a Guiana Francesa”. A empresária, que atua há mais de 24 anos nos mercados local e nacional, disse ainda que a finalidade é permitir que esses produtos fabricados a partir de frutas regionais, como cupuaçu e bacuri, cheguem ao mercado internacional por meio do Fórum.
Estratégia – Com atuação voltada ao incentivo à industrialização e ao desenvolvimento de negócios de infraestrutura produtiva no Pará, a Companhia de Desenvolvimento Econômico apresentou oficialmente aos participantes do evento o portal Invest Pará, página virtual que reúne um conjunto de informações estratégicas sobre o Estado e tem se consolidado como importante ferramenta auxiliar na política de atração de investimentos para o Pará. Nos últimos 30 dias, o site contabilizou mais de mil acessos a partir de diversos estados do Brasil e outros países, como Estados Unidos, Canadá, Argentina, Reino Unido, França e Japão.
Elaborado em linha com práticas internacionais e recomendações do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o portal disponibiliza informações técnicas, como dados econômicos das principais cadeias produtivas estaduais e projetos de infraestrutura em andamento para a melhoria do ambiente de negócios no Estado, além de localização estratégica, disponibilidade de fontes de financiamento, política de incentivos fiscais e demais vantagens para atrair a atenção de investidores.
“O Fórum de Negócios entre Pará e Guiana Francesa que promovemos na manhã de hoje é uma das mais importantes estratégias que estamos desenvolvendo, por meio de nossa Diretoria de Atração de Investimentos, para a o fomento às relações comerciais com a Guiana, que se mostra como um importante mercado a ser explorado. Na Codec, nosso objetivo é contribuir para a verticalização da nossa produção e, nesse sentido, a organização de eventos como esse, com a colaboração de parceiros como a Fiepa, é fundamental”, destacou o presidente da Codec, Lutfala Bitar.