Trabalho intensivo das forças de segurança diminui o número de roubos a veículos no Pará
Confira os números que são referentes ao mesmo período do ano anterior.
Já se passaram 9 anos, mas o empresário, Osmar Neto, nunca esqueceu o dia em que foi sequestrado e teve o carro roubado. Até hoje, ele diz que é difícil se recuperar do dramático episódio.
Osmar Neto passou um dos maiores sustos de sua vida. Seu veículo foi roubado e os problemas psicológicos perduraram.
“Dois homens vieram armados e me fizeram parar o veículo. Estava na travessa Humaitá com a almirante barroso e fui abandonado no 40 horas, em Ananindeua. 25 dias depois meu carro foi recuperado, mas totalmente adulterado. De lá pra cá, herdei uma síndrome do pânico”, disse Neto.
O trauma foi tão grande que o empresário já tentou se mudar três vezes de cidade, mas agora desistiu dos planos. “Percebo uma mudança muito grande este ano. A gente vê mais policiais circulando na rua, principalmente à noite. Isso tem inibido mais a violência”.
E não é só uma impressão do paraense. Os novos registros da Polícia Civil do Pará confirmam os baixos índices de roubos de veículos.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup), de janeiro a outubro deste ano foram registradas 3.228 ocorrências de roubos de veículos no Estado do Pará. No mesmo período de 2018, o registro foi de 5.786 ocorrências em todo o Estado. Isso representa uma redução de 44% nesse tipo de ocorrência.
Os números, tem como base, uma pesquisa realizada nos sistemas de informações do SISDETRAN (sistema operacional do Detran) e RENAVAM (Registro Nacional de Veículos Automotores).
A Polícia Civil do Pará contabilizou esta queda desde o primeiro mês do ano. O levantamento estatístico mostrou, ainda, que, em janeiro, os registros de roubos de veículos apresentaram decréscimo de 50,4%. Já os registros de furtos de veículos tiveram uma redução de 34,29%. Os números percentuais são referentes ao comparativo com os números de registros do mesmo período de 2018.
ROUBOS DE VEÍCULOS NO PARÁ:
JAN/2019 = 366 ocorrências
JAN/2018 = 738 ocorrências.
REDUÇÃO = 50,4% em comparação com o mesmo período do ano passado.
FURTOS DE VEÍCULOS NO PARÁ:
JAN/2019 = 320 ocorrências.
JAN/2018 = 487 ocorrências.
REDUÇÃO = 34,29% em comparação com o mesmo período do ano passado.
TOTAL DE ROUBOS + FURTOS DE VEÍCULOS NO PARÁ:
JAN/2019 = 686 ocorrências.
JAN/2018 = 1225 ocorrências.
REDUÇÃO = 44% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Repressão e Combate - Segundo o titular da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV), delegado Tarsio Martins, a queda nos números de roubos se deve, sobretudo, a uma nova política de segurança pública implementada pela atual gestão de governo.
Delegado Tarsio Martins explica como funciona o trabalho das operações estratégicas que diminuíram os assaltos a veículos no Pará.
“É um somatório de esforços de diversas instituições. A vinda da Força Nacional, a FTIP nos presídios e o maior policiamento nas ruas, incluindo aí a atuação do Território de Paz nos bairros que vem registrando queda em diversos delitos, de roubos a homicídios”.
Mas o delegado lembra que, com exceção de casos em que o carro é roubado para ser usado numa fuga ou pra cometer assalto, em geral, o roubo de veículo tem muito mais a ver com uma rede criminosa composta por receptadores e estelionatários. Por isso, o trabalho da polícia civil especializada, integrando diversas instituições como o Núcleo de Inteligência da Polícia Civil (NIP), tem sido mais qualificado na desarticulação dessas organizações.
Um exemplo disso, foi a operação “Tártaro”, realizada em agosto deste ano, que desarticulou um esquema de corrupção envolvendo servidores do Departamento de Trânsito do Estado (Detran), despachantes e pessoas investigadas pela venda de lacres e placas automotivas, para posterior revenda de veículos. Ao todo, foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão e nove de prisões preventivas. Na ocasião, oito pessoas foram presas em Belém e região metropolitana.
“Estamos com operações estratégicas que tem como alvo adulteradores que atuam no mercado negro de documentações, peças, chassis e placas de veículos. Não adianta só prender aquele que cometeu o roubo. Esse tipo de crime tem a pessoa que subtrai, mas também tem a pessoa que recebe o produto roubado, e a pessoa que adultera. E esse que adultera que movimenta toda a rede”, reitera o delegado Tarsio Martins.