Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
NA CASA DAS ARTES

'ParáLer' protagoniza leitura como difusora da riqueza cultural do Estado

Por Carol Menezes (SECOM)
31/10/2019 22h22

A leitura como ponto de partida para o conhecimento da vasta cultura paraense em seus mais variados aspectos. Essa é a proposta do “ParáLer - Nossa Festa Literária”, que ocorre na Casa das Artes, em Belém, até o próximo domingo (3). A programação, realizada pela Fundação Cultural do Pará (FCP), é inteiramente gratuita e voltada a crianças e adultos.

Aulas, relatos de experiências, mostras audiovisuais, exposições, bate-papos, rodas de negócios, concursos, debates, saraus, lançamento de livros, festival de contação de histórias, teatro, shows, clubes de leitura e rodas de conversa, voltadas a minorias políticas - como a comunidade LGBTQIA+, mulheres, negros e refugiados - são algumas das atividades ofertadas ao público desde quarta-feira (30), quando a festa literária tomou conta de todos os espaços do complexo. A varanda da Casa é ocupada por profissionais de gastronomia, em uma espécie de coletivo que recebe o nome de Taberna Pará. Nela, os pratos são acompanhados de exposições e debates importantes para pensar a gastronomia na região - como produção de alimentos, circulação de conceitos, agrotóxicos e questão ambiental.

Conexão - Ana Paula Brito integra o Coletivo de Mulheres de Produção Camponesa de Mosqueiro (distrito de Belém) – Amacampo -, em cujo estande há comidas típicas e outras produções orgânicas. "Esses dias perguntaram aqui o que é carimã (produto da mandioca obtido a partir da fermentação da raiz). Isso mostra que as nossas origens culturais estão, aos poucos, se perdendo. Estimular a leitura sobre a nossa região ajuda a resgatar isso", disse Ana Paula.

Coordenadora-geral do evento, Neila Garcês confirmou a intenção de fazer da leitura o eixo central que permite irradiações de diversos temas e reflexões, criando uma composição dialética. "A literatura se doa para a alimentação, que se vê na literatura. Então, é o ponto de partida, por isso tem debates, exposições, lançamento de livros, espetáculos com essa vertente", detalhou.

Estímulo

Aluno do 5º ano da Escola Estadual Rosa Gattorno, Adryan Figueiredo, 11 anos, integrou uma pequena excursão com outros colegas de turno, e passou a tarde aproveitando a programação do “ParáLer”. Ele participou de contação de histórias e até apresentou poesias. "Ouvi contos maravilhosos. Acho legal esse tipo de coisa. Estimula uma coisa tão legal que é ler, e que nem todo mundo faz", declarou o estudante.

A coordenadora pedagógica Celiane Álvares estava à frente do grupo de Adryan pela escola. "A gente resolveu trazê-los para mostrar o quão diversa é a nossa cultura; para despertar essa curiosidade", informou.

O advogado Ulisses Calluto tem em casa o que chama de “biblioquarto”. No mesmo lugar onde dorme e estuda, guarda com carinho cerca de mil títulos, dos mais diversos estilos, em uma estante desenhada por ele mesmo para abrigar suas preciosidades - que inclui até um título autografado pelo escritor Guimarães Rosa (1908-1967). É, portanto, um entusiasta de programações como o ParáLer.

"O Ziraldo costumava dizer que a leitura é mais importante do que o estudo, porque ler expande horizontes, vai além do que propõem matérias restritas. Tanto que começa-se a ler na tenra idade, e assim se segue até o fim da vida. A leitura é tipo de estudo prazeroso", definiu Ulisses Calluto, que tem no poeta Max Martins (1926-2009) seu autor paraense favorito.