Diálogos entre Alemanha e governadores da Amazônia apontam novas perspectivas para a região
Em Berlim, Helder Barbalho e Waldez Góes (AP) se reúnem com Ministério Federal de Cooperação Econômica e Desenvolvimento
Helder Barbalho e Waldez Góes (AP) com membros do Ministério Federal de Cooperação Econômica e Desenvolvimento do país europeuIntegrante do Consórcio de Governadores da Amazônia Legal, o governador do Pará, Helder Barbalho, se reuniu na manhã desta quinta-feira (31), em Berlim, na Alemanha, com o Ministério Federal de Cooperação Econômica e Desenvolvimento do país europeu. Após conversas e tratativas, o órgão do governo alemão sinalizou que, até dezembro, deve apresentar novos investimentos para a região amazônica.
O Ministério Federal financia 2 mil projetos em cerca de 90 países, entre eles, o Brasil, e, juntamente com a Noruega, é responsável por repassar ao estado brasileiro, por meio do Fundo Amazônia, um volume de cerca de 400 milhões de euros destinados à proteção da floresta amazônica.
Além de Helder Barbalho, também participaram do encontro, os governadores Waldez Góes (AP) e Wellington Dias (PI), além de secretários estaduais, entre eles, o titular da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Mauro O’de Almeida; e o de Planejamento do Piauí, Eduardo Corrêa Tavares.
Comitiva do Pará e do AmapáDurante a reunião, os governadores reafirmaram o interesse em manter uma parceria efetiva que possa contribuir com a construção de uma política sustentável para a Amazônia. Neste contexto, Helder Barbalho citou o reflorestamento de áreas degradadas pelas queimadas e a importância de investimentos em ciência e tecnologia.
“É fundamental viabilizar a floresta em pé e a preservação do meio ambiente com alternativas econômicas que tragam emprego e renda para nossa população. Fazer um agronegócio sustentável com aprimoramento tecnológico, impulsionando o melhoramento genético e de solo, e assim ampliando a produção sem que haja devastação da floresta”, disse o chefe do Poder Executivo do Pará.
A diretora-chefe do Ministério alemão, professora Claudia Warning, especialista em políticas de desenvolvimento, enfatizou que não há pretensão de acabar com a cooperação, embora isto tenha se tornado alvo de debates acirrados.
“A questão dos incêndios muito preocupa. Queremos saber as estratégias, planos, ideias para proteger este grande bioma. A sociedade alemã quer saber o que está acontecendo. Entretanto, a nossa cooperação com o Brasil é muito estreita e intensa. Queremos continuar e intensificá-la, e proteger ainda melhor a Amazônia, levando adiante o nosso engajamento pela causa”. (Claudia Warning, do governo alemão).
Para o governador do Pará, a reunião, que terminou por volta de 12h (horário de Berlim/8h em Brasília), foi bastante produtiva, pois demonstrou o interesse dos dois países com a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento de alternativas econômicas na Amazônia. Além disso, o governo alemão afirmou ainda que deve, até dezembro, apresentar novos investimentos para a região.
Diretora-chefe do Ministério alemão, Claudia Warning, afirmou que novos investimentos devem ser apresentados para a Amazônia“São investimentos não só em comando, controle e fiscalização, mas efetivamente em desenvolvimento sustentável. Houve uma sinalização muito clara de que existe um desejo que o Brasil tenha um compromisso efetivo na proteção da floresta e também o interesse de colaborar para o desenvolvimento das pessoas. Não adianta a floresta ser preservada e existir pobreza. Que a pobreza seja combatida, que o desenvolvimento chegue e isso seja compatibilizado com a floresta em pé. Continuaremos buscando soluções para a nossa região e reforçando que esses países respeitem a nossa soberania. Eu tenho dito sempre, a Amazônia é nossa”, enfatizou Helder Barbalho.
O secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Mauro O’de Almeida, se mostrou bastante otimista e ressaltou a necessidade de recursos, para somar esforços ao trabalho que já vem sendo executado. “Ao final da reunião foi definido que será encaminhado à embaixada alemã no Brasil ou ao próprio Ministério Alemão o pedido formal de que mantenha as parcerias e seja incentivado o aumento das mesmas”, completou o titular da Semas.