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Empresas de polpa de açaí investem na verticalização

Por Redação - Agência PA (SECOM)
13/07/2017 00h00

Após firmar protocolo de intenções em 2016 com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), para transformar sua produção de polpa de açaí no Pará numa indústria com produtos de valor agregado, a empresa Frooty Comércio e Indústria de Alimentos anunciou que sua unidade será instalada no município de Mocajuba e já postulou inclusive a licença de instalação na Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semas).

A informação foi repassada ao secretário Adnan Demachki, titular da Sedeme, responsável por conduzir a política industrial do açaí, com base em critérios de agregação de valor, sustentabilidade do empreendimento e desenvolvimento econômico de municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

“Somente a produção da polpa do açaí e levar esse produto para industrializar em São Paulo ou outro Estado não interessa ao Pará’’, ressaltou Adnan Demachki, na reunião em que o diretor de Suplementos da Frooty, Carlos Soares, apresentou o projeto industrial de fabricar uma linha de produtos mix de açaí, a partir do fruto comprado diretamente de 200 famílias de pequenos produtores rurais de Mocajuba, o que eliminará a figura do atravessador. Cerca de mil pessoas serão beneficiadas com esse processo de produção às margens do rio Tocantins.

A Frooty Alimentos atua há 20 anos no mercado brasileiro com o segmento de fruticultura, sendo 97% de sua produção comercializada no País. Carlos Soares disse que o Grupo tem avançado no mercado exterior, exportando 3% da produção, principalmente para os Estados Unidos. É justamente para os Estados Unidos que irão os produtos industrializados a serem fabricados com o açaí extraído dos campos naturais de Mocajuba.

"Poderíamos ter ido para qualquer outro município brasileiro, mas queremos Mocajuba pela estratégia de logística que é a produção às margens do Tocantins, pela alta qualidade do açaí paraense e porque nós temos obrigação de apoiar Estados que enxergam lá na frente, e com o projeto Pará 2030, não tem como ser diferente", ressaltou o diretor de Suplementos, referindo-se à política estadual de incentivos fiscais e ao tratamento institucional garantido pelo Governo do Pará.

"Empreender e fazer uma empresa crescer é uma tarefa difícil. Uma das maneiras de contribuir com o setor produtivo, que em muitos momentos precisa de apoio externo, é por meio de políticas públicas de desenvolvimento da economia, entre elas o incentivo fiscal", destacou o secretário Adnan Demachki, que frisou a importância da Frooty decidir-se por Mocajuba como sua sede matriz, numa ação impulsionadora da economia local.

Nos últimos meses, a Sedeme vem registrando um acelerado processo de verticalização da cadeia de açaí no Pará. A empresa Goola Açaí, por exemplo, também assinou um protocolo de intenções com a Sedeme, a fim de obter apoio para a planta industrial que o grupo finaliza em Ananindeua, município da Região Metropolitana de Belém.

O empreendimento da Goola está praticamente pronto para produzir itens como o sorbet de açaí puro ou misturado com banana e guaraná. O sorbet é um tipo de sorvete mais leve, sem leite, feito basicamente com água e frutas.

Os incentivos estaduais em formato de leis também têm atraído grupos já consolidados na praça estadual, como o Amazon Polpas, que há 12 anos funciona no Pará, no município de Castanhal, nordeste paraense, e que projeta um investimento de R$ 36,6 milhões para os próximos cinco anos, destinando cerca de R$ 7 milhões à compra e instalação de máquinas e equipamentos. Em projeto apresentado à Sedeme, a Amazon Polpa se compromete a investir em novos produtos como: açaí liofilizado, bebida mista, sorbet, açaí clairificado e o energético de açaí.

A Sedeme analisa os projetos citados com rigor, a fim de definir se eles estão adequados à política industrial preconizada pelo Estado. Na prática, quanto maior é o grau de agregação de valor para a verticalização da cadeia produtiva, maior é a concessão de incentivos. Além disso, frisou Adnan Demachki, a localização da empresa também pesa no ato de concessão de benefícios, pois quanto mais baixo for o IPS – Índice de Progresso Social – maior apoio ela receberá para se estabelecer em cidades menos desenvolvidas; além de critérios de geração de empregos e percentual das compras e insumos no Pará.

Outra empresa que foi contemplada com a política industrial do Estado é a Bela Iaçá, do Grupo Petruz. Além da polpa de açaí, a Bela Iaçá quer incluir em sua linha de produção o suco e o néctar da fruta. Vale ressaltar que esta empresa está instalada desde 2005 em Castanhal e já fabrica produtos verticalizados, tais como “bebida mista”, sorbet e o próprio sorvete tradicional, entre outras polpas de frutas. Para o projeto em questão, o empreendimento quer investir R$ 19 milhões nos próximos cinco anos, sendo R$ 8,2 milhões destinados à compra de novas máquinas e equipamentos necessários para um parque mais moderno.

A Petruz Fruity, também do Grupo Petruz, apresentou à Sedeme o investimento de R$ 10,7 milhões, sendo 4,6 milhões em máquinas e equipamentos, a fim de fabricar novos itens, como o sorbet, sorvete, suco e o próprio néctar. A Petruz Fruity produz bebida mista congelada, além da polpa convencional de açaí, desde sua criação em 2008.