Socioeducação: encontro debate sexualidade e DSTs na adolescência
Falar sobre sexo e as suas consequências nem sempre é tarefa das mais fáceis para muitos pais que têm filhos adolescentes. Por ainda ser um tema sensível, cercado de tabus, sete jovens participaram, na quinta-feira (10), de uma palestra sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e Aids, no Centro de Adolescente em Semiliberdade (CAS), localizado no distrito de Icoaraci, em Belém.
A programação ocorreu no espaço administrado pela Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa) e contou com a parceria da Unidade de Referencia Especializada em Doenças Infecciosas e Parasitárias Espaciais (URE-DIPE), da Sespa.
“Hoje nós realizamos uma roda de conversa com os jovens e foi muito positivo a participação e o interesse deles no assunto. Eles perguntaram sobre o uso do preservativo, tiraram suas dúvidas sobre os cuidados que precisam tomar para não contrair algum tipo de DSTs”, revelou a gestora do CAS, Cleidiane Monteiro.
Já há uma sinalização de ambas as instituições para realização de um segundo momento, utilizando recursos audiovisuais, cartilhas e folder, por exemplo. Na oportunidade, os jovens tiraram dúvidas, aprenderam as formas para evitar contrair algumas doenças, desmistificaram crenças presente do universo popular e receberam preservativos.
A técnica de referencia do eixo saúde, da Fasepa, Cirlú Cohein, ressalta que a sexualidade é algo construído e faz parte do processo de desenvolvimento do ser humano. “A maneira como ele lida com isso é que vai fazer toda a diferença, já que a sexualidade é inerente ao indivíduo. Isso também tem a ver com o processo de mediação das pessoas de referência desse adolescente”, observou.
Segundo ela, muitas vezes, esse direito de ser criança e adolescente foi negado e isso acarreta em um processo que se torna um ciclo. “Esses jovens acabam reproduzindo determinados comportamentos e padrões parecidos aos pais. Pela imaturidade sexual, eles ainda não estão preparados para lidar com determinadas situações, como uma gravidez, por exemplo, e com certeza traz problemas delicados para a vida deles e do coletivo”, afirmou.
Outras instituições públicas que compõem o Sistema de Garantia de Direitos também desenvolvem ações educativas, preventivas e inclusivas, na perspectiva de prestar um bom serviço aos adolescentes em conflito com a lei e seus familiares. Desse modo, essa e outras agendas envolvendo a educação, a saúde, assistência, segurança pública, poder judiciário, são realizadas sistematicamente para atender esse público.