Hospital de Clínicas inicia em escolas discussão sobre saúde mental
O Dia Mundial da Saúde Mental, comemorado em 10 de Outubro, foi criado em 1992 pela Federação Mundial de Saúde Mental (World Federation for Mental Health), com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para a questão da saúde mental global, mostrando que é comum a todos os povos, ultrapassando barreiras nacionais, culturais, políticos ou socioeconômicas. A data também visa ajudar a combater o preconceito e o estigma que cercam a saúde psicológica.
As doenças mentais, particularmente a depressão, representam o maior risco para suicídio. Números da Organização Mundial de Saúde (OMS) registram 800 mil casos de suicídio por ano no planeta, com um caso a cada 40 segundos. Pouco mais da metade das pessoas que chegam a esse ato extremo têm menos de 45 anos. Na faixa de 15 a 29 anos, o suicídio é a segunda principal causa de morte.
Diante da crescente demanda na Emergência Psiquiátrica do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, profissionais da Residência Multiprofissional em Saúde Mental e da Residência Médica em Psiquiatria, da Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV), levaram informações sobre saúde mental e prevenção ao suicídio para alunos de escolas públicas.
O projeto, desenvolvido durante o mês de setembro, ofereceu aos alunos das escolas Lauro Sodré, Maroja Neto e Salesiana do Trabalho esclarecimentos sobre sofrimento mental, durante cinco palestras coordenadas por preceptores dos programas de residência da instituição.
Múltiplos fatores - A psicóloga Cristina Lins, que participou do projeto, disse que a saúde mental é determinada por vários fatores - biológicos, ambientais e socioeconômicos -, por isso há necessidade de uma equipe multiprofissional para tratar o indivíduo. “Não tem uma única causa. Assim, são necessários muitos conhecimentos. A saúde mental é resultado de múltiplos fatores, portanto só a interdisciplinaridade dará conta da promoção da saúde”, afirmou a psicóloga.
Conversar é uma das principais estratégias para enfrentar o problema, afirmam os especialistas. Aluno do curso de Mecânica Automotiva, da Escola Salesiana do Trabalho, Arthur Luís Silva contou sobre quando começou a passar por longos momentos de tristeza e angústia, até conseguir pedir ajuda. “Eu tinha medo de como a minha mãe ia reagir. Mas contei o que sentia, ela me acolheu e nós procuramos ajuda. Ainda faço acompanhamento, e hoje me sinto bem melhor”, disse o estudante.