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Autocuidado é incentivado pela Sespa com a campanha Outubro Rosa

Por Mozart Lira (SESPA)
02/10/2019 17h19

O secretário Alberto Beltrame alertou para o principal passo no combate ao câncer de mama: a informaçãoPara chamar a atenção para a realidade atual do câncer de mama e a importância do diagnóstico precoce, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) lançou em Belém, nesta quarta-feira (2), no auditório do Instituto de Gestão Previdenciária do Pará (Igeprev), a oitava edição da campanha Outubro Rosa, cujo tema deste ano é “Autocuidado: Todos juntos na conscientização do Câncer de Mama”.

Durante a solenidade de abertura, o secretário de Saúde do Pará, Alberto Beltrame, alertou para o principal passo no combate ao câncer de mama: a informação, alertar sobre a necessidade de que as mulheres entre 50 e 69 anos devem fazer a mamografia a cada dois anos. “A mamografia é um exame de rastreio, e a campanha tem esse papel de disseminar informações sobre sua importância. A questão de ser em outubro é mais intensificada devido ao movimento internacional em torno do tema, mas o debate deve ser feito mês a mês, dia a dia”, reiterou o titular da Sespa.O lançamento da oitava edição da campanha ocorreu no auditório do Igeprev

O Pará possui capacidade para realizar até 350 mil mamografias ao ano, destacando-se o aumento de 10% no número de mamografias de rastreamento em mulheres de 50 a 69 anos de idade, tendo sido realizadas 16.035 de janeiro a junho de 2019, contra 15.643, no mesmo período de 2018. “Por isso, o nosso dever é maximizar a exposição das informações, para que cada vez mais mulheres e a população em geral estejam conscientes da necessidade de realização da mamografia”, alertou Alberto Beltrame.

Mudança de cenário - A recomendação é mudar o cenário do câncer de mama no Pará, apontado como o segundo em ocorrência entre as mulheres, perdendo apenas para o de colo do útero. De acordo com a Coordenação Estadual de Atenção Oncológica, o Pará registrou 627 casos de câncer de mama em 2017; 659 em 2018 e 250 em 2019, até o momento. Desse total, 47% ocorreram em mulheres na faixa etária entre 50 e 69 anos, seguida de 29% em mulheres de 40 a 49 anos.

Considerando esses números, que ainda preocupam, além de trabalhar na ampliação de serviços para cumprir a Lei 12.732, que estabelece 60 dias no máximo entre o diagnóstico e o início do tratamento para pacientes com câncer, a Sespa atua com as instituições do SUS (Sistema Único de Saúde) para reduzir, cada vez mais, esse tempo.

A coordenadora de Atenção Oncológica Patrícia Martins destacou a agilidade na atenção às mulheresEm 2019, a maioria das mulheres iniciou o tratamento antes desse prazo. “Estamos agilizando a atenção desde o primeiro atendimento na unidade básica de saúde. Na UBS, a mamografia para mulheres entre 50 e 69 anos pode ser solicitada pela enfermeira, e marcada de imediato. Se o exame apresentar alguma alteração, a paciente é logo encaminhada para o serviço de referência, a fim de fazer outros exames e biópsia, se for o caso”, disse a coordenadora de Atenção Oncológica da Sespa, Patrícia Martins.

Atenção Primária - Para a promotora de Justiça de Saúde do Ministério Público do Pará, Suely Catete, a campanha deve ter um papel de orientação e prevenção. “É essencial que setores da Atenção Primária estejam mais empenhados nesse debate, de treinar o agente comunitário de saúde a convencer a mulher naquela comunidade a superar preconceitos machistas e religiosos para fazer a mamografia, pois o maior dano por não fazer esse exame regularmente é o aumento significativo do risco de morte, além de aumentar a possibilidade de a mulher ter um câncer de mama avançado, com necessidade de cirurgias mais extensas, com mais riscos e radioterapia e quimioterapia mais agressivas”, acrescentou.A promotora Suely Catete defendeu uma campanha com orientação e prevenção

A dona de casa Ediana Pinheiro de Matos, integrante do Grupo Unidas pela Vida, sentiu na pele os efeitos de um tratamento da doença em estágio avançado. Segundo ela, o susto inicial foi superado, e há três anos é paciente do Hospital Ophir Loyola, um dos quatro hospitais de assistência de alta complexidade em oncologia do Pará disponíveis para tratamento exclusivo de câncer.

“Por mais dois anos ainda terei medicação pra tomar, após ter passado por todas as fases de tratamento. Estou vencendo essa doença, e sigo engajada para estimular as outras 119 mulheres do grupo (Unidas pela Vida) a seguirem com o tratamento. É um desafio constante, que requer fé e também disciplina”, disse Ediana Pinheiro, que relembrou o apoio das equipes da Coordenação de Atenção Oncológica da Sespa, da Unidade de Referência Materno-Infantil e Adolescente (Uremia) e do Hospital Ophir Loyola para o sucesso obtido no tratamento.

Sobre a campanha Outubro Rosa, a programação de abertura incluiu a palestra “Câncer de Mama e Práticas Integrativas e Complementares (PIC)”, proferida pelo biomédico, mestre em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários e doutor em Virologia na Divisão de Patobiologia Molecular, professor Nilton Muto, da Universidade Federal do Pará (UFPA), e uma roda de conversa com profissionais de saúde e as “embaixadoras da esperança”.O tema da campanha este ano incentiva o autocuidado

Equipamentos - A ocasião também foi marcada pela assinatura do termo de doação de equipamentos e materiais técnicos adquiridos pela Sespa à Uremia, destinados à implementação dos serviços de referência para diagnóstico e tratamento de lesões precursoras do câncer do colo de útero e diagnóstico de câncer de mama. O documento foi assinado pelo secretário Alberto Beltrame e pela diretora da Unidade, Graciete Ferreira.

Já nesta quinta-feira (3), no mesmo local, ocorrerá o Seminário Técnico para Profissionais de Saúde, com palestras e mesas-redondas sobre diversos temas, como “Epidemiologia do Câncer de Mama”, “Diagnóstico Precoce e Tratamento do Câncer de Mama”, “Diretrizes Clínicas do Câncer de Mama/Inca e Diagnóstico de Imagem”, “Integralidade do Cuidado no Câncer de Mama” e “Rede de Serviços, Regulação e Protocolos de Acesso de Média e Alta Complexidade”.

Como forma de ampliação na oferta de serviços e saúde, haverá nos dias 5, 19 e 26 de outubro, nos bairros Icuí-Laranjeira, em Ananindeua; Nova União e São Francisco, em Marituba, e Benguí, Cabanagem, Guamá, Jurunas e Terra Firme, em Belém, que já receberam as ações do Programa Territórios pela Paz (TerPaz), oferta de exames clínicos de mama e encaminhamentos de mulheres de 50 a 69 anos de idade para realizar mamografia. (Com informações de Roberta Vilanova).