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Curso no Benguí é encerrado com destaque para inclusão e acolhimento

Por Jeniffer Galvão (SECTET)
02/10/2019 12h28

Durante o encerramento das aulas do curso de “Design de Sobrancelhas/Embelezamento de cílios”, realizadas no bairro do Benguí, em Belém, o que mais chamou atenção de quem esteve presente foram os gestos da aluna Keiciany Ricardo Moreira, que traduzia para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) o que era dito para que outra aluna, Stephanye Brito Ricardo, deficiente auditiva, entendesse o que se falava. “Nesse curso tivemos realmente inclusão e fomos acolhidas por todas”, ressalta Keiciany, que é tia da Stephanye e se matriculou no curso para ajudar a sobrinha. Foi nesse clima de interação e inclusão que se deu o encerramento das aulas nesta terça-feira (1º), na escola estadual Marilda Nunes.

O curso de Design de Sobrancelhas/Embelezamento de cílios” foi realizado pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet) que integra as atividades do Programa Territórios Pela Paz (TerPaz) no Bengui. A carga horária é de 40h e por duas semanas as alunas tiveram aulas com a instrutora Andreza Dutra, do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), contratado pela Sectet para ministrar os cursos ofertados pelo projeto Cursos de Formação Inicial e Continuada para Jovens e Adultos. “Todas estão aptas para o mercado de trabalho ou abrir seu próprio negócio”, afirma Andreza, que destaca da dedicação de todas as alunas.

Inclusão – Sobre a presença da aluna com deficiência auditiva, Andreza afirma que não houve prejuízo para a turma. Em vez disso, houve uma sensibilização das demais alunas. “Deu vontade de aprender a língua de sinais. Não pela dificuldade dela em se comunicar comigo, mas pela minha dificuldade que tive de me comunicar com ela”, diz Edilene do Nascimento, demonstrando a empatia da turma por Stephanye.

Keiciany acompanhou a luta da jovem para fazer o ensino regular. “Foi com muita luta que ela conseguiu terminar o ensino médio. Na realidade não há inclusão porque não existem tradutores de Libras nas escolas”, conta a tia da deficiente auditiva. Ela destaca ainda que foi a primeira vez que conseguiu a aceitação da presença dela num curso de capacitação para fazer a tradução das aulas. “Já tentei várias vezes e nunca deixam que me matricule, mesmo eu pagando por nós duas. Dizem que nós iríamos atrapalhar as aulas”, lembra Keiciany.

Stephanye destaca que quer trabalhar para ajudar as pessoas. “Eu amo ajudar as pessoas”, diz a jovem com a ajuda da tia, que se emociona com a generosidade da sobrinha.

A gerente da Coordenadoria de Formação Inicial e Continuada da Sectet, Karoline Cordeiro, ressaltou a singularidade da turma. “Essa turma nos marcou pela acolhida de todas com a Stephanye. É realmente impactante ver que o que muitos veem como problema, aqui foi motivo de união, de solidariedade. Parabéns a todas e muito sucesso na vida profissional”, desejou a representante da Sectet.

O próximo curso ofertado no Benguí será de “Atendente em serviços de saúde”.