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Convênio da Susipe transforma vida de internos e egressos por meio do trabalho

Por Vanessa Van Rooijen (SEAP)
01/10/2019 09h34

"Minha família depositou toda a confiança em mim. Eu estava ansioso para participar do projeto e vou agarrá-lo com todas as minhas forças para conquistar a mudança da minha vida", declarou o interno Jussivan da Silva, custodiado há quatro anos e quatro meses no Centro de Recuperação Regional de Bragança (CRRB). Ele é um dos 30 detentos beneficiados pelo convênio da Susipe com a Citropar, empresa de plantio de laranja e venda do suco da fruta, em Capitão Poço, no nordeste paraense. Os internos foram recebidos na segunda-feira (30) para o primeiro dia de trabalho.

O convênio conta com o apoio do Tribunal de Justiça do Estado do Pará. Por meio da juíza Daniele Modesto e de uma triagem realizada pela equipe multidisciplinar biopsicossocial da Susipe, os internos são escolhidos e recebem a autorização da justiça para participar do projeto. Todos são do regime semiaberto do CRRB.

"O nosso pensamento é a educação e o trabalho, já que os presos do semiaberto precisam estar trabalhando ou estudando. Hoje, a Citropar está abrindo as portas para mostrar que não temos só quantidade para o mercado, mas também qualidade", afirmou o diretor da unidade prisional, Dario Emílio Ramos. 

Para o responsável pelo setor produtivo da Citropar, Odacyr Hernani, é uma alegria receber os internos para trabalhar na empresa. "Além da mudança, ajuda no desenvolvimento do Estado”, afirma. Segundo ele, a cadeia produtiva dos citrus passa por um processo de produção de muda, estufa, plantio, controle de pragas entre outras etapas, que serão ensinadas para os detentos. “Há outros setores da empresa e, a medida que formos avaliando e percebendo as compatibilidades, vamos atuar para que eles trabalhem com o que mais tem capacidade e gosto. Daremos a oportunidade de crescimento profissional", garantiu.
 
A coordenadora de Trabalho e Produção da Diretoria de Reinserção Social da Susipe, Ruth Benassuly, afirmou que é muito importante a reativação do convênio firmado com a Citropar para a reinserção social dos internos. "Os detentos que apresentarem bom rendimento poderão ser contratados pela empresa ao final do cumprimento da pena. No primeiro dia de trabalho, os internos participantes demonstraram estar felizes com a oportunidade apresentada, se comprometendo em fazer o melhor para serem merecedores de confiança, dando credibilidade para o acolhimento de outros internos", afirma.

Vida Nova

Custodiado há três anos e 11 meses em Bragança, Wilson Gomes dos Santos participa pela primeira vez do projeto. Ele afirma que felicidade e ansiedade são os sentimentos que resumem esse momento. “Nos ajuda a mostrar para a sociedade que há presos diferentes. Aqueles que não aproveitarem, podem ser retirados, mas essa equipe que está vindo agora vai se dedicar. Com o valor que eu juntar durante esse trabalho, pretendo fazer cursos, me capacitar profissionalmente, para que eu possa ter uma boa profissão quando for egresso e levar ainda mais felicidade para minha família", busca.
 
De acordo com o secretário Extraordinário para Assuntos Penitenciários, Jarbas Vasconcelos, a reativação do convênio também é fruto da visita técnica ocorrida na última semana, no Complexo Penitenciário de Santa Izabel, quando foi apresentado o projeto "Unidades Prisionais Produtivas". Na ocasião, que contou com a presença do governador Helder Barbalho, os empresários perceberam a importância de investir na mão de obra carcerária.

"Conforme tratativas em andamento, o convênio será aditivado e a empresa receberá mais 30 internos, totalizando 60. É de grande importância, tanto pelo volume de detentos, quanto pela responsabilidade, reconhecimento e qualidade da empresa parceira. Além disso, é válido destacar que quatro egressos do sistema são funcionários da Citropar atualmente", afirma.
 
Gabriel Brito é um deles. Ele começou a trabalhar na empresa quando era interno do CRRB, hoje é efetivado na Citropar e já trabalha há dois anos e cinco meses com carteira assinada. "Participar desse convênio mudou minha realidade dentro do cárcere. As ações que envolvem educação e trabalho podem mudar a vida das pessoas, basta elas quererem e se dedicarem para isso. Sempre existe uma nova oportunidade e a melhor escolha é o trabalho", afirma o hoje funcionário de serviços gerais.