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ESPORTE ADAPTADO

Belém sedia Campeonato Regional de Bocha Paralímpica

Por Redação - Agência PA (SECOM)
21/07/2017 00h00

Começou nesta sexta-feira (21), em Belém, o Campeonato Regional Norte de Bocha Paralímpica. A competição é realizada pela Associação Nacional de Desporto Paralímpico (ANDE) e reúne atletas do Pará, Acre e Rondônia. Ao todo, 26 atletas, sendo 13 paraenses (nove de Belém, dois de Marabá e dois de Barcarena), participam do evento, sediado no Sesi Ananindeua. As partidas prosseguem neste sábado (22) quando haverá a premiação dos atletas.

Tornado um esporte paraolímpico em 1984, a bocha é uma modalidade praticada por pessoas com determinado grau de comprometimento motor, que consiste na marcação de pontos, por meio do lançamento de bolas (chamadas de bochas), a fim de que elas se aproximem de um ponto, determinado aleatoriamente pelo lançamento de um objeto, o bolim. Vence o jogador ou a equipe que conseguir aproximar mais bochas do ponto estabelecido

O evento tem o apoio do governo do Estado, por meio do Núcleo de Articulação e Cidadania (NAC) e do Plano Estadual de Ações Integradas à Pessoa com deficiência (Existir), em parceria com as Secretarias de Estado de Esporte e Lazer (Seel), de Saúde (Sespa), de Educação (Seduc) - via Núcleo de Esporte e Lazer (NEL) - e de Assistência Social, Trabalho Emprego e Renda e Educação (Seaster).

Segundo a diretora do NAC, Daniele Kayath, o maior objetivo da iniciativa é a inclusão tanto dos atletas quanto dos familiares. “Buscamos destacar o valor que cada um deles têm, assim como a importância que o esporte paralímpico vem ganhando e, ao mesmo tempo, abrindo espaço para estas pessoas”. Segundo a diretora,  o governo vem apoiando as iniciativas desportivas paraolímpicas como o goalball,  o judô para cegos e a bocha paralímpica.

O presidente da ANDE, Artur Cruz, explica que o campeonato regional Norte vai selecionar atletas para participar do Campeonato Brasileiro que será realizado neste segundo semestre do ano. “O evento é importante não apenas sob o aspecto da inclusão, mas para o desenvolvimento do esporte visando o alto nível dos atletas”, comenta.

Para a coordenadora do Núcleo de Esporte e Lazer (NEL), da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), professora Ana Glória Guerreiro, a realização do campeonato em Belém é uma prova da existência de atletas locais no mesmo nível dos atletas nacionais. “Nós temos alunos que já saíram da faixa escolar e agora estão no nível de alto rendimento. Sediar uma etapa dessa aqui possibilita ao Pará ter um maior número de participantes em outras competiçõs. Isso é muito gratificante para os atletas e para seus familiares”, ressalta.

Alto rendimento – O atleta Gustavo Andrade, 16 anos, é medalhista na modalidade, em que já conquistou medalhas de prata e de bronze no campeonato nacional estudantil, realizado em São Paulo e em Natal (RN). Ele destaca que o esporte tem um papel de fundamental importância em seu desenvolvimento. “A bocha entrou na minha vida de surpresa e me resgatou para o mundo, me permitindo melhorar meu bem estar físico. E me ensinou, acima de tudo, a ter espírito de competição, a saber ganhar e também perder”, ressalta. Gustavo conta que passou as férias todas treinando para fazer bonito e ser selecionado para o nacional. “Vou trazer um ouro para o nosso estado”, apostou.

A atleta Dayane Victória Espindola, 15 anos, que recebeu atendimento técnico do Núcleo de Esporte e Lazer (NEL) da Seduc, foi premiada no ano passado com o Troféu Romulo Maiorana, na categoria atleta com deficiência. Nas disputas do Paralímpico Escolar, realizado em 2015 na cidade de Natal (RN), Dayane conquistou a medalha de ouro. “Pretendo continuar conquistando mais medalhas e reconhecimento”, comenta.

Já o atleta do atleta do Acre, Afonso Dias, de 25 anos, vem conquistando várias medalhas para o seu estado desde 2009. E fala com orgulho delas. “Foram muitas medalhas que eu até perdi a conta”, diz. Ele relata que a bocha paralímpica, mais que uma prática esportiva, é uma ponte para que pessoas como ele possam se destacar e ter oportunidade de realizar seus sonhos. “As pessoas que ficam em casa, em cima de uma cama achando que não têm mais saída, encontram aqui uma oportunidade de ter uma vida melhor”.

Essa é a quarta edição do evento e a segunda vez que ele é realizado no Pará. O primeiro Campeonato Regional Norte, em 2013, teve o estado como sede. Em 2014 foi levado ao Acre e em 2015 à Rondônia. No ano passado não houve a etapa Norte.

O Pará é o maior expoente na região Norte quando o assunto é a prática do esporte adaptado. Um estudo feito pela Seel apontou a existência de 21 entidades desportivas filiadas às confederações brasileiras e federações estaduais que atuam em 22 modalidades, sendo 17 paralímpicas.

De acordo com o mapeamento, no Pará existem entidades paradesportistas registradas nos municípios de Acará, Altamira (1), Belém (10), Bragança (1), Marabá (1), Paragominas (1), Parauapebas (3), Santarém (2), Santana do Araguaia (1) e Tucuruí (1).

Plano Existir - Lançado pelo Governo do Pará em 2012, e atualmente vinculado ao NAC, o Plano Existir assumiu o compromisso de garantir ações a partir dos eixos saúde, educação, acessibilidade e inclusão social, para a promoção dos direitos fundamentais da pessoa com deficiência.

São integrantes do Comitê Gestor do Plano Existir 17 órgãos públicos: Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos (Arcon), Companhia de Habitação do Pará (Cohab), Escola de Governança do Estado (EGPA), Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), Fundação Carlos Gomes, Universidade do Estado do Pará (Uepa), Defensoria Pública, Fundação Cultural do Pará (FCP), Núcleo de Articulação e Cidadania (NAC), Polícia Militar, secretarias de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet), de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (Sedop), de Educação (Seduc), de Esporte e Lazer (Seel), de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) e de Saúde Pública (Sespa).