Governo discute avanços na exportação de carne bovina produzida no Pará
O governador Helder Barbalho, o vice-governador Lúcio Vale e representantes de quatro frigoríficos instalados no ParáOs avanços no setor de exportação de carne bovina no Pará foram discutidos na reunião entre o governador do Pará, Helder Barbalho, o vice-governador Lúcio Vale e representantes de quatro frigoríficos instalados no Estado, realizada nesta quinta-feira (12), no Palácio do Governo, em Belém. Também participaram representantes de sindicatos da área de produção de carne; o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia, Iran Lima; o secretário de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca, Hugo Suenaga; o superintendente do Sebrae-PA, Rubens Magno, e o deputado federal Cristiano Vale.
Na última terça-feira (10), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anunciou a habilitação de quatro frigoríficos para exportação para o mercado chinês, considerada uma vitória para o governo estadual e os produtores de carne bovina do Pará, diante do mercado internacional.
“Sem dúvida, fazer com que plantas frigoríficas no nosso Estado possam estar habilitadas para o mercado internacional é absolutamente estratégico. No mercado internacional, pela escala de consumo, poder adentrar ao mercado chinês é algo que, desde 2011, vinha sendo solicitado pelos frigoríficos do nosso Estado", ressaltou o governador, reforçando que "exportar para a China aumenta a escala de produção no Estado, mas também agrega oportunidades de melhoramento genético e também modalidades de produção, de confinamento. A China paga valores adicionais para esse modelo de produção. Vem ao encontro daquilo que tenho pregado: nós podemos ampliar o número de cabeças de gado produzidas no Pará sem precisar desmatar. Aquilo que hoje representa 0.9 cabeças de gado por hectare, nós podemos com confinamento, com semi confinamento, fazer com que esse número triplique ou quadriplique, até fazer com que o Pará possa ser o maior rebanho bovino do Brasil, com preservação, com sustentabilidade”.
Na reunião foi reafirmada a importância do agronegócio para o EstadoNúmeros – No Pará funcionam 38 indústrias frigoríficas, e 16 delas passam por inspeção sanitária estadual. Desde 2011, a maioria aguardava renovação da LO (Licenciamento Operacional), o que dificultava o crescimento das empresas e ameaçava a geração de empregos no setor. O governo atendeu à demanda para liberação dos licenciamentos operacionais pendentes.
Dados da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) mostram que os quatro frigoríficos são responsáveis por quase 2 mil empregos diretos e 6 mil indiretos. A comercialização de carne no mercado internacional mantém o setor e, consequentemente, o mercado interno e os empregos gerados pela atividade.
O deputado federal Cristiano Vale destacou a importância das plantas frigoríficas para o Estado. “É de fundamental importância essa habilitação de quatro plantas frigoríficas para o setor do agronegócio do Estado do Pará. Eu tenho certeza que o município vai ajudar muito o Pará com o agronegócio. Serão quatro plantas implantadas. Eu tenho certeza que terão mais plantas ainda, com o potencial que o Estado tem para absorver esse mercado”, disse o parlamentar.O deputado federal Cristiano Vale citou o potencial que o Estado tem para absorver novos mercados
Só a Indústria Mercúrio Ltda. gera, atualmente, 522 empregos diretos e mais de 1,5 mil indiretos. Isso com apenas 20% da produção da empresa para o mercado internacional (geralmente, países do Oriente médio). Agora, a exportação do frigorífico pode chegar a 40%.
Avanços – “É um motivo de felicidade para o Estado. Naturalmente, o governo tem participação importante, porque tivemos que vencer uma série de obstáculos, inclusive perante o governo federal e o Ministério da Agricultura. A participação do governador foi decisiva, da bancada federal, e aqui está o deputado Cristiano Vale, de toda a equipe do governo. O senador Zequinha Marinho também teve um papel muito importante. Tem ainda o esforço do produtor, que tem vacinado seu rebanho, conseguido essa educação sanitária, investido em genética e nutrição, e da indústria ao modernizar o seu parque tecnológico, ao se adequar a todas as exigências, inclusive ambientais", frisou Francisco Victer, da Aliança Paraense pela Carne.
Ele destacou, ainda, "o esforço do pecuarista, da indústria, do varejo e o esforço do governo no sentido de conduzir essa atividade para a sustentabilidade. Ao produzir mais, melhor e mais rápido, automaticamente com boa tecnologia, nós também estaremos adotando práticas sustentáveis".
No último dia 10 de abril, em um encontro com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, Helder Barbalho estadual apresentou demandas do setor produtivo agropecuário paraense. Um dia antes dessa reunião, o governador criou um Grupo de Trabalho (GT) para a realização de estudos e ações destinados ao desenvolvimento da agropecuária.
Expectativa - “O Estado do Pará movimentou 60 mil toneladas de carne em 2018. A expectativa é que isso duplique com essas quatro plantas e, logicamente, vão vir mais plantas e mais mercado. A gente espera que possa, num futuro muito próximo, atender a União Europeia, os Estados Unidos, o Japão e outros mercados grandes, como a Indonésia, que tem um pouco mais da população do Brasil, 270 milhões de habitantes. Essa é a expectativa, de conseguir fazer esse projeto de aumentar o rebanho do Pará, agregando valores, gerando emprego, que é o caso da indústria da carne, que está presente em quase todos os 144 municípios do Estado. Nós temos aqui, hoje, quase 40 indústrias de carne espalhadas por todo o Estado”, informou Daniel Freire, do Sindicato da Indústria de Carnes no Pará (Sindicarne).
Daniel Freire destacou que a expectativa é aumentar o rebanho bovino do ParáAinda segundo Daniel Freire, “na realidade são quatro plantas por enquanto, mas isso representa a união do Estado do Pará, capitaneada pelo governo e nossos representantes na Câmara Federal e no Senado. Nós conseguimos quebrar o paradigma de que o Pará atendeu menos mercados que a média nacional. Então, essa vitória, de toda a classe agropecuária e do agronegócio do Pará, da sociedade paraense, é coroada agora com essa abertura do mercado chinês, que é o maior mercado do mundo, hoje, para a proteína bovina”.