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CULTURA BRAGANTINA

Marujada e devoção a São Benedito invadem a Feira Pan-Amazônica

Por Elck Oliveira (SEIRDH)
27/08/2019 15h47

Homenagem ao padroeiro de Bragança ocorreu no dia dedicado às vozes afro-brasileirasOs ritmos, as cores e a religiosidade bragantina invadiram, na tarde desta terça-feira (27), a Arena Multivozes, espaço dedicado a debates e eventos culturais na programação da 23ª Feira Pan-Amazônica do Livro. A apresentação, que destacou a Marujada, manifestação artística de origem africana que faz parte da devoção a São Benedito – padroeiro de Bragança – ocorreu no dia dedicado às vozes afro-brasileiras dentro da Feira, que segue até o próximo domingo (1º), no Hangar Centro de Convenções.

Segundo o coordenador do projeto “Traslado da Maruja – Cultura Popular de Bragança”, Carlos Gomes, a ideia do coletivo, responsável pela apresentação, é divulgar os ritmos e a cultura local do município da região nordeste do Estado, conhecido pela intensa produção artística. Esta foi a segunda vez que o projeto participou da Feira Pan-Amazônica do Livro, desta vez, trazendo como convidados os marujos e marujos da irmandade de São Benedito.

“Estamos mostrando aqui como é a Festa da Marujada, que ocorre apenas em dezembro. Então, é uma apresentação especial, porque estamos reproduzindo o que acontece num período específico do ano”, detalhou Carlos Gomes.

Cultura musical da cidade, como a roda, o retumbão e o chorado foram apresentados ao público da Feira do LivroJá o presidente da Marujada, João Batista, contou que, atualmente, cerca de mil participantes estão cadastrados na Irmandade de São Benedito, entre homens e mulheres. Eles são os marujos e marujas que animam a festividade dedicada ao padroeiro de Bragança, também conhecido como Santo Preto. “Nós estamos muito felizes por poder trazer a nossa cultura e fé aqui pra dentro da Feira do Livro. É um reconhecimento muito grande”, disse ele, que também conduziu a imagem original de São Benedito para abençoar os participantes do evento.

Segundo Batista, a Marujada, no próximo mês de setembro, completa 221 anos de existência. Para festejar a data, os marujos e marujas apresentaram ao público da Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes os diferentes ritmos que fazem parte da cultura musical bragantina, como a roda, o retumbão e o chorado.

A professora e contadora de histórias Myrle Santa Brígida, 49, não se conteve ao reconhecer, de longe, a música brangatina ecoando pelas caixas de som do Hangar. Nascida no município, ela mora em Belém há mais de 20 anos e havia sido convidada para o estande da Imprensa Oficial do Estado (Ioepa). Myrle aproveitou a oportunidade para matar a saudade da terra natal na Arena Multivozes. “Já faz uns dois anos que não consigo estar em Bragança no período da Marujada, então, hoje, consegui sentir de novo aquela emoção que só o bragantino sabe bem como é”, festejou.

O mesmo sentimento tiveram os integrantes do projeto Aluno Repórter, que reúne estudantes de escolas de Bragança na cobertura de diferentes eventos. Ao longo dos últimos anos, eles têm produzido conteúdo multimídia sobre a Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes para a Rádio Educadora do município e, também, para o website que mantêm na internet.

“É uma emoção e uma honra muito grande ver a nossa maior manifestação cultural, que é a Marujada, ganhar esse destaque na Feira”, ressaltou o estudante do terceiro ano do Ensino Médio, Matheus Alfonso, 17. O rapaz já decidiu que, no futuro, quer ser jornalista ou professor.