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Polícia prende 19 Guardas Municipais por envolvimento em homicídio durante operação Modelo

Por Walrimar Santos (PC)
20/08/2019 15h49

Entre os presos está o atual inspetor geral da GM de CastanhalA Polícia Civil prendeu 19 agentes da Guarda Municipal de Castanhal, nordeste paraense, em cumprimento a mandados judiciais de prisão, durante a operação denominada "Modelo", deflagrada na madrugada desta terça-feira (20), em sete cidades paraenses. Todos são investigados por envolvimento em um homicídio ocorrido no ano passado, em Castanhal. Os presos foram conduzidos para a Delegacia-Geral, em Belém, onde foram apresentadas outras informações sobre a operação policial, no final da manhã, em entrevista coletiva à imprensa. Um guarda municipal de Castanhal está foragido. Entre os presos está o atual inspetor geral da GM de Castanhal. 

Além dos mandados de prisão, foram cumpridos 35 mandados de busca e apreensão nas casas dos investigados. Nesses locais, foram apreendidas três armas de fogo (dois revólveres 38 e uma pistola calibre .40); centenas de munições, duas granadas e um computador portátil. Além de Castanhal, os mandados judiciais foram cumpridos em Belém, Ananindeua, São Francisco do Pará, Igarapé-Açu, São Domingos do Capim e São Miguel do Guamá. Ao todo, a ação policial mobilizou 140 policiais civis sob coordenação da Divisão de Homicídios (DH) e supervisão da Diretoria de Polícia Especializada (DPE), da Polícia Civil com atuação, ainda, de policiais civis vinculados à Diretoria de Polícia Metropolitana (DPM) e Diretoria Estadual de Combate à Corrupção (DECOR).

O nome da operação é uma referência ao título de Cidade-Modelo, como é conhecido o município, e também é uma forma de mostrar que a operação serve de modelo para quem pensa em continuar no mundo do crime. Na coletiva, presidida pelo delegado-geral Alberto Teixeira, com as presenças de integrantes da diretoria da Polícia Civil, foram repassadas informações sobre a operação. Diretor da DH, o delegado Eduardo Rollo explicou que a investigação que resultou na operação teve início em 22 de abril de 2018, quando foi assassinado, em Castanhal, o adolescente Mateus Souza da Silva, 17 anos. O crime ocorreu na 3ª rua do bairro Jaderlândia. 

Na época, policiais civis da Delegacia de Homicídios de Castanhal, que era comandada pela delegada Maria Julia Silva, iniciaram as investigações do crime e apuraram que a vítima foi abordada por volta de 22 horas no local por ocupantes de um veículo identificado como sendo da Guarda Municipal de Castanhal. O adolescente caminhava a cerca de 200 metros da casa da avó, para onde se dirigia para dormir, visando acordar cedo para ir ao trabalho no dia seguinte. De acordo com o delegado, a vítima não tinha envolvimento com a criminalidade. Depois de abordado, o rapaz foi torturado e morto com quatro tiros. 

O corpo foi abandonado à beira de um igarapé, na zona rural de Castanhal, a 25 km do local da abordagem e encontrado por volta de 6 horas da manhã, do dia seguinte, por um morador da região, no momento em que ele saiu de casa para levar o filho à escola. As investigações apontaram que, na noite do crime, teria ocorrido um assalto em que a vítima teria sido um guarda municipal, que teria reagido e troca tiros com os assaltantes. No entanto, explica o delegado Rollo, essa situação não foi registrada em boletim de ocorrência na Seccional de Polícia do bairro do Jaderlândia, em Castanhal. Guardas municipais teriam passado a procurar os suspeitos do crime e, dessa forma, abordaram o adolescente durante as buscas.  

Em coletiva de imprensa, polícia informou que investigações irão prosseguir para apurar envolvimento do grupo em outros crimesO delegado-geral frisou que a Polícia Civil está atenta aos crimes que estão ocorrendo no Estado e, de forma pontual, tem agido para responsabilizar aqueles que têm agido à margem da Lei. "Vamos continuar com essas ações com o escopo de chegar à paz social em nosso Estado", enfatiza Alberto Teixeira. O diretor de Polícia Especializada, delegado Sérvulo Cabral, ressaltou que, com as prisões, a meta é que ocorra a redução drástica de homicídios em cidades da região nordeste do Pará. Todos os presos foram ouvidos em depoimento e depois conduzidos para exames de corpo de delito, para posteriormente, serem recolhidos ao Sistema Penitenciário. As investigações irão prosseguir para apurar o envolvimento do grupo preso em outros crimes na região de Castanhal e em outros municípios próximos. 

Estão presos: Rodrigo Cunha Valente, Anderson Boaventura da Silva, Wangles Leite Tavares, Danilo da Costa Garcia, Ewerton Paulo Rodrigues da Silva, Samuel Piedade Barbosa, Alexandre Farias de Novaes, Adailson da Silva Oliveira, João Luiz Silva de Castro, Thiago Silva Ribeiro, Darlei Lima de Moura, Elias Fabiano de Carvalho Gomes, Ricardo Benedito Lameira Junior, Raimundo Mailson Pereira Couto, Wagner Wanzeller Evangelista, Ronieri Ferreira Bezerra, Carlos Augusto Rufino da Silva, Tarcízio Alves de Oliveira e Jose Marinaldo Luiz da Silva, atual inspetor geral da Guarda Municipal de Castanhal. Está foragido o guarda municipal de Castanhal, Kaio Italo Melo de Andrade.