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BLITZ VERDE

Hospital Ophir Loyola alerta para aumento do câncer de cabeça e pescoço

Por Leila Cruz (HOL)
25/07/2019 21h25

Em alusão ao Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço, celebrado no próximo sábado (27), o Hospital Ophir Loyola promoveu, em Belém, a “Blitz Verde” nesta quinta-feira (25). A ação integra a campanha nacional #JulhoVerde, realizada em todo o Brasil pela Associação de Câncer de Boca e Garganta e Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, para conscientizar e informar sobre os tumores que atingem áreas como amígdalas, boca, bochechas, faringe, gengivas, laringe, língua e seios paranasais.

A cada ano são registrados cerca de 41 mil casos novos no Brasil, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Por isso, o tema “O câncer tá na cara, mas às vezes você não vê” enfatiza a importância do diagnóstico precoce desses tumores, já que muitas vezes os sintomas são negligenciados nas fases iniciais. Em 60% dos casos, a doença é descoberta em fase avançada, quando afeta, consideravelmente, a qualidade de vida dos pacientes, devido às sequelas psicológicas e funcionais, como a perda da voz naqueles submetidos à laringectomia total.

William Leão hoje se comunica por uma laringe eletrônicaEssa é a realidade vivenciada por William Leão, 60 anos, que passou pelo procedimento em fevereiro deste ano por conta do câncer. Os sintomas não receberam atenção durante um ano e meio e, hoje, necessita de uma laringe eletrônica para se comunicar.Também já inciou o tratamento radioterápico e aguarda o início da quimioterapia. Ele contou que fumou durante muito tempo, sendo o tabagismo o principal fator de risco isolado para o câncer de cabeça e pescoço. 

 “Apareceu uma rouquidão, mas não me incomodei. Um dia fui internado com pneumonia e os exames detectaram um problema na laringe. Fizeram a traqueostomia (abertura de um orifício na traqueia, onde é colocada uma cânula para a passagem de ar), e então me direcionaram para cá, para o 'Ophir Loyola'. Aqui tiveram de retirar toda a minha laringe. Graças a Deus, estou vivo”, disse o idoso.

Atualmente, o Hospital Ophir Loyola, referência no tratamento do câncer no Norte do Brasil, trata 123 pacientes com equipe médica e multidisciplinar especializada. A chefe da Divisão de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Deise Nunes, explicou que, além do tabagismo e do alcoolismo (representando cerca de 80% dos casos), também são fatores de risco para o desenvolvimento da doença a infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), má higiene bucal e desnutrição.

Sintomas - Segundo a especialista, em casos de sintomas como manchas, feridas na boca, na pele da face ou do couro cabeludo que não cicatrizam com medicamento, garganta irritada, nódulos no pescoço, dificuldade para mastigar ou engolir e rouquidão persistentes, um médico deverá ser consultado. “A população não está orientada para fazer a prevenção e identificar essas lesões como malignas, e quando a pessoa procura o atendimento, o tumor já está avançado. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores as chances de sucesso do tratamento”, alertou.

Um levantamento realizado pelo Inca apontou que o câncer de boca e laringe é o segundo mais frequente entre os homens, atrás somente do câncer de próstata. Nas mulheres, prepondera o câncer da tireoide, sendo o quinto mais comum neste segmento. Em pacientes jovens, a infecção pelo HPV tem ampliado o número de novos casos de orofaringe, devido à prática do sexo oral sem preservativos. Além disso, a utilização do narguilé (cachimbo de água utilizado para fumar tabaco aromatizado) e o consumo  excessivo do álcool também estão associados ao aumento do número de casos em jovens de 18 a 30 anos.

A ’Blitz Verde’ conscientiza e informa sobre os tumores de cabeça e pescoçoA Divisão de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do HOL, considerada um dos melhores serviços do País, conta com seis especialistas e equipe de apoio, formada por cirurgião plástico exclusivo para fazer as reconstruções pós-operatórias, endocrinologista para a assistência de pacientes acometidos por câncer de tireoide, além da equipe de cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial, enfermagem, fonoaudiologia, nutrição, terapia ocupacional, psicologia e serviço social.