Uepa e Instituto Confúcio formam a primeira turma de mandarim
A Universidade do Estado do Pará (Uepa), na busca do reconhecimento além das fronteiras brasileiras, investiu na internacionalização e no fortalecimento das relações institucionais com a China, por meio do Instituto Confúcio. Na última terça-feira (25) foi realizada a primeira cerimônia de formatura do curso de mandarim, idioma da China. O evento ocorreu no auditório Paulo Freire, no Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE).
Dos alunos que começaram o curso de mandarim, 55 receberam o diplomaA abertura da cerimônia contou com apresentações de duas alunas do Instituto Confúcio: Vivian Pereira, que fez a dança com o leque, e Rebeca Teixeira, que realizou a dança tradicional da China, com a música "Rindo ao vento". Após as apresentações foram chamados para compor a mesa o reitor da Uepa, Rubens Cardoso; o vice-reitor, Clay Anderson Nunes; o diretor brasileiro do Instituto, Antônio Silva, e o diretor chinês, Pang Hui.
Nos últimos anos, várias empresas chinesas entraram no Brasil e investiram em diferentes áreas, como energia renovável, portos, saúde, mineração, papel e celulose. Segundo um estudo da plataforma Dealogic, as aquisições chinesas no Brasil em 2017 já haviam movimentado cerca de R$ 35 milhões. Por isso, aprender mandarim é importante nos dias de hoje. "No Pará, nós temos uma grande relação com os chineses, em função do comércio. A China é um grande importador das nossas commodities metálicas e também da soja. Ter esse curso é aumentar as relações com os chineses, conhecer a sua cultura e ampliar o mercado de trabalho", ressaltou o reitor.Apresentação de danças tradicionais da China integraram a solenidade
Relação internacional - O Brasil e a China são dois dos cinco membros do Brics, ao lado de Rússia, Índia e África do Sul. Essa relação une os países no mercado internacional. "No futuro, muitos chineses vão estudar português e os brasileiros, o mandarim. O nosso Instituto desempenha um papel muito importante nessa área, em cooperação com os países", afirmou o diretor Pang Hui, acrescentando que "nós temos alunos muito bons, e os ex-alunos sempre serão bem-vindos para realizar atividades".
Orador da turma, Davi Almeida obteve a maior nota na prova de proficiência do idioma no Instituto Confúcio da Uepa. A formanda Paloma Carvalho foi a tradutora. Ela conseguiu uma bolsa de um ano em Língua e Cultura Chinesa, em uma instituição na China. "Não foi fácil fazer a prova para passar. Fiz duas vezes. Na primeira, não consegui os pontos necessários, e na segunda vez eu fiz 241 pontos, dos 300 possíveis", informou.
Pioneirismo - O mandarim não é um idioma fácil para os brasileiros. No começo do curso, o diretor Antônio Silva se questionou se as pessoas iriam realmente se interessar pela língua. O Instituto Confúcio iniciou suas atividades em 2016 com apenas 60 alunos, e em 2019 já são 450 estudantes. "Estou feliz e surpreso com a formatura, pois a Uepa é a primeira universidade da Amazônia a oferecer o idioma, e eu achei que o interesse ia ser pouco. Hoje, 55 alunos que começaram o curso estão recebendo o diploma", disse o diretor brasileiro.
O diretor Pang Hui (e) e o reitor da Uepa, Rubens Cardoso, na solenidade de formaturaFeliz com o diploma, Amanda Barros, 21 anos, contou que "foram dois anos de muito esforço. É uma língua muito difícil, e a gente não tem tanto contato. Foi uma oportunidade que surgiu, pois o curso é gratuito e decidi entrar. Hoje, estou muito feliz de ter chegado até aqui", afirmou.