Sistema de comparação balística vai inovar investigações forenses no Pará
Por meio da ferramenta é possível fazer correlação entre crimesUm sistema automatizado de comparação balística, que busca facilitar e dar celeridade nas investigações forenses, foi apresentado, nesta sexta-feira (14), aos gestores da área de Segurança Pública do Pará. A tecnologia canadense é distribuída pela empresa francesa Iafis, especializada em segurança biométrica e investigação forense.
A ferramenta é utilizada para fazer correlação entre crimes. "Se ocorreu um homicídio por arma de fogo hoje e daqui a alguns meses acontecer outro homicídio também por arma de fogo, o sistema consegue verificar se existe correlação entre os dois casos. Então é possível conectar todos os casos e fazer uma apuração mais eficiente do crime", explica o executivo comercial da Iafis no Brasil, Marcelo Faust.
Para utilizar o sistema de comparação balística é necessário coletar em uma cena de crime um projétil, um estojo ou fragmento de bala e inserir no Ibis. Após a inserção, o programa gera imagens 2D, 3D e uma assinatura digital para aquela peça, em seguida ela é comparada e armazenada no banco de dados.
Atualmente, a perícia no Brasil, de modo geral, realiza um trabalho manual utilizando microscópio, o que torna humanamente impossível relacionar se uma arma ou um projétil já foi utilizado em mais de um crime em momentos diferentes, a não ser que já se tenha indícios sobre o caso. No país, somente o estado da Bahia utiliza essa tecnologia, que é a mesma utilizada pela Interpol e pela agência policial federal estadunidense Bureau of Alcohol, Tobacco, and Fire Arms (ATF) – Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos.
Segundo o titular da Segup, Ualame Machado, a expectativa para aquisição do sistema é no próximo semestre"Aqui no Pará, como em praticamente todo o Brasil, o Centro de Perícias Científicas Renato Chaves não possui comparador balístico e, por isso, fomos procurar o melhor equipamento que há no mundo em relação a isso, tendo em vista a demanda do Estado. Foi então que verificamos a ferramenta utilizada na Bahia, que contribuiu com as investigações das mortes ocorridas no Guamá. Em razão disso, convidamos a empresa para apresentar o equipamento e tirar todas as dúvidas de funcionamento", explicou o secretário de Segurança Pública, Ualame Machado.
Ainda de acordo com o do titular da Segup, a expectativa é de que o Pará adquira o sistema até o próximo semestre. "Há uma previsão orçamentária, para que possamos adquirir um equipamento de balística que se encaixa no perfil do que foi apresentado. Essa aquisição será feita por meio de emenda parlamentar federal da bancada paraense, com previsão para o segundo semestre. E a nossa intenção é comprar de fato a melhor tecnologia que há no mundo", afirmou Ualame Machado.