Palestras no 'Ophir Loyola' reforçam importância da segurança hospitalar
Um levantamento registrado no Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar 2018, divulgado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar, apontou que no Brasil, a cada hora, seis pessoas morrem em hospitais públicos e privados por eventos adversos graves. Essas falhas na assistência à saúde ainda são recorrentes nos hospitais privados e públicos em todos os continentes. Por esse motivo, a segurança hospitalar é um dos temas mais debatidos na atualidade, e foi destaque nas palestras ministradas pelo professor e doutor Luís Antônio Diego, de São Paulo (SP), na sexta-feira (10) e neste sábado (11), no Hospital Ophir Loyola, em Belém.
A estimativa brasileira é que em torno de 30% a 36% dos eventos adversos ocasionados por falhas assistenciais, processuais ou por infecções poderiam ser evitados. De acordo com Luís Antônio Diego, uma instituição de saúde deve seguir padrões de qualidade e desenvolver a sistematização dos processos com a utilização de procedimentos padronizados, protocolos, fluxogramas e ferramentas de check-list. “Quando um evento adverso ocorre, o importante não é quem cometeu o erro, mas saber como e os motivos pelos quais as defesas falharam. O fator humano existe. No entanto, os erros devem ser minimizados”, ressaltou.
Dentre os principais eventos adversos estão os erros de medicação que causam pelo menos uma morte todos os dias e prejudicam 1,3 milhão de pessoas anualmente. “A maioria dos erros de medicação diz respeito à prescrição inadequada e à administração, e são passíveis de prevenção, diferente da reação adversa ao medicamento, que é um risco inerente de problemas com os medicamentos quando utilizados corretamente”, explicou Luís Diego.
Plano de Segurança - O Hospital Ophir Loyola desenvolve uma política de qualidade e segurança do paciente com o objetivo de conduzir a implantação das melhores práticas de acordo com a visão, a missão e as prioridades estratégicas da instituição. O Núcleo de Segurança do Paciente é responsável pelo Plano de Segurança, e prioriza seis metas preconizadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS): identificação do paciente, comunicação efetiva, segurança no uso de medicamentos de alta vigilância, cirurgia segura, redução do risco de infecção e prevenção da queda.
As ações com ênfase na segurança do paciente foram reforçadas com a participação do Ophir Loyola no Projeto de Reestruturação de Hospitais Públicos – que apoia instituições indicadas pelo Ministério da Saúde –, cuja meta é auxiliar a implantação de protocolos e planos institucionais de segurança.
Atualmente, o Hospital Ophir Loyola participa do Projeto Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala do Brasil, que segue em desenvolvimento na instituição, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Sistema Único de Saúde), também do Ministério da Saúde, com o objetivo de reduzir os casos de Infecções Relacionadas à Assistência em Saúde.
O diretor-geral da instituição, José Roberto Lobato, disse que as ações de segurança são inerentes às organizações de saúde, pois mesmo sendo locais de cuidado e assistência, os hospitais oferecem diversos riscos não só para os pacientes, mas para visitantes, profissionais de saúde e outros servidores. “É nosso dever reconhecer e identificar as ameaças para estabelecer ações de conscientização e de prevenção junto aos colaboradores, corpo clínico e usuários desta casa de saúde. Dessa maneira, podemos garantir a saúde e a qualidade do atendimento”, reiterou.