UBS do Complexo de Santa Izabel reduz em 80% saídas para atendimento médico
A Unidade Básica de Saúde (UBS) do Complexo Penitenciário de Santa Izabel do Pará, na Região Metropolitana de Belém, que atende 10 unidades da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe), já reduziu em 80% o número de saídas de presos para atendimento externo na rede vinculada ao Sistema Único de Saúde (SUS). A UBS foi criada para ofertar serviços de saúde necessários à população carcerária, como consultas e procedimentos da atenção básica, e conta também com uma sala de raio-X, consultórios clínicos, odontológicos, sala de enfermagem, de curativos, vacinação, exames e inalações, e um laboratório para análise de exames de tuberculose, doença muito comum nos presídios brasileiros.
A diretora de Assistência Biopsicossocial da Susipe, Ana Paula Frias, informou que o objetivo da Unidade Básica de Saúde dentro do Complexo de Santa Izabel é “reduzir gastos com escoltas nas saídas extramuros, além de dar suporte para que o interno tenha resposta rápida a sua necessidade de saúde. Não há mais nenhuma queixa porque, quando o interno necessita de atendimento, ele consegue atendimento imediato na UBS, ao invés de ter que ser encaminhado para um hospital da rede pública do SUS”.
Novas metas - Para a diretora, a prevenção de doenças no cárcere e um atendimento humanizado ao detento são as principais metas da nova gestão. “A nossa meta é trabalhar na prevenção. A gente já conseguiu atingir essa meta na odontologia, e eu acredito que com o aparelho de raio-X nós vamos atender a grande demanda extramuros que temos, e assim diminuir mais ainda as saídas, economizando com custos operacionais nas escoltas, além da segurança, já que todo o procedimento ocorre dentro do próprio complexo penitenciário", ressaltou.
Por dia, cerca de 60 presos são atendidos no local, o que equivale a uma média de 1.500 atendimentos ao mês. "Nesses quase dez meses de trabalho houve uma significativa redução nos casos de urgências clínicas, com uma queda expressiva de mais de 80% de saída extramuros. Temos casas penais que registraram a saída de apenas três presos. Por isso, é bem visível o impacto que tivemos na questão do atendimento de saúde prisional. Quando você dá cobertura clínica, consegue trabalhar de forma preventiva e obter melhores resultados”, reiterou Ana Paula Frias.
A humanização do atendimento também ajuda no tratamento de pacientes. "Antes da UBS cada enfermeiro adotava um procedimento clínico. Não tínhamos uma padronização do serviço. Hoje trabalhamos com assistência e acompanhamento do preso no cárcere. Somente nos meses de abril e maio, nós teremos quase 70 casos de cura de pacientes com tuberculose, que foram submetidos ao tratamento regular. Não adianta apenas dar o remédio, é necessário fazer o acompanhamento do interno e da evolução da doença. Os nossos indicativos têm mostrado resultados bastante otimistas", assegurou a diretora da UBS. (Com a colaboração de Fernanda Cavalcante).