Trote Solidário da Uepa promove intercâmbio sociocultural com escolas públicas
Ingressar no ensino superior público é um caminho para um horizonte cheio de possibilidades de absorver conhecimentos e vivências que estão nos livros, nas pessoas e no ambiente das pesquisas feitas nas comunidades. Neste processo, o sonho se materializa e uma vida nova se inicia na Universidade do Estado do Pará (Uepa) para os calouros de 2019. A instituição realiza até esta sexta-feira (29) a Semana do Calouro, com ações socioculturais, artísticas e educacionais, por meio da atuação do Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE). As atividades ocorrem na Unidade Técnica Prof. Astério de Campos, Abrigo São Vicente de Paulo e a Unidade Pedagógica Municipal São José, com programação pela manhã, à tarde e à noite.
A Uepa criou um projeto de acolhimento inovador com a criação do Trote Solidário, que conta com a participação de graduandos dos cursos de História, Biologia, Matemática, Música, Filosofia, Geografia, Letras (Habilitações Português-Inglês-Libras), Pedagogia Bilíngue, Ciências Sociais, Química, Física, Secretariado Executivo Trilíngue e Ciências da Religião. “O Trote Solidário da Semana do Calouro funciona como uma contrapartida da Uepa para a sociedade paraense, com a intenção de demonstrar a importância da instituição para a nossa cidade, pois a Uepa tem o objetivo de atender a comunidade e dar o retorno que as pessoas merecem, e nada mais interessante que o contato da Universidade por meio do CCSE com as escolas do sistema público de educação”, disse Anderson Maia, diretor do Centro de Ciências Sociais e Educação.
A programação foi elaborada com a intenção de desenvolver uma nova tradição dentro do CCSE, para atender os quase 900 alunos aprovados no Processo Seletivo (Prosel) de 2019. “A Uepa é uma das instituições que mais contribuem com a Escola Astério de Campos, por meio do intercâmbio entre os graduandos de diversos cursos de ensino superior, através de estágios e outros projetos que proporcionam uma imersão dentro da arte-educação e de projetos socioculturais”, ressaltou Arlindo Gomes, diretor da Unidade Pedagógica Prof. Astério de Campos.
Intercâmbio - A Unidade Pedagógica Prof. Astério de Campos é uma escola especializada para alunos com deficiência, especificamente mudos e surdos, e recebeu de braços abertos a equipe de graduandos e da coordenadoria pedagógica dos cursos, promovendo intercâmbio de ideias, processos artísticos e intervenções culturais em cada sala de aula. “É muito importante para os nossos alunos e os pais também participem, pois dinâmicas como as da programação de hoje, da Semana do Calouro da Uepa, possibilitam o entendimento de que os jovens podem alcançar a Universidade. A integração entre os universitários com os alunos com deficiência é gratificante para ambos os lados, por causa da troca de informações possibilitada pelo intercâmbio criado nesse contato”, disse a professora Glaucilene Nogueira Lima, da Unidade Pedagógica do Souza.
Alunos de diversas turmas, e diferentes faixas etárias, participaram de trotes marcados pela alegria. A organização foi compartilhada entre os Centros Acadêmicos, Caop, Coordenadorias Pedagógicas dos Cursos, diretorias das Unidades Pedagógicas e do Abrigo, e também por veteranos, calouros e professores facilitadores. “Como caloura, foi muito gratificante estar aqui participando do Trote Solidário, por causa do contato com uma realidade que eu não tinha visto ainda, e isso me permitiu aprender muito mais do que ensinar”, afirmou Cássia Tamires, caloura do curso de Letras - Habilitação em Libras (Língua Brasileira de Sinais).
A programação foi criada para desenvolver múltiplas capacidades dos alunos dos espaços de acolhimento e educacionais, por meio da atuação dos novos graduandos, possibilitando que eles possam olhar para o ensino superior muito além das bibliotecas, livros e pesquisas, ultrapassando os muros da Uepa. Eles conhecerem ações sociais, culturais, acadêmicas e educacionais que a instituição realiza em Belém, por meio de oficinas de música, teatro, atividades lúdicas, contação de história, desenho, recorte e colagem, leitura, horta suspensa, culinária, modelagem, balão e escrita.
“As escolas selecionadas são espaços de educação, que têm desenvolvido atividades peculiares, como a Escola Astério de Campos, e realizam trabalhos com alunos com surdez. Entretanto, em função da nossa parceria, muitos alunos têm ingressado com regularidade na Uepa nos últimos três anos”, destacou Anderson Maia. (Texto: Daniel Leite).