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Inclusão é tema do espetáculo de abertura da 1ª Mostra de Teatro "Nilza Maria"

Por Redação - Agência PA (SECOM)
27/03/2019 11h31

Preconceito, exclusão, inacessibilidade e falta de oportunidade. Imagine que cada uma dessas palavras é uma parede. Agora, imagine uma criança, que a cada passo, dá de cara com uma dessas barreiras. Essa é a história de Gláucia Pinto, que nasceu com baixa visão e convive com a doença há 41 anos. Ela cresceu acreditando que sua casa era o único lugar seguro e possível, restringindo seus limites e experiências. Em seu mundo, o teatro surgiu como uma porta em uma de suas paredes e abriu um universo de possibilidades. “O teatro me acolheu sem preconceitos e me impulsionou a estudar. Cheguei a trabalhar no comércio, mas não me sentia feliz. Lutei muito para chegar na Universidade e me formar. Hoje sou professora de teatro”, disse Gláucia.

A pesquisa de conclusão do curso de licenciatura em Teatro, da Universidade Federal do Pará, realizada por Gláucia deu origem ao espetáculo “A Menina que dá com a cara nas paredes”, que conta com a direção de Otávio Freire. A criação, baseada em sua história, retrata as dificuldades que uma pessoa com deficiência visual, em específico baixa visão possui para se manter na rede pública de ensino.

A atriz já se apresentou em congressos, seminários, projetos sociais, escolas e no Teatro Claudio Barradas. Ela revela que no início sentiu receio, mas a reação das pessoas a encorajou. “Vi que meu trabalho era necessário para sensibilizar educadores, famílias e estudantes. Cada vez que você ajuda um aluno com deficiência e não vira as costas para ele dizendo que não dá, você está fazendo inclusão”.

Gláucia mora no bairro da Terra Firme e estará no palco do Teatro Waldemar Henrique, com toda sua história de vida, nesta quarta-feira (27), às 20h30, na abertura da 1ª Mostra de Teatro "Nilza Maria", promovida pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (SECULT). Para ela, a mostra é mais uma porta que se abre em sua vida. “Pela primeira vez os artistas da periferia estão tendo vez. Os teatros abriram as portas para a comunidade e isso é maravilhoso”, afirma.

O diretor de artes cênicas da Secult, Adriano Barroso, revela que a realização só foi possível porque existe um cenário que transborda na região, e que precisa apenas de incentivo e valorização. “A gente conseguiu montar uma mostra plural, agregando aqueles que já fazem e devolvendo o acesso, o lugar de fala e o protagonismo que é dos artistas por direito”, revela o gestor.

Serviço: A 1ª Mostra de Teatro "Nilza Maria" inicia oficialmente nesta quarta-feira (27), com dois espetáculos. Às 19h, no Teatro Gasômetro, teremos a peça  “Viva O Circo”, da Cia. Foskaluz e às 20h30 é a vez da obra "A menina que dá com a cara na parede”, no Teatro Waldemar Henrique. Toda a Mostra tem entrada gratuita.