A importância do diagnóstico precoce na cura do câncer do colo do útero
O câncer do colo do útero é, no Brasil, o terceiro tumor mais frequente na população feminina e a quarta causa de morte de mulheres por câncer. No Pará, estudos apontam que a doença está no topo do ranking, sendo o mais prevalente entre as mulheres, no Estado, superando inclusive o câncer de mama, que tem o maior índice, no país.
Dados coletados nas unidades de alta complexidade em oncologia, no Pará, de 2009 a 2016, registraram 2.537 casos de câncer do colo do útero e 2.206 casos de câncer de mama. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa é de 860 novos casos de câncer do colo uterino, no Pará, este ano.
Por esse motivo, o Governo do Pará, através da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), lançou, no dia 11 de março, a campanha Março Lilás, de prevenção e controle do câncer do colo do útero. A ação busca a mobilização das mulheres e chama a atenção da população paraense para os riscos da doença e a importância do diagnóstico precoce, incentivando a realização do exame de Papanicolau (PCCU).
“Quando a gente avalia os estudos epidemiológicos da região a gente percebe que tem um fator sócio econômico bastante representativo na incidência do câncer do colo do útero, no Pará. Na maioria dos casos, são pacientes com limitações financeiras e com dificuldades de acesso às unidades básicas para fazer o seu preventivo, que é a principal arma de prevenção contra a doença”, destaca o cirurgião oncológico e mastologista, Breno Albuquerque, chefe da equipe de cirurgia geral do Hospital Regional Público do Leste (HRPL).
Instalada em Paragominas desde 2014, a unidade está habilitada, desde junho do ano passado, a realizar cirurgias oncológicas, atendendo 23 municípios da região com o serviço de oncologia.
Segundo Albuquerque, o câncer de colo do útero é considerado uma doença sexualmente transmissível, já que sua principal característica é a infecção pelo vírus HPV, que se dá através das relações sexuais. O especialista ressalta que mulheres que já iniciaram a vida sexual precisam realizar o preventivo pelo menos uma vez por ano, pois o exame é a principal estratégia para detectar lesões precursoras do câncer.
“No estágio inicial da doença não tem um sintoma específico que indique uma lesão de colo de útero. Essa lesão, inicialmente, ainda não é o câncer, mas ela é precursora do câncer e, sendo diagnosticada precocemente, é possível tratar, muitas vezes, com medidas bem simples. A chance de cura, nesses casos, é de 100%, diferente de quando a doença se torna mais invasiva e o tratamento requer químio e radioterapia”, alerta o especialista.
A prevenção do câncer do colo do útero também pode, e deve, ser feita a partir dos 9 anos de idade, por meio de vacinação. O Ministério da Saúde implementou, em 2014, no Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina contra o HPV, disponibilizada gratuitamente pelo Programa Nacional de Imunizações para meninas de 9 a 14 anos, e meninos, de 11 a 14 anos. Segundo a Coordenação Estadual de Imunizações, no Pará, em 2018, a média de cobertura total de ambos os sexos foi de apenas 18%, e o ideal é que esse percentual ultrapassasse os 80% ao ano.
Tanto o exame de preventivo quanto a vacina estão disponíveis nas unidades básicas de saúde em todo o Brasil.
Serviço: O Hospital Regional Público do Leste (HRPL) fica na rua Adelaide Bernardes, s/n, bairro Nova Conquista, em Paragominas. Mais informações pelos telefones (91) 3739-1046 / 3739-1253 / 3739-1102.