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Senar e Susipe realizam curso de capacitação técnica e qualificam detentos

Por Redação - Agência PA (SECOM)
18/05/2015 18h07

Uma turma de 20 detentos custodiados no Presídio Estadual Metropolitano II (PEM II) realiza um curso de artesanato oferecido pela Superintendência do Sistema Penitenciário (Susipe), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). O objetivo é investir na qualificação profissional e geração de renda.

No curso, os internos aprendem a confeccionar bolsas com o trabalho manual. Como material para as produções, os detentos usam tecido, agulha, linha e muita criatividade. A professora de artesanato Marialba Tavares Gomes ensina desde o corte do tecido e os tipos de pontos, até confecções mais avançadas, dependendo do desempenho de cada aluno. Cerca de 60 bolsas já foram produzidas. A professora parabenizou o trabalho e a dedicação dos detentos do PEM II. “De todos os presídios que já dei aula e até mesmo fora das unidades penais, esta é a melhor turma que já tive. Eles são muito empenhados e habilidosos, o ponto é bem feito, parece até que foi costurado em máquina”, atesta.

Para a surpresa da coordenação pedagógica e da direção do PEM II, os internos que tiveram mais interesse em aprender artesanato foram os mais jovens. “Eu pensei que as aulas não dariam certo por ser uma casa penal masculina, mas fui surpreendida com a procura pelo curso e pela aceitação dos rapazes, principalmente os mais novos”, revela Cleidiane Nunes. “Esse é só um passo inicial para que eles busquem por mais aperfeiçoamento, mas já é uma forma desses internos perceberem que sabem algum ofício e que quando saírem daqui podem conseguir seu sustento de forma honesta”, conta Cleidiane Nunes, coordenadora pedagógica do PEM II.

Exemplos - O detento Gabriel Preste, de 19 anos, produz, pela primeira vez, o artesanato. Ele conta que não sabia que tinha habilidade e está despertando um novo olhar para esse tipo de trabalho. “Eu estou gostando muito de aprender sobre costura. Nunca imaginei que conseguiria ter esses resultados quando iniciei o curso. Já fiz duas bolsas e pretendo fazer mais uma. Quando acabar vou presentear a minha mãe com todas elas”, conta o detento.

Já o interno Fabrício Pereira, de 31 anos, pretende levar o artesanato como ofício quando estiver em liberdade. “Nunca tive contato com esse tipo de trabalho e agora que aprendi estou ansioso para começar a vender e ganhar dinheiro. Vou continuar produzindo aqui mesmo depois que o curso terminar e darei aos meus familiares para vender. Espero trabalhar com isso quando sair do cárcere porque acho que levo jeito”, afirma.

Trabalho - A Divisão de Trabalho e Produção (DTP) do Núcleo de Reinserção Social (NSR) da Susipe vem investindo na qualificação profissional dos detentos custodiados pelo Estado para o mercado de trabalho. Atualmente, mais de 1.600 detentos realizam trabalho interno ou externo nas unidades prisionais. Em 2015, até o momento, 21 convênios já foram assinados com empresas e instituições públicas para utilização da mão de obra carcerária nas áreas de serviços gerais, construção e tecnologia. No Pará, os detentos que trabalham recebem remunerações que variam de R$ 100,00 a R$ 1.040,00, além de remissão de um dia na pena a cada três dias trabalhados, conforme determina a Lei de Execução Penal (LEP).

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