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EMPREENDEDORISMO

Detentas do CRF fazem curso de biojóias e investem em sustentabilidade

Por Redação - Agência PA (SECOM)
12/08/2015 20h36

As internas do Centro de Recuperação Feminino (CRF) que fazem parte da Cooperativa de Trabalho Arte Feminina Empreendedora (Coostafe), primeira cooperativa formada exclusivamente por detentas no Brasil, realizam nesta semana um curso de capacitação para a produção de biojóias. A profissionalização é realizada pela Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe) em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

Nas aulas, as detentas confeccionam adereços como colares, brincos e pulseiras com materiais extraídos da natureza. A casca do coco, o caroço de açaí, tingido e natural, a madeira e a palha, são algumas das matérias primas utilizadas. Todo o material composto por grãos, sementes e folhas, que geralmente iria para o lixo, é aproveitado para criar peças exclusivas.

“No ramo do artesanato tudo que é natural nós usamos, isso é uma grande ajuda para o meio ambiente. Caroços de açaí que poderiam ter ido parar no esgoto, se transformam em joias lindas e exclusivas, e o melhor é que nunca saem de moda. As detentas ajudam fazendo um trabalho sustentável e ainda podem tirar sua renda dessa produção”, conta a instrutora de artesanato do Senar, Marialba Gomes.

As aulas iniciaram na última segunda-feira, 10, e devem seguir até a próxima sexta-feira, 14. Cerca de 30 internas, divididas em duas turmas de 15 alunas, serão capacitadas, no total. A formação ocorre nos turnos da manhã e da tarde. O objetivo principal do curso é gerar diversidade de produtos oferecidos pela Coostafe.

“Buscamos trabalhar as diversas habilidades das detentas com essa capacitação. Queremos desenvolver o potencial delas e diversificar a produção da Cooperativa, além é claro de agregar valor aos produtos que elas já produzem e gerar renda para que elas possam confeccionar novas peças”, afirma a diretora do CRF, Carmen Botelho.

A interna Dyorene Ramos, de 39 anos, nunca teve contato com produção artesanal, mas garante que com empenho nas aulas, produzir as joias não é difícil. “Eu nunca nem peguei numa agulha, nunca havia feito nenhum trabalho manual, mas com o curso percebi que é mais simples do que eu imaginava. Além dos materiais que são naturais, tudo o que precisamos são tesourinhas e alicates de bijuteria para criar uma joia. Ah, e claro, muita criatividade”, explica a detenta.

Toda a produção feita durante aulas servirá de modelo para a confecção de novas peças que serão vendidas pela cooperativa. Além do curso de biojóias, as internas também farão capacitação para o beneficiamento das matérias primas que utilizam e, posteriormente, um curso de produção de embalagem. Assim será possível produzir todas as etapas do processo e reduzir os custos.

A Susipe já realizou mais de dez cursos de profissionalização para as detentas que fazem parte da Coostafe, entre eles os cursos de pintura em tecido, bordado, biscuit, bolsas artesanais, customização e puffs. Todos os produtos vendidos têm renda revertida para as próprias internas.