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Obras do governo impulsionam o desenvolvimento na Ilha do Marajó

Por Redação - Agência PA (SECOM)
10/09/2017 00h00

Um frente de obras levadas pelo governo do Estado ao arquipélago do Marajó garantiu, nos últimos três meses, investimentos em infraestrutura e transportes superiores a R$ 30 milhões. Novas estradas, expansão da rede elétrica, novas agências bancárias e implantação de linhas fluviais que ligam a ilha à capital foram alguns avanços assegurados à população marajoara somente neste ano.

Uma das primeiras obras entregues, no final de agosto, foi a nova PA-154, que liga os municípios de Cachoeira do Arari e Salvaterra. Com 53 quilômetros de extensão, essa é a maior rodovia asfaltada da região do Marajó. O trabalho que resultou pavimentação e sinalização total da via, teve duração de dois anos e demandou um investimento de mais de R$ 28,4 milhões feito pelo governo do Estado. Com o novo modal, é possível agora chegar ao município de Cachoeira do Arari tanto por rio como por estrada.

A PA-154 também garantiu o escoamento mais rápido da produção de arroz de várzea, do tradicional queijo de búfala e de outros produtos locais, além de impulsionar o desenvolvimento do turismo, do setor de serviços, educação e saúde e ainda o incremento da economia.

A secretária extraordinária de Estado de Municípios Sustentáveis, Izabela Jatene, lembra que a pavimentação da PA-154 faz parte do conjunto de ações que integram a estratégia governamental de promoção do desenvolvimento social, ambiental e econômico do Pará. “A atuação do governo do Estado é pautada, sobretudo, em três frentes: apoio à gestão e ajuste fiscal, finalização de obras inacabadas e identificação de obras prioritárias para o município, como é o caso da pavimentação da rodovia estadual”, pontua.

Em Cachoeira do Arari, por exemplo, além da pavimentação asfáltica da rodovia que liga a sede municipal ao porto de Camará, em Salvaterra, o Governo do Pará também investiu na expansão da rede de energia firme, que chegou em abril deste ano ao município, beneficiando quase 15 mil famílias e oportunizando investimentos industriais na região.

As obras fazem parte da segunda etapa da conexão do Marajó ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Recentemente, foi a vez de Soure receber o investimento, que beneficiou mais de oito mil famílias. Além de energia firme, o governo do Estado também está levando internet através de fibra ótica, permitindo que a região passe a se conectar com o mundo.

Transporte - A melhoria do transporte para o arquipélago também recebeu atenção governamental. Em março deste ano foi inaugurada a rota fluvial expressa que faz linha para a capital paraense, com o início da operação da lancha Golfinho 1. A embarcação tem capacidade para 171 passageiros, é totalmente climatizada, dotada de poltronas reclináveis e serviço de som e TV. As viagens, feitas diariamente a partir de Belém, têm duração média de duas horas. Os passageiros desembarcam direto nos municípios, sem passar pelo porto de Camará.

A rota fluvial Belém-Marajó também ganhou reforço com a entrada em operação do maior ferry boat em operação na região Norte do Brasil. Com 87 metros de comprimento e 16,5 metros de largura, o ‘São Gabriel’, da empresa Henvil Navegação, chama atenção pela grandiosidade. A embarcação tem capacidade para transportar 1.123 passageiros, 100 carros e 72 motos. O embarque é feito do porto de Icoaraci e a chegada no porto de Camará.

O ferry boat ‘São Gabriel’ começou a ser construído há três anos e resulta de um investimento de R$ 24 milhões. “Esse é um sonho realizado tanto para a empresa, como para o Marajó e o estado como um todo. O Governo do Pará, que sempre aposta no  turismo como gerador de negócios, empregos e renda, deu um apoio importante", destacou Daniel Pereira, proprietário da Henvil, que opera no transporte fluvial na região do Marajó há 17 anos.

Além do tamanho, o ‘São Gabriel’ se destaca pelo conforto e pela modernidade. No térreo climatizado há espaço para cadeirantes e seus acompanhantes, além de um local adaptado para obesos. No segundo piso ficam a classe econômica e a lanchonete. No terceiro e último piso está localizada a área vip, totalmente climatizada, com poltronas reclináveis e janelas com vidros peliculados. Toda a embarcação obedece às normas de acessibilidade, que incluem a instalação de piso tátil, que delimita as áreas próximas às laterais da embarcação, e de banheiros adaptados.

Segundo o prefeito de Soure, Guto Gouvêa, os novos transportes atendem a necessidade há muito demandada pela população marajoara, de dispor de um meio de transporte rápido e seguro. “Esse é um empreendimento que reflete diretamente na economia do nosso município, pois impulsiona um dos setores fundamentais. Com esse modal, o turista se sente mais inclinado a conhecer nossos atrativos, pois sabe que vai dispor de um meio de transporte mais rápido e confortável. Em tempos de crise, é desse tipo de solução que precisamos”, ressalta.

Economia - A inauguração da primeira agência do Banpará em Soure, que até então contava apenas com postos de atendimento, foi outro avanço registrado este ano. Com isso, o Banco do Estado do Pará ampliou sua presença na região, totalizando nove agências em território marajoara: Afuá, Anajás, Breves, Cachoeira do Arari, Curralinho, Melgaço, Muaná, Salvaterra e Soure. A disponibilização da estrutura completa do banco facilita a vida dos moradores e injeta recursos na economia local.

O setor educacional também está sendo contemplado, com a execução de obras de reforma e ampliação das escolas estaduais de Ensino Fundamental e Médio Rodrigues Viana e Retiro Grande, ambas em andamento; e anda da escola Umarizal, que vai entrar em processo licitatório. Todos esses serviços foram apontados como prioritários pela gestão municipal.

Energia firme - No início do mês de junho, o governo do Estado entregou dois alimentadores para melhorar a distribuição da carga e assegurar maior estabilidade à rede elétrica. Com isso, Soure também passou a integrar o Sistema Interligado Nacional (SIN), e mais de oito mil famílias foram beneficiadas com energia de qualidade.

O primeiro município a contar com energia firme foi Ponta de Pedras, onde foi implantada uma subestação elevadora que converte a tensão para 138kV. A partir dessa linha de transmissão serão atendidos também, além de Soure, os municípios de Cachoeira do Arari, Santa Cruz do Arari, Anajás, Chaves, Afuá, São Sebastião da Boa Vista e Muaná.

Para o governador Simão Jatene, que fez a entrega dos alimentadores, a obra representa a interligação do Marajó ao resto do Pará, do Brasil e do mundo. “Quando eu falo que o Marajó está ligado ao mundo é porque, além de energia firme, estamos trazendo internet através de fibra ótica, um passo importante e uma conquista impensável até pouco tempo atrás para esta região, que sempre sofreu com o isolamento e agora passa a estar conectada com o mundo”, explica.

Jatene destacou que todo o investimento feito para garantir a expansão da rede elétrica no arquipélago do Marajó, interligando nove municípios, supera o montante de R$ 400 milhões. Com a entrada em operação dos cabos subaquáticos e demais obras necessárias às novas subestações e linhas de transmissão, as usinas a diesel que atendiam a população do arquipélago serão gradativamente desativadas. Desde que as cidades começaram a ser interligadas já houve uma redução de consumo do diesel em mais de 33 milhões de litros.

O Sistema Interligado Nacional (SIN) é um sistema de geração e transmissão de energia elétrica, com tamanho e características que permitem considerá-lo único em âmbito mundial, englobando as cinco regiões do Brasil e com forte predomínio de usinas hidrelétricas.

Para a chegada da energia firme à Soure foram construídos mais de 14 quilômetros de rede de distribuição, atravessando o Rio Paracauari e interligando o município à Salvaterra, que em abril também recebeu uma subestação de energia e passou a integrar o Sistema Interligado Nacional, a exemplo de outras cidades como Portel, Melgaço, Curralinho, Breves, Bagre, Ponta de Pedras, Cachoeira do Arari e Salvaterra.

A chegada da energia elétrica faz parte de um mega projeto de infraestrutura do Governo do Pará. A primeira etapa, conhecida como Marajó I e concluída em 2013, recebeu investimentos na ordem de R$ 179,5 milhões, aplicados na ampliação de duas e construção de seis novas subestações, além da construção de 685 quilômetros de rede. Essa primeira fase atendeu os municípios de Portel, Melgaço, Curralinho, Breves, Baião e Bagre.

Já nesta segunda etapa, conhecida como Marajó II e que está em andamento, o investimento total gira em torno de R$ 242 milhões e prevê ainda a construção de mais seis novas subestações e 794 quilômetros de rede. A fase compreendeu a construção e ampliação de subestações (em Ponta de Pedras e Vila do Conde, em Barcarena) e a construção de 36 quilômetros de redes, sendo aproximadamente 17 deles subaquáticos, uma tecnologia inédita que serviu para conectar a subestação de Vila do Conde, em Barcarena, à subestação de Ponta de Pedras.

Nesta segunda etapa as obras irão avançar até 2019 para cidades como Santa Cruz do Arari, Anajás, Chaves, Afuá, São Sebastião da Boa Vista e Muaná. A conclusão de todo o trabalho no Marajó beneficiará, diretamente, cerca de 450 mil pessoas.

Futuro - No último dia 28 de agosto, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia do Governo do Pará (Sedeme) e a Louis Dreyfus Company (LDC) assinaram um Protocolo de Intenções que estabelece parceria institucional entre as partes para a implantação dos projetos de médio e longo prazos da companhia no Estado, sendo uma estação de transbordo de carga (ETC) na região de Santarenzinho, no município de Rurópolis, e um terminal de uso privativo (TUP) na Enseada do Malato, em Ponta de Pedras, no Marajó.

O documento prevê ainda apresentação de uma proposta de verticalização da cadeia de soja, a ser exposta em 180 dias, a partir da emissão da licença prévia da ETC, cuja construção e operação deverá ocorrer em até 30 meses a partir da liberação das respectivas licenças.

Os projetos hidroviários citados são uma opção sustentável, com ganhos em termos econômicos, ambientais e sociais para o estado. Os projetos de Santarenzinho e de Ponta de Pedras seguirão seu curso normal de licenciamento ambiental.