Banda Warilou faz pocket show para festejar 30 anos da Cultura FM
Um dos ícones da música dançante paraense, a banda Warilou, que fez enorme sucesso na década de 1990, é atração especial no “Conexão Cultura Ao Vivo” desta sexta-feira (15), às 11h, com transmissão ao vivo pela TV, Rádio e Portal Cultura. O pocket show tem gostinho de revival e celebra os 25 anos do grupo, mas também antecipa ao público o clima do primeiro DVD, que será gravado entre os meses de junho e setembro, em Belém e Manaus. A presença do Warilou no estúdio da Rádio Cultura integra as comemorações pelos 30 anos da emissora.
“Estamos muito felizes de retornar à Cultura para comemorar esse aniversário”, diz o vocalista Joba. “Foi justamente fazendo esse programa que acendeu a vontade de retomar a banda”. O cantor se refere à apresentação no “Conexão Cultura Ao Vivo”, em junho de 2012, que causou verdadeiro frisson nas redes sociais, com a hashtag “warilou” em primeiro lugar nos Trending Topics Brasil do Twitter e também entre os primeiros do mundo.
“Tivemos a felicidade de ver essa receptividade enorme, depois de 15 anos separados. Logo depois, começaram a surgir vários convites para shows, inclusive para o Festival Cultura de Verão”, relembra. Desde então, a banda não parou mais. “Decidimos montar toda a estrutura novamente e colocar o pé na estrada”.
A história do Warilou começou entre o final de 1980 e o início dos anos 1990, quando Manoel Cordeiro e Barata (guitarras), Junior (bateria) e Neca (contrabaixo) formaram uma espécie de banda de estúdio, tendo Joba, Nicinha e Suelene como vocalistas. A lambada de Beto Barbosa estourava nacionalmente, tendo Manoel Cordeiro como principal produtor. Joba conta que essa banda de estúdio gravava para vários artistas, do Norte e do Nordeste, como Carrapicho, Nonato do Cavaquinho, Carlos André e Beto Douglas. “Foi quando pintou o convite da gravadora Continental para lançarmos nosso próprio trabalho”.
O nome “Warilou” era uma espécie de gíria interna da banda, para descrever algo que fosse “muito legal” e “alto astral”. “Era uma saudação, uma brincadeira, que tinha vários sentidos, de acordo com o tom da conversa. Mas diz a lenda que o nome veio do apelido de um baterista paraense, chamado Paulinho Barilou. Na hora de batizar a banda, o Mauro Almeida, diretor artístico da Continental, decidiu colocar Warilou. E pegou”, conta o vocalista.
A música-tema nasceu de um jingle composto pelo músico Ronery, também integrante da banda nesta fase inicial. “Era um jingle que ele havia feito para um candidato, mas que não havia sido aprovado. Então, a gente decidiu escrever uma letra que descrevesse o que era aquele prazer de estar junto, o que significava aquele encontro transformado em música”, relembra Joba. E assim nasceu um dos primeiros hits da banda, que ao lado de “Negrita Linda (Volare)” impulsionou o disco de estreia, que alcançou a marca de 100 mil cópias.
Lambada, zouk, merengue, guitarrada, carimbó. A música dançante da Amazônia, com influências do Caribe, sempre foi a praia do Warilou. A banda lançou cinco discos: “Soca, Zouk e Cacicó”, “Luz do Mundo”, “Tudo isso é Amor”, “Sem Medo de Amar” e “Todos os Ritmos”. Joba lembra com saudosismo desta época. “A música paraense estava em alta e a Continental era a maior gravadora brasileira da América Latina. Vivemos um momento muito bom dentro desse cenário artístico. E, de certa forma, a gente não tinha ideia da dimensão do nome Warilou”, conta.
Mas nem só de nostagia vive o Warilou. Tanto que o primeiro DVD, batizado de “Encontro das Águas”, vai relembrar essa trajetória de sucesso, mas também terá espaço para novas composições. A gravação está marcada para o dia 20 de junho, em Belém, no Portal da Amazônia (orla), num show aberto ao público. A segunda parte será gravada no dia 06 de setembro, no Clube Municipal de Manaus, a “segunda casa” do Warilou.
Além de Joba, Nicinha e Suelene, a banda hoje é formada por Neca (contrabaixo), Marcelinho (teclados), Willy Benitez (bateria) e Kim Freitas (guitarras e violões). Para Suelene, o novo momento da banda é vivido com alegria e maturidade. “A maturidade traz a coragem mais pé no chão, porque, antigamente, nosso desejo de alçar voos tinha também muita empolgação. Hoje a gente sabe o que quer e aonde quer chegar. A verdade é que nunca nos afastamos da música. Ela é o que nos mantêm vivos”.