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Sespa e Santa Casa promovem capacitação para atendimento a vítimas de escalpelamento

Por Redação - Agência PA (SECOM)
04/06/2015 16h42

A Secretaria de Saúde do Pará, em parceria com a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, promoveu nesta quarta-feira, 3, o III Curso de Capacitação dos Profissionais de Saúde no Primeiro Atendimento às Vítimas de Escalpelamento. A atividade aconteceu no auditório da Santa Casa, que é referência estadual para atendimento às vítimas desse tipo de acidente, geralmente mulheres e meninas ribeirinhas.

Socorro Silva, coordenadora estadual de Mobilização Social e integrante da Comissão Estadual de Erradicação dos Acidentes de Motor com Escalpelamento, explica que o curso oferece recomendações para o primeiro atendimento. Por se tratar de um acidente típico de regiões ribeirinhas, ela ressalta que os primeiros socorros são realizados no município mais próximo.

“Essa capacitação foi pensada para garantir o fortalecimento da rede de atendimento. A própria Santa Casa sente falta de um atendimento mais elaborado, mais específico no primeiro atendimento. Então, o curso foi feito para dar suporte aos médicos, enfermeiros, agentes comunitários e técnicos de Enfermagem que atendem a vítima logo depois do acidente. A ideia é que eles possam fazer com que o tratamento se torne mais rápido e resolutivo”.

Um segundo encontro está programado para o dia 28 de agosto, instituído nacionalmente como Dia de Combate ao Escalpelamento. Nesta edição foram registradas 110 inscrições, com participações de hospitais de diversas regiões do Pará, como Bragança, Breves, Barcarena, Cachoeira do Arari, Garrafão do Norte, Melgaço, Portel e outros.

Entre os participantes estavam 21 integrantes do grupamento de socorro emergencial, do Corpo de Bombeiros, que trabalha no resgate às vítimas com trauma. Ronaldo Teixeira, sub-tenente do CBM, considerou a realização do curso uma iniciativa extremamente positiva. “Penso que podemos prosseguir com o trabalho a título de prevenção, para encaramos o escalpelamento como uma das nossas políticas de atendimento especializado. O curso vai otimizar a nossa rotina de trabalho e será levado aos municípios, por meio de agentes facilitadores”, reforçou.

A corporação disponibiliza transporte, como lanchas e helicópteros, para o atendimento emergencial de vítimas de escalpelamento que precisam ser trazidas a Belém para a cirurgia e posterior tratamento, ambos oferecidos pela Santa Casa.

Socorro Ruivo, coordenadora do Programa de Assistência Integral às Vítimas de Escalpelamento (Paives), da Santa Casa, foi uma das palestrantes. “Além de capacitar os profissionais de saúde do interior, damos ênfase para a prevenção. Ano passado, o primeiro caso aconteceu a partir de junho. Então já estamos de prontidão, promovendo a capacitação de agentes e saúde para que eles voltem aos seus municípios de origem e dêem continuidade à campanha”, diz ela. Em 2014, o Hospital da Santa Casa atendeu 10 casos de escalpelamento, daí, a necessidade de alertas constantes.

Ruana Lopes, enfermeira de Breves e coordenadora do Programa de Acompanhamento aos Agentes de Saúde e estratégias de Saúde da Família, participou do curso e garantiu que levará informações para a erradicação do acidente na região do Marajó. “Em anos anteriores tivemos uma grande intervenção relacionada ao escalpelamento, e é ótimo poder acompanhar o planejamento que está sendo feito. A redução é uma das práticas necessárias”, enfatizou.

Recomendações - Para evitar o escalpelamento é necessário ter cuidado principalmente com as crianças, mantendo os cabelos de meninas e mulheres totalmente preso e coberto com bonés ou outro acessório; além da atenção com o uso de colares e cordões e a manutenção de uma distância segura do eixo da embarcação.

A Marinha do Brasil oferece e instala gratuitamente a proteção do motor, sem multas ou punições aos proprietários ou condutores de barcos que ainda não tenham feito. A região do Marajó é a área de maior concentração dos acidentes de escalpelamento, principalmente pelo maior fluxo de embarcações durante o segundo semestre.

Classe hospitalar - As vítimas de escalpelamento passam por um tratamento demorado, por conta dos traumas físicos e psicológicos. O Espaço Acolher, fruto de uma parceria entre a Fundação Santa Casa e a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), disponibiliza 30 leitos, dos quais 24 são reservados às vítimas de escalpelamento, para evitar atrasos na formação educacional.