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VALORIZAÇÃO DA VIDA

Caps promove roda de conversa sobre prevenção ao suicídio

Por Redação - Agência PA (SECOM)
15/09/2017 00h00

Com a proposta de gerar reflexões sobre saúde mental e valorização da vida, psiquiatras e psicólogos do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Grão-Pará, vinculado à Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), realizaram na noite de quinta-feira (14) uma roda de conversa sobre suicídio, com alunos do campus Municipalidade da Escola Superior da Amazônia (Esamaz). A iniciativa foi alusiva ao movimento “Setembro Amarelo”, mês mundial de prevenção do suicídio, que já é considerado um problema de saúde pública, pois pode ser prevenido em nove de cada 10 casos, segundo especialistas.

A campanha “Setembro Amarelo” vem sendo realizada de forma gradativa há pelo menos quatro anos, por meio de ações iniciadas pela Associação Internacional para Prevenção do Suicídio (Iasp), e trazidas ao Brasil pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), referência no atendimento – inclusive remoto – a pessoas em crise, e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), para também ser disseminadas no Sistema Único de Saúde (SUS). 

Para uma das psicólogas do Caps Grão-Pará, Marilda Couto, é importante que o problema tenha mais visibilidade com a população leiga, visto que os debates estão sendo realizados pelo país como forma de contribuir para a diminuição da incidência de suicídios nos Estados, e combater possíveis causas, como bullying, transtornos mentais e problemas familiares e sociais. “Além dessa conversa com os alunos, estamos propondo conversar com a população em geral também sobre a exposição danosa às redes sociais, em meio à reflexão e à conscientização”, afirmou.

O Brasil está entre os 28 países, de um universo de mais de 160 analisados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que possui estratégia de prevenção ao suicídio, por conta da atuação dos Caps. A OMS ainda estima que ocorram, no Brasil, 12 mil suicídios por ano. No restante do planeta, são mais de 800 mil ocorrências - uma morte por suicídio a cada 40 segundos, conforme o primeiro relatório mundial sobre o tema, divulgado pela OMS em 2014.

No entanto, a taxa no Brasil está bem abaixo a de outros países da América do Sul, embora os dados no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) não sejam precisos acerca da quantidade de pessoas que cometem suicídio. No Pará, 266 pessoas morreram em 2015 em função do que o protocolo do Ministério da Saúde define como “Lesões Autoprovocadas Voluntariamente”. No ano anterior, esse número foi de 208.

Estratégias - Para a diretora do Caps Grão-Pará, Nathércia Barros, a ideia de se discutir suicídio vai ao encontro das estratégias terapêuticas aplicadas no Centro, visando à reinserção da pessoa com transtorno mental à sociedade. Segundo ela, o mais importante é acolher o paciente sem julgamento, críticas ou preconceito. A dor do paciente, neste momento, precisa ser respeitada.

“Além do atendimento clínico, as atividades de socialização são fundamentais para a melhoria do comportamento do paciente, pois ajudam na desenvoltura de cada um. A integração entre pacientes, familiares e funcionários faz parte do projeto terapêutico do Caps. Por isso, é de fundamental importância promover eventos temáticos, para que os profissionais expectadores do assunto tenham elementos científicos para reinserir estes pacientes”, disse Nathércia Barros, ao afirmar que a ideia da campanha é sensibilizar os profissionais da saúde quanto à importância do acolhimento humanizado às pessoas com comportamento que pode levar ao suicídio e informar os  usuários sobre os riscos e sinais de alerta.

Referência - Situado na Rua dos Tamoios, no Bairro do Jurunas, em Belém, o Caps Grão-Pará é um serviço de saúde comunitário mantido pelo SUS, com referência em tratamento para pessoas que sofrem de transtornos mentais e outros quadros clínicos. O objetivo é oferecer atendimento à população da área de abrangência, com acompanhamento clínico e reinserção social.

O atendimento inclui visitas domiciliares, acolhimento ao usuário e familiares, atividades socioeducativas e sociorrecreativas, como passeios, exercícios físicos, palestras e oficinas terapêuticas. Ao longo do ano, o centro promove várias confraternizações entre seus pacientes, nas principais datas comemorativas.

Após a roda de conversa, outro momento da campanha “Setembro Amarelo” está previsto para o dia 24 de setembro, durante ação na Praça da República, centro de Belém.

Serviço: O Caps Grão-Pará fica na Rua dos Tamoios, 1342, entre a Rua dos Tupinambás e Avenida Roberto Camelier, Bairro do Jurunas, em Belém. Telefone: (91) 3269-6732.