Exposição "Nazaré e outras Marias" já pode ser visitada no São José Liberto
Como forma de homenagear a padroeira dos paraenses, Nossa Senhora de Nazaré, e as variadas representações de Maria pelo mundo, a exposição “Nazaré e outras Marias”, foi aberta na noite de quinta-feira, 24, na Capela do Espaço São José Liberto (ESJL), onde estão expostas santas em gesso pintadas à mão pelo grupo Entre Santos, coletivo criativo que participa do Programa Polo Joalheiro do Pará. Com entrada franca, o público poderá visitar a exposição até o dia 1º de novembro, no horário de funcionamento do ESJL. O artesanato do grupo está sendo comercializado na Casa do Artesão do espaço.
A iniciativa integra a agenda cultural e turística do Círio 2015, promovida pelo Governo do Estado e secretarias e órgãos parceiros, dentre eles as Secretarias de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), de Turismo (Setur) e de Cultura (Secult), o Instituto de Gemas e Joias da Amazônia e o Grupo Entre Santos.
Formado pelas artesãs Amélia Franco, Lilia Chaves, Betty Castro, Cidia Martins e Linda Toscano, o grupo pintou as imagens sacras que compõem a exposição com variados materiais e técnicas, remetendo a estilos diversos, do barroco ao realista. As imagens em gesso foram produzidas por artesãos brasileiros, sendo três deles do Pará. Algumas peças receberam tratamento especial para dar o tom de imagens antigas.
Segundo Cidia Martins, os visitantes poderão vislumbrar representações de Maria em suas diversas interpretações pelo mundo, incluindo suas denominações de acordo com algumas fases de sua vida. “Nós nos reunimos por quatro meses, toda quarta-feira. Paramos todas as atividades e focamos o trabalho só em ‘Nazaré e outras Marias’. Esse é um momento muito especial”, revela a artesã, que começou com a pintura artesanal há cerca de dois anos e tem a maior inspiração na Virgem de Nazaré, representada em cerca de 10 imagens da exposição, que reúne 47 santas.
Sobre as técnicas que utilizou na pintura artesanal das santas, Betty Castro destacou a barroca e a pintura que imita louça portuguesa (porcelanizada): “Têm as peças que a gente idealiza e vai fazendo, misturando duas ou três técnicas, como a barroca e a rosinha de Sévres (famosa porcelana, originária da região de Sévres, na França, datada do século XVIII)”.
O público lotou a capela no lançamento da exposição. A professora May Acatauassu aprovou a iniciativa e aproveitou para reservar uma das santas, Nossa Senhora do Livramento. “A exposição está maravilhosa. É uma homenagem muito bonita para a Nossa Senhora”, comentou.
A diretora executiva do Igama e do Espaço São José Liberto, Rosa Helena Neves, ressaltou a importância da exposição para o fortalecimento da cadeia produtiva do segmento do artesanato religioso e de objetos sacros.
Sensibilidade - A secretária adjunta da Sedeme, Dyjane Amaral, falou sobre a importância da exposição, ao destacar a relevância da sensibilidade do trabalho artesanal. “As artesãs conseguiram, através da exposição, expressar a fé e a sua relação com a cultura, destacando a sensibilidade como um fator importante para o cotidiano e melhoria das relações sociais contemporâneas. Na realidade, o que elas estão comunicando, muito mais do que a beleza das peças e as técnicas desenvolvidas e aplicadas, é a fé do paraense, aqui demonstrada nessa exposição”, disse Dyjane.
Também presente na abertura da exposição, o secretário de Estado de Cultura, o arquiteto Paulo Chaves, falou sobre a iniciativa, observando a escolha acertada do local para o evento. A Capela São José integra o projeto arquitetônico de restauro do Espaço São José Liberto, idealizado e executado por Chaves, com o apoio de uma equipe de arquitetos e paisagistas.
“É uma exposição de um artesanato refinado, cuidadosamente feito por um grupo de mulheres que está se dedicando, nos últimos anos, a isso. São réplicas, evidentemente, que têm a ver com o espírito do Polo Joalheiro, que também é voltado para o artesanato. O momento é oportuno porque nessa antiga capela, que foi dos monges da região do Minho e Douro (Portugal), que tem todo um ambiente e clima favoráveis à exposição de santos, como toda igreja”, disse o secretário, que também falou sobre a administração do espaço. “Fico feliz de ver que o espaço está muito bem conservado e que está abrigando, agora, está coleção de réplicas muito cuidadosas e bem feitas”, completou.
Paulo Chaves também destacou que a capela, apesar de pequena, é um espaço acolhedor e com excelente acústica, o que favorece a realização de concertos de câmara, exposições e eventos do gênero. Ele lembrou, ainda, de fatos curiosos da época da restauração do espaço, explicando que o local que abriga a capela era o altar dos padres franciscanos e que a construção original estendia-se até a Praça Amazonas.
O lançamento teve como atração musical a apresentação da cantora lírica Lana Bastos, acompanhada da pianista Ana Maria Adade da Silva. No repertório da dupla, foram mostradas composições clássicas e hinos nazarenos, dentre eles “Vós Sois o Lírio Mimoso”.
Serviço: Exposição “Nazaré e outras Marias”. Até 1º de novembro, na Capela São José do ESJL, no horário diferenciado do Espaço São José Liberto (Praça Amazonas, s/n, Jurunas) no mês de outubro: de segunda a sábado, das 9h às 18h30, e aos domingos e feriados, das 10h às 18h. No sábado (10), véspera do Círio, o funcionamento será das 9h às 15h, e no domingo do Círio (11), das 14h às 18h. O espaço não abrirá no dia do Recírio (26). Entrada franca.
(Ascom Igama)