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Índios cobram melhorias em diversas áreas na abertura da Conferência de Política Indigenista

Por Redação - Agência PA (SECOM)
20/10/2015 20h32

Lideranças indígenas do Pará cobram melhorias em diversas áreas durante a abertura da Conferência Regional de Política Indigenista

Centenas de índios das etnias Amanaé, Assurini, Atikun, Assurini Aqueiaura, Gavião Kikratejê, Gavião Parlatejê, Guajajara, Guarani, Kayapó, Kaxuyana, Tembé e Xikrim do Caeteté participaram, nesta terça-feira, 20, da abertura da 1ª Conferência Nacional de Política Indigenista – Etapa Regional de Belém. O evento acontece no Parque dos Igarapés e vai até a próxima quinta-feira, 22.

Várias autoridades e lideranças indígenas também estiveram presentes na conferência: o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), João Pedro da Costa, a gerente de Proteção dos Direitos dos Povos Indígenas e representante da Associação de Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Puyr Tembé, os vereadores indígenas Ednaldo Tembé (Santa Luzia do Pará) e Ubirajara Sompré (Marabá) e os representantes do Ministério da Justiça, Magda Fernandes, e da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (SEJUDH), Michel Durans, além do vice-governador do Estado, Zequinha Marinho.

Emocionada, Puyr Tembé, uma das articuladoras da conferência, declarou que a terra é a questão prioritária para seus irmãos. “Sem terra não somos nada, é por ela que lutamos para podemos plantar, colher e criar nossos filhos e netos”, falou.

O vereador de Marabá, Ubirajara Sompré, propôs que sejam encaminhadas à Conferência Nacional, medidas que contemplem todo o consenso de etnias. “Precisamos de mudanças urgentes e de valorização, pois não tem educação sem a nossa terra e muito menos saúde. Por isso estamos aqui pra avaliar junto ao representante do Governo, que é o nosso vice-governador, para que o Estado nos ajude a mudar essa realidade”, solicitou o parlamentar. 

O presidente da Funai, João Pedro das Costa, traçou um diagnóstico da situação dos povos indígenas e falou sobre a diversidade de etnias no Estado. “O Pará representa 25% do território paraense com mais de 60 mil índios e aproximadamente 25 etnias em suas diversas culturas. Essa conferência foi possível após conversarmos com a Presidente e hoje podemos conquistar a política indigenista, que retrata sobre as pessoas que trabalham conosco a questão da saúde e educação. Aqui iremos ouvir seus anseios, e, juntos, avaliar como está essa questão do povo indígena”, disse.

O vereador Ednaldo Tembé, de Santa Luzia do Pará, alertou para as dificuldades que seu povo vem enfrentando, especialmente nas questões fundiária e da saúde. “Vamos discutir e expor nossas opiniões, pois estamos vivendo um momento cada vez mais difícil, principalmente no que se refere às questões de terra e da saúde da nossa gente”, observou.  

Já o vice-governador do Estado, Zequinha Marinho, relembrou a necessidade de resgatar dívidas antigas para com os povos indígenas. “Todos sabemos do quanto historicamente se deve a esse povo guerreiro. E esta é uma boa oportunidade de transformar este momento num marco histórico. Desta forma, o governo do Estado tem tido o compromisso de, na medida das suas possibilidades, se fazer presente e, através de parcerias com a Funai, tentar amenizar pelo menos em grande parte o sofrimento e a luta dos povos indígenas de nosso estado. Precisamos fechar aqui propostas práticas e inteligentes do povo indígena paraense para a conferência nacional, para que possamos ter de fato os resultados que todos nós planejamos”, atestou o vice-governador.  

Na ocasião, Zequinha Marinho foi convidado para ser o patrono da primeira turma do curso de Licenciatura Intercultural Indígena da Universidade do Estado do Pará (Uepa), com conclusão prevista para abril de 2016 e que possui alunos das etnias Tembé, Gavião e Aiwekeara.